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sexta-feira, junho 26, 2009

NANÃ BURUQUÊ OU BURUKÚ

Grande Senhora muito cultuada em todos os candomblés e também muito temida por todos, por ser a Senhora das almas danadas e impossíveis.

Muitas são as lendas em torno dessa personagem da mitologia afro, mas, em uma coisa todos concordam, ela foi a primeira esposa de Oxalá.

Durante sua vida na terra, teria ela sido uma Yabá muito vaidosa, e foi justamente essa vaidade que fez com que ela renegasse seu filho Omulú, abandonando-o dentro do pântano. Essa atitude de Nanã foi pelo fato de ele ter nascido com várias doenças de pele, e ela, vaidosa como não havia outra igual, não se permitia cuidar de uma criança com tantas chagas, pois que essas lhe traziam repugnância.

Omulú teria sido recolhido por Yemanjá a qual comunicou o fato a Oxalá e esse tomado de ira, a condenou a gerar somente filhos anormais. Ainda não satisfeito Oxalá a expulsou de seu reino e determinou que ela fosse residir no mesmo lugar no qual abandonara seu filho.

Desde então, Nanã tornou-se o Orixá mais temido de todas tribos da África e dentre essas, algumas conservavam o ato de as pessoas se jogarem no chão todas as vezes que seu nome fosse pronunciado, pois temiam sua ira.

Tornou-se ela, a dona das doenças cancerígenas com as quais pune àqueles que lhe desobedecem ou faltam o respeito. Após se transladar ao Orúm, sempre vem acompanhada de seu filho Omulú, e ainda é a protetora dos idosos, doentes, das pessoas que possuem deficiência nas vistas e também dos desabrigados.

Sua origem religiosa se dá no antigo Daomé, hoje a atual república de Benin.

Assim sendo, ela é cultuada como Vodun por esse povo e pela nação Gêge aqui no Brasil. Já nos Kêtos e Angolas é cultuada respectivamente como Orixá e Inkisi.

Carinhosamente é chamada de avó dentro das casas de Candomblé, pois que para as lendas, ela é o mais antigo dos Orixás e através dela é que todos, inclusive os Orixás, puderam nascer. Afinal todos somos feitos à partir da lama.

Seu instrumento é o Ibiri, feito a partir de nervuras de dendezeiro e traduz seu poder entre a vida e a morte, pois é ela, quem guarda e governa os portais por onde passamos ao nascermos e depois ao morrermos.

Dado ao seu incomensurável poder, é Nanã a senhora das almas, da morte, dona da chuva, do mangue, da lama, das doenças e de várias ciências, também é dona e nos protege das enchentes.

Seu culto segundo os africanos é o mais antigo de todos, até mesmo mais antigo do que o ferro, descoberto por Ogum e cedido à humanidade para lhes facilitar o trabalho na terra, e por isso em seu culto não se usariam objetos cortantes.

Nos candomblés dos zeladores mais antigos, ao se pronunciar seu nome, se colocava a mão sobre a boca e emitia-se um som. Esse ato é ainda usado dentro da nação Angola, ao se fazer sua reza e na saída do iniciado quando gritamos: Eminakuêra, uuuuuuuuuuuu.

Segundo sacerdotes antigos, as pessoas desse santo, não podiam ter casa aberta, uma vez que não poderiam jamais raspar um yawô e isso pelo fato de ela ser a senhora da morte e nunca sabermos como ela virá em sua manifestação.

Se bem cultuada eleva seus filhos em sua vida material e financeira e esses possuem muita inteligência. Dificilmente encontramos um filho de Nanã que passe por dificuldades maiores. Sendo a fartura uma característica sua. É sincretizada com Nossa Senhora Sant’ana.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
odemutaloia@hotmail.com