foxyform

Contador de visitas

contador grátis

domingo, janeiro 25, 2009

EXÚ O GRANDE GUARDIÃO

Muitas são as pessoas que louvam essa entidade nas casas de Umbanda e Candomblé, mas poucos são os que o compreendem em sua forma real. Confundem normalmente essa entidade com o diabo, o capeta do cristianismo, mas na realidade, sua função é muito mais importante do que pensam todos.

Exú para ser mais compreendido deve-se primeiro ter a explicação correta de seu nome: essa palavra em yorubá se traduz como esfera e não como capeta. E sua função dentro dos templos religiosos é algo de suma importância e de um valor incomensurável: é ele quem guarda os portais que dão acesso ao nosso mundo, esses portais são utilizados pelos espíritos para virem e voltarem de nosso mundo.

Sabemos que o universo paralelo, existe e simplesmente vivemos em nosso dia a dia sem termos a noção do que acontece em nossa volta, sem nos darmos conta de que seres invisíveis estão a nossa volta noite e dia, trabalhando em nosso favor. Porém para que eles possam permanecer ao nosso redor, utilizam de portais para irem e virem conforme suas necessidades e permissão. E é justamente aí que exú desempenha seu papel principal, ele guarda essas portas a fim de que forças terríveis não invadam nosso mundo e consumam de vez com a humanidade.

Que temos uma alma e que essa é imortal, todos sabemos, que após nosso desenlace nos transformamos em eguns, conforme nossas atitudes, também sabemos, mas, e para que esses eguns não atravessem as portas sem permissão? É aí que esse grande guardião entra: ele abre ou fecha as portas conforme a solicitação de esferas, inclusive a nossa.

Sem exú não teria como existirem as casas de santo, nem mesmo as de Umbanda, uma vez que ao iniciarmos os trabalhos, eles se apresentam em meio a nós e se incumbem de purificar o ambiente a fim de que nossos guias de luz e mesmo nossos Orixás possam trabalhar em nosso favor. Claro que alguns perguntarão: “mas se existem esses guardiões, por que volta e meia nos deparamos com pessoas vítimas de entidades inferiores”? A resposta é simples:

Como seres encarnados e utilizadores dessas forças astrais, somos responsáveis direitos por tudo que acontece em nosso mundo. Se chamamos uma entidade para ajudar um enfermo, um pai de família desempregado, essa entidade virá e trabalhará sim em prol desse pedido, não impostando se ela for um exú, caboclo, preto-velho ou mesmo um egum. Mas, por outro lado se utilizamos essas portas pra chamarmos entidades para destruírem a vida de outros, virão seres inferiores, infernais mesmo e aí desencadearemos forças que jamais poderemos controlar. E para desmancharmos algum trabalho desse gênero, é que entra nosso Guardião o Exú.

Sendo o primeiro a ser homenageado, é ele quem se incumbirá de abrir os portais para que esses seres sejam levados de volta para seus habitats ou mesmo para prisões onde ficarão a espera de julgamento e formas de se redimirem do mal que fizeram aqui em nosso mundo.
Se compararmos nosso mundo com o mundo dos espíritos, poderemos observar que lá existem exércitos assim como os daqui e neles, a exemplo do que acontece nos exércitos terrenos, existem os sentinelas e os guerreiros e cada um desempenha sua função para que possa seu lado sair vencedor.

Exú em nada pode ser lembrado como um guerreiro dos infernos, mas sim, como um guardião dos mistérios de Deus, aquele que guarda os segredos de nossos Orixás, caboclos e Pretos velhos, e também como disse anteriormente os portais que ligam os dois mundos.

Ainda perguntarão os céticos: “mas se exú não é o diabo, por que se apresentam em sua estátuas, com chifres e em seus assentamentos com tridentes”?

Muito simples: a sua aparência com chifres em suas estátuas são apenas formas dadas por eles mesmos a fim de mostrem sua força. O chifre, corno, ou seja, lá como chamamos, sempre foi utilizado por povos antigos, como sinônimo de poder, riqueza, virilidade. Apenas seguindo uma influencia negativa do catolicismo, usaram esse símbolo de exú para mostrarem-no como servo de satã, que, aliás, nunca existiu na mitologia afro, nem em outras, por ser apenas uma expressão do cristianismo. E suas ferramentas com o tridente, é fácil a explicação:

O tridente representa os caminhos que temos a escolher e dependerá de nós mesmos o qual escolheremos. Também o tridente é tão somente uma arma de guerra muito utilizada em tempos remotos, sendo em época mais atual, pelos gladiadores romanos. Exú também está ligado à agricultura, pois o tridente se formos observar, é um instrumento utilizado na mesma, principalmente pelos que lidam com a cultura do feno, tão utilizado para alimentar os animais. Como vemos nada de satânico existe em exú, e se houver algum satanismo em sua cultura, esse pertence tão somente aos seres humanos que dele se utilizam para tentarem derrubar seus desafetos.

Ao invocarmos exú, invocamos antes de tudo um guardião, um guerreiro que a sabedoria infinita e suprema de nosso Pai Criador, disponibilizou para nós, a fim de nos livrar dos seres inferiores que nada mais são que pessoas que aqui nesse mundo foram más, e que depois de desencarnarem, foram aprisionadas em “infernos” que eles mesmos criaram.

Saibamos, pois, nos utilizarmos desses seres para a prática do bem, e veremos o quanto podem nos dar de riquezas espirituais incomensuráveis, como por exemplo, a retirada de véus que nos impedem de vermos a beleza real que existe no Reino de Deus nosso Supremo Criador.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Lambanranguange: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@gamil.com

odemutaloia@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário