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sexta-feira, dezembro 21, 2007

HOMENAGEM PÓSTUMA

Hoje venho a público homenagear um dos maiores zeladores que já vi em minha vida.

Há um ano deixou este mundo e transladou-se de volta ao Orúm, a chamado de Olorúm e de Yemanjá. Com certeza sua vida foi feita de erros e acertos como a de qualquer outro ser humano, mas em seu coração residia a bondade e a vontade de acertar acima de tudo.

Tive o privilégio de conhecer esse homem que mesmo com todos os intempéries da vida, as traições que sofria por parte de seus demais filhos e até mesmo de amigos, nunca negou uma palavra de conforto, carinho e socorro a quem o procurasse. Inteligente por excelência, sempre encontrava uma forma de ajudar àqueles que não dispunham de nada, pois era capaz até mesmo de criar situações nas quais o orixá ficava plenamente satisfeito com o vivente.

Homem, pai, conselheiro, mas acima de tudo AMIGO. Era aquele amigo certo das horas incertas. Sua partida deixou corações trincados, deixou uma sensação de vazio que a muitos atormenta, e eu sou uma dessas pessoas.

Falo aqui de meu saudoso zelador Almir Amorim, Fomo de Yemanjá Ogunté. Foi um baluarte em sua nação, Gêge, cumpriu rigorosamente com todas as vontades de Yemanjá e de todos os orixás que necessitassem de sua interferência.

Sempre zeloso e atencioso com os preceitos dos antepassados, mostrou a todos que cuidou, que a única forma de conseguirmos todos os êxitos em nossa vida, é amando à Deus e aos nossos orixás de forma incondicional.

Doté, você foi meu maior exemplo de amor e dedicação aos orixás, muito aprendi contigo, mas hoje, hoje somente a saudade ocupa seu lugar aqui na terra.

De forma alguma sou infeliz, pois sabemos que a morte não existe e que um dia nos reencontraremos e assim poderemos gozar da paz que somente Olorúm pode nos proporcionar. Se choro por ti? Claro! Afinal sou ser humano e como tal, falho e cheio de imperfeições, mas a certeza de que um dia nos encontraremos me conforta o coração e acalma-me o espírito.

Hoje se encontra nos domínios de minha mãe Yemanjá e com ela tenho certeza de que estás ajudando àqueles que lhe foram amados na terra e amparando aqueles que se negam a enxergar a verdade acima de tudo.

Amei-te um dia e o amarei para sempre.

Nunca tive nesse homem um sacerdote apenas, mas meu verdadeiro e melhor amigo. Era meu único confidente, aquele que levou consigo segredos que jamais ousei contar a outras pessoas. Sempre me amparava em meus momentos de depressão e dizia: “MEU FILHO, A VIDA É ASSIM MESMO, CHEIA DE PROBLEMAS, MAS ELES SÃO NA VERDADE NOSSOS MAIORES ALIADOS, POIS QUE NOS AJUDAM A SUPERAR NOSSOS DEFEITOS E PROGREDIRMOS EM NOSSA ESCALADA NESTA TERRA E NO PLANO ESPIRITUAL”.

Ser filho deste valoroso sacerdote foi um presente que Olorúm, meu pai Odé e minha mãe Yemanjá me deram nessa vida. Hoje a tristeza toma conta de meu coração em vários momentos nesta vida. Mas o consolo que tenho é saber que se perdi um pai, ganhei um amigo no plano espiritual.

Doté siga em paz na certeza de que o amor que sentia por ti, está aqui em meu coração e jamais o esquecerei. Que minha mãe Yemanjá o ilumine em sua nova caminhada, que Olorúm o abençoe, e que sua nova jornada possa ser tão gloriosa quanto foi aqui na terra.

Saudades deste seu filho.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

odemutaloia@pop.com.br

odemutaloia@hotmail.com