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sábado, junho 27, 2009

SERMOS CANDOMBLEZISTAS É TERMOS ORGULHO DE NOSSA FÉ.

Muito se fala em Candomblé, mas, pouquíssimos são os que teem coragem de se identificarem como seguidores dessa doutrina. Omitem-se seja por motivos de discriminação, por vergonha, e tantos outros. No quesito discriminação, teem medo de perderem seus empregos ou de não conseguir emprego, no caso dos desempregados, afinal parece mentira, mas ainda existem empresas que perguntam sobre a religião das pessoas quando solicitam uma vaga.

Outros possuem o medo de se confessarem Candomblezistas ou Umbandistas, por terem amigos na alta sociedade, frequentam sempre esse meio, e se descobrem que são dessas religiões serão discriminados, perderão as vantagens que possuem com aqueles de seu hol.

Por que termos vergonha de nossa religião? Temos sim, que nos confessarmos praticantes dessa doutrina e exigirmos que a Constituição seja respeitada, e com ela nossos direitos.

Conheço até mesmo zeladores que teem medo de se identificarem fora de seus templos, porque perderão as vantagens que possuem em determinados meios que frequentam. Outros sempre dão um jeito de mudarem de assunto quando a conversa desvia para religião, porque sentem verdadeiro horror das pessoas descobrirem que são do santo.

Hoje em dia temos tantas leis e ainda assim insistem em perseguir nossa classe. Temos a lei da homofobia, de combate à discriminação racial e também da discriminação e intolerância religiosa.

O problema é que os primeiros exigem que sejam respeitados em sua opção sexual e sua etnia, o que está corretíssimo uma vez que se a lei existe tem que ser respeitada, enquanto nós candomblezistas e umbandistas, nos escondemos atrás das regras da igreja católica, nos confessamos ser de suas fileiras de fiéis ao invés de nos anunciarmos praticantes da religião afro-brasileira.

Enquanto nos omitirmos, JAMAIS seremos respeitados, pois quem mais pode lutar por nós se nos escondemos atrás de dogmas que nunca foram nossos?

Temos que entender que a era do sincretismo já passou há muito tempo, e se era usado era tão somente porque, primeiro os senhores de escravos e depois as leis do país exigiam que fôssemos “cristãos” não podendo termos outra religião. Mas, graças aos estudos que foram à fonte de desmistificação de muita coisa, viram que nós somos tão CRENTES como qualquer membro de igreja, pois crente é todo aquele que crê em algo, e nesse caso, mais precisamente em Deus e seu filho Jesus.

Após esse entendimento, leis foram criadas, nos garantindo o direito supremo e inalienável de termos nossa religião respeitada e a Carta Máxima da Nação, segue o que foi proclamado em 1948 na Declaração dos Direitos Humanos da ONU, em seu artigo 18º que assim diz:

“Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.

Oras, se a Constituição do Brasil e a ONU nos garantem o direito de escolhermos e praticarmos nossa religião livremente, por que vamos no calar, perante aqueles que se julgam e agem como nossos algozes como se estivessem no século XV?

Por que nos omitirmos quanto a nossa religião, se tantas coisas belas existem nelas? E ainda existe algo gravíssimo: SOMOS PROIBIDOS DE ENTRAR EM HOSPITAIS E PRESIDIDOS PARA DARMOS ASSISTÊNCIA AOS QUE DESEJAREM, E ISSO TAMBÉM FERE A CONSTITUIÇÃO. Vejamos o que ela diz:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.”“.
Ao que podemos observar, “entidades Civis e Militares” subentende-se como hospitais e presídios, então, por que nos coíbem de nossos direitos garantidos por lei? Por isso tudo irmãos amados, é que devemos sempre estarmos atentos ao que dizem nossas leis, nosso código civil e criminal e estarmos muito cientes de nossas obrigações e de nossos direitos.

Até mesmo o casamento celebrado em templos de Umbanda e Candomblé possuem valor jurídico, basta os nubentes estarem aptos a se casarem e a casa estar devidamente legalizada na Federação, Receita Federal e outros órgãos, isso também nos garante a lei!

Então mais uma vez eu pergunto? Por que termos vergonha de nossa religião? Por que nos escondermos em crenças e dogmas que não nos pertencem de forma alguma?

Agirmos assim é nos acovardarmos perante aos nossos antepassados, pois que plantaram seu conhecimento em nosso país, com seu suor e seu sangue, o mesmo que deram para construir essa nação que tanto amamos!

Sejamos nós mesmos! Não nos curvemos perante a imposição de outros e exijamos que nossos direitos sejam respeitados!

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi. Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com

sexta-feira, junho 26, 2009

NANÃ BURUQUÊ OU BURUKÚ

Grande Senhora muito cultuada em todos os candomblés e também muito temida por todos, por ser a Senhora das almas danadas e impossíveis.

Muitas são as lendas em torno dessa personagem da mitologia afro, mas, em uma coisa todos concordam, ela foi a primeira esposa de Oxalá.

Durante sua vida na terra, teria ela sido uma Yabá muito vaidosa, e foi justamente essa vaidade que fez com que ela renegasse seu filho Omulú, abandonando-o dentro do pântano. Essa atitude de Nanã foi pelo fato de ele ter nascido com várias doenças de pele, e ela, vaidosa como não havia outra igual, não se permitia cuidar de uma criança com tantas chagas, pois que essas lhe traziam repugnância.

Omulú teria sido recolhido por Yemanjá a qual comunicou o fato a Oxalá e esse tomado de ira, a condenou a gerar somente filhos anormais. Ainda não satisfeito Oxalá a expulsou de seu reino e determinou que ela fosse residir no mesmo lugar no qual abandonara seu filho.

Desde então, Nanã tornou-se o Orixá mais temido de todas tribos da África e dentre essas, algumas conservavam o ato de as pessoas se jogarem no chão todas as vezes que seu nome fosse pronunciado, pois temiam sua ira.

Tornou-se ela, a dona das doenças cancerígenas com as quais pune àqueles que lhe desobedecem ou faltam o respeito. Após se transladar ao Orúm, sempre vem acompanhada de seu filho Omulú, e ainda é a protetora dos idosos, doentes, das pessoas que possuem deficiência nas vistas e também dos desabrigados.

Sua origem religiosa se dá no antigo Daomé, hoje a atual república de Benin.

Assim sendo, ela é cultuada como Vodun por esse povo e pela nação Gêge aqui no Brasil. Já nos Kêtos e Angolas é cultuada respectivamente como Orixá e Inkisi.

Carinhosamente é chamada de avó dentro das casas de Candomblé, pois que para as lendas, ela é o mais antigo dos Orixás e através dela é que todos, inclusive os Orixás, puderam nascer. Afinal todos somos feitos à partir da lama.

Seu instrumento é o Ibiri, feito a partir de nervuras de dendezeiro e traduz seu poder entre a vida e a morte, pois é ela, quem guarda e governa os portais por onde passamos ao nascermos e depois ao morrermos.

Dado ao seu incomensurável poder, é Nanã a senhora das almas, da morte, dona da chuva, do mangue, da lama, das doenças e de várias ciências, também é dona e nos protege das enchentes.

Seu culto segundo os africanos é o mais antigo de todos, até mesmo mais antigo do que o ferro, descoberto por Ogum e cedido à humanidade para lhes facilitar o trabalho na terra, e por isso em seu culto não se usariam objetos cortantes.

Nos candomblés dos zeladores mais antigos, ao se pronunciar seu nome, se colocava a mão sobre a boca e emitia-se um som. Esse ato é ainda usado dentro da nação Angola, ao se fazer sua reza e na saída do iniciado quando gritamos: Eminakuêra, uuuuuuuuuuuu.

Segundo sacerdotes antigos, as pessoas desse santo, não podiam ter casa aberta, uma vez que não poderiam jamais raspar um yawô e isso pelo fato de ela ser a senhora da morte e nunca sabermos como ela virá em sua manifestação.

Se bem cultuada eleva seus filhos em sua vida material e financeira e esses possuem muita inteligência. Dificilmente encontramos um filho de Nanã que passe por dificuldades maiores. Sendo a fartura uma característica sua. É sincretizada com Nossa Senhora Sant’ana.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
odemutaloia@hotmail.com



quarta-feira, junho 24, 2009

INTOLERÂNCIA CAUSA PRISÃO NO RIO DE JANEIRO

Com muita alegria li essa matéria no Site do G1 <http://g1.globo.com> e confesso que meu coração se alegrou, pois finalmente a justiça contra os que agem com menoscabo contra os Umbandistas e Candomblezistas pelo Brasil afora está sendo feita.

Diz a noticia que uma delegada do Rio de Janeiro, a Drª Helen Sardenberg, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, informou que essa seria a primeira prisão para esse tipo de crime no referido Estado.

Os citados são o pastor Tupirani e um outro membro da mesma igreja, denominada Igreja Geração Jesus Cristo, e eles foram presos na zona portuária do Rio, suspeitos do crime de Intolerância religiosa.

A delegada informou ainda, segundo a matéria, que esses presos são responsáveis pela veiculação na Internet em que uma pessoa que se diz chamar Afonso Henrique se refere com menosprezo a pais de santo.

A denúncia teria sido feita pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa ao MP, Ministério Público, registrando a queixa no dia 17, Quarta Feira e a prisão se deu no dia 19, Sexta Feira.

Embora a prisão dos dois seja ainda em caráter provisório, mas já alcança um ótimo avanço das religiões de matriz africanas. Afinal sempre somos tratados com desprezo, com termos pejorativos e nada se tinha feito até então.

Aproveito esse espaço para repassar essa notícia e solicitar a todos os irmãos e irmãs que se sentirem vítimas de tais atos, que se encaminhem a Delegacia mais próxima de seu templo ou de sua residência e ali faça um Boletim de Ocorrência, não podemos permitir que continuem agindo de forma cruel, vilipendiando nosso nome e o nome de nossa fé e de nossos antepassados.

Essa com certeza foi à primeira de muitas outras medidas que serão tomadas a partir de agora, colocando um ponto final em todas essas ondas de ataques que temos sido vítimas em toda a história de nossa fé.

Lutemos por nossos direitos e exijamos que a lei seja cumprida! Vivemos em uma democracia e temos nossos direitos garantidos por lei.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com

Fonte:<http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1201265-5606,00-PASTOR+E+INTEGRANTE+DE+IGREJA+SAO+PRESOS+SUSPEITOS+DE+INTOLERANCIA+RELIGIOS.html > Acesso em: 22 jun.2009

terça-feira, junho 23, 2009

CONTRA EGUM

Dentro de todos os rituais do candomblé ele está presente e sua importância é imensa nos nossos preceitos. Mas, o que é contra egum?

É um utilitário trançado a partir da palha da costa. Sua confecção se dá com o corpo limpo das impurezas da carne e com rezas de santo feitas durante todo o tempo em que se está confeccionando o mesmo. Também existe a reza para se colocar o contra egum e para retirá-lo da pessoa.

Segundo os mais antigos, ele pertence a Obaluayê e serve para afastar espíritos desencarnados da pessoa que está passando pela obrigação. É de grande significado, pois com suas rezas e posteriormente com sua imantação através de determinados banhos, ele não permite de forma alguma que espíritos de mortos se aproximem de quem o s está usando.

Devemos utilizar os contra eguns mesmo depois de nossos preceitos cumpridos e, sempre que formos a algum hospital, cemitério, delegacias, ou mesmo visitarmos um doente crítico. Dentro de hospitais os utilizamos por ser esse local, um verdadeiro “paraíso” dos mortos, no cemitério dado a ser o local de descanso para nossos entes queridos, e em delegacias e presídios por serem locais infestados de energias negativas.

Algumas pessoas alegam que contra egum pode ser utilizado nos braços, nas pernas ou na cintura, mas isso é um erro. O contra egum somente é utilizado nos braços, o que se usa nas pernas tem outro nome, assim como o que se usa na cintura.

Nas pernas usamos o OPACHORÔ que também pertence a Obaluayê e nesse utiliza-se um guizo preso, pois seu barulho espanta os eguns. Já na cintura usa-se o cordão umbilical que representa a ligação direta do iniciado com seu Orixá.

É importante lembrarmos que ao usarmos os contra eguns nem mesmo Caboclos, Pretos Velhos ou outra entidade qualquer se aproxima de nós, muito menos se incorporam, pois são esses espíritos de desencarnados e assim não se comportam dentro dos segredos do Candomblé.

Sempre que tivermos utilizando contra egum, estamos impossibilitados de praticarmos sexo e de consumirmos bebidas alcoólicas, pois, que nessa fase, nosso Orixá está diretamente ligado a nós e como sabemos, essas coisas lhes são completamente estranhas.

Vale também lembrar que na Umbanda não se usa contra egum, porque suas rezas, sejam para confeccioná-los ou mesmo para retirá-los e colocá-los no médium, são pertencentes tão somente ao Candomblé e que na Umbanda não se conhece as mesmas.

E se por ventura você estiver usando contra egum, não se envergonhe, ao contrário; tenha orgulho do mesmo, pois pertence a uma religião muito mais antiga que o cristianismo.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com


MAIS UM CASO DE INTOLERÂNCIA ASSOLA A CIDADE DO RIO DE JANEIRO!

A intolerância religiosa, continua crescendo, e muito pouco estamos fazendo para salvaguardar nossos direitos. Vejamos o texto que me foi enviado por esse nosso irmão Yango D’Obaluayê que me autorizou sua publicação:

Madrugada do dia 10.06.09, por volta de 02 hs da madrugada, vândalos ou talvez delinquentes invadem a “Tsara Antal Kóczé" - Santuário de Santa Sara Kali - localizada na Estrada do Gabinal, 1799 - Freguesia - Jacarepaguá - Cidade do Rio de Janeiro, Brasil BR, que tem como responsável o Barô Joelmir Amrmendro (mais conhecido como Pai Joelmir D. Oxossi).

Segundo relato de Pai Joelmir o ataque deve ter acontecido de madrugada, pois naquele mesmo dia ele passará hora antes a invasão e tudo parecia normal. No dia seguinte seguindo os seus rituais de rotina e junto a sua esposa Sra. Beatriz Machado e seus filhos, viu sinais de arrombamentos, janelas quebradas, de início pensou em assalto, mas logo que a adentrou o santuário sagrado, viu o que nunca gostaria de ter visto, o seu altar totalmente depredado, imagens de Santa Sara de Kali e de NSra. Aparecida Padroeira do Brasil quebradas, vidros por toda parte, sinais de urina jogados no altar e na parede, sangue em algumas partes das dependências do Santuário, imagens ciganas e vasos totalmente destruídos, pertences de cultos espalhados por toda parte do salão, e o mais interessantes, produtosde valor intactos sem serem levados ou roubados, a cozinha foi totalmente remexida, alguns alimentos foram levados e o dinheiro sagrado do altar também já não estava mais lá.

A Ocorrência foi registrada como: Preconceito de Raça, Cor , Etnia,Religião ou Procedência Nacional (Lei 7.716/89) capitulo artigo 20 da mesma Lei (Lei Caó).

Dia 14.06.09 às 10h da Manhã haverá um manifesto em frente a Tsara, onde a Santa Sara restaurada, será imantada e posta novamente em seu altar.

IRMÃOS TEMOS QUE FAZER ALGUMA COISA, NÃO PODEMOS PERMITIR DE SERMOSVILIPENDIADOS DE PROFESSAR A NOSSA FÉ, NÃO DEVEMOS PERMITIR QUE NINGUÉM POSSA ABUSAR DE NOSSA ANCESTRALIDADE, DE NOSSOS ANTEPASSADOS, A JÓIA RARA E VALIOSA DE NOSSA CULTURA E DE NOSSA RELIGIOSIDADE, TEMOS QUE DAR UM BASTA.

A NECESSIDADE URGENTE QUE AUTORIDADES ASSUMAM SEUS PAPÉIS ESTAMOS CHEIOS DE MEIAS VERDADES, DE MEIAS POSIÇÕES, MEIAS AÇÕES, QUE NÃO VEMOS NUNCA ACONTECER, ONDE ESTÁ OS NOSSOS DIREITOS? ONDE SE ENCONTRA A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA QUE É RASGADA DIARIAMENTE! PRA QUE SERVE O CONGRESSO? A ONDE ESTA A CÂMARA DE VEREADORES QUE SÃO ELEITOS PARA DEFENDER A CIDADANIA DOS CARIOCAS, A ONDE FICA ESTA TAL FISCALIZAÇÃO QUE NÃO APARECE NUNCA! QUANDO DEFATO E DE DIREITO SEREMOS RESPEITADOS?*

segunda-feira, junho 22, 2009

SATANISMO E ADORAÇÃO AO INFERNO NUNCA FOI CANDOMBLÉ

Existem pessoas sem escrúpulos que andam a anunciar aos quatro ventos, que, nós praticantes do candomblé somos adeptos de lúcifer e de seus anjos trevosos. MENTIRA !

Porém essa mentira encontra guarida em FALSOS SACERDOTES que culminam por dizerem para as pessoas que; após sua obrigação, teem que esquecer de Deus, pois quem lhes dará tudo daquele dia por diante é o diabo. CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E FALTA DE CARÁTER!

Sou sacerdote de Candomblé, com 23 anos de feito, pratico Umbanda por amor e nunca vi tamanha barbaridade como essa! Candomblé nada tem a ver com esse ser trevoso que nada tem para oferecer às pessoas. Temos, sim a ver com Deus nosso Pai Celestial e com seus Ministros nossos Orixás! Esses sim possuem tudo que desejamos nessa vida.

Andam por aí esses FALSOS SACERDOTES, pregando que fazem e acontecem, mas, se formos observar suas vidas veremos que vivem em petição de miséria e que muitas vezes nem mesmo o que comerem teem em suas casas.

Claro! Andar pregando os infernos para que possam trabalhar para as pessoas? Em minha opinião isso é no mínimo ridículo e deveriam essas pessoas serem presas, terem até mesmo seus direitos religiosos suspensos em todo o Território Nacional.

Se por acaso você que está lendo essa humilde página foi levado a ouvir essas arbitrariedades, não tema: denuncie o fato à federação e exija que atitudes sejam tomadas para coibir tais atos.

Esses que pregam o satanismo são tão ridículos que ensinam para seus filhos e consulentes que a palavra Candomblé significa magia negra!

Que vão primeiro se formarem como sacerdotes, aprenderem primeiro a falar coisa séria e não essas asneiras que somente saem da boca de quem não tem preparo algum para nada a não ser ROUBAR dinheiro dos outros que de boa fé, entregam seus problemas em suas mãos.

Amarmos nossos Orixás é sobre tudo, amarmos a Deus em primeiro lugar é temermos sua ira e termos a consciência de que a ELE VAMOS PRESTAR CONTAS DE NOSSOS ATOS E NÃO AO INFERNO E SEUS MÍSEROS HABITANTES!

A palavra Candomblé tem significado em nada parecido com diabo, capeta, ou seja, lá o que for. A palavra Orixá, como já expliquei inúmeras vezes tão somente significa Guardião da Cabeça, ou seja: Anjo da Guarda para ficar mais claro. Mas, pessoas sem índole, sem preparo algum, andam por aí dizendo que nossos Orixás são capetas. Só se capeta forem eles, que mentem e roubam usando o nome sagrado de nossos antepassados.

Se temos até mesmo que zelarmos da natureza, pois nele moram nossos Santos, se somos proibidos de usar drogas, se somos aconselhados a viver sem bebida alcoólica em nosso dia a dia, e também a não roubar nada, como podemos servir a esse ser Inferior?

Temos sim, que combater essa prática ridícula que macula de todas as formas nossa fé e que somente serve como meio de vilipêndio. Nunca nossa fé teve algo a ver com seres funestos. Ao contrário, amamos a natureza e Deus acima de tudo!

Não se deixe enganar prezado leitor, amamos somente a Deus e nada mais, e se amamos nossos Orixás, é somente porque esses são a expressão de nosso Criador.

Use seus direitos, exija providências da federação e se afaste de pessoas que pregam tais inverdades.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

odemutaloia@gmail.com

odemutaloia@hotmail.com


domingo, junho 21, 2009

SAUDOSAS GIRAS DE UMBANDA

Antigamente, lá pelos idos dos anos 70 e 80, os trabalhos de Umbanda eram realizados de forma bem diferentes das de hoje. Hoje as coisas mudaram muito e infelizmente parece que o respeito também é algo escasso até mesmo em alguns templos religiosos.

Lembro-me de que ao virarem a linha de caboclo ou preto velho para exú, por exemplo, as crianças eram retiradas de dentro do templo, pois os antigos não permitiam que as mesmas presenciassem esse tipo de trabalho por medo de que as crianças recebessem alguma energia que não fosse 100% compatível com seu desenvolvimento material. E se por ventura o caboclo, pretos velhos, marinheiros ou outro guia fosse realizar um trabalho de puxada, ou seja: trazer algum espírito atrasado que estivesse na vida ou na casa de alguma pessoa ali presente, as crianças e gestantes eram imediatamente retiradas da sala a fim de que não presenciassem o decorrer de um trabalho tão pesado e o mesmo acontecia quando se fazia necessário o uso do fogo de pólvora.

No tangente à bebida então, total diferença de hoje em dia: as entidades não bebiam e quando os exús se incorporavam eram dados a eles apenas uma ou no máximo duas doses de pinga em um coité. Os marujos não bebiam em demasia e assim por diante.

Hoje as coisas andam meio complicadas; realizam qualquer tipo de trabalho na frente de qualquer pessoa, não importando que seja uma grávida ou mesmo criança. Utilizam-se de artifícios mil para convencerem as pessoas a confiarem em seus trabalhos, e isso quando as entidades não chegam para brigarem com alguém pelo fato, por exemplo, de ter discutido em casa.

As bebidas são servidas como se fossem águas em torneira, tamanha a quantidade que se entrega nas salas. Penso que isso não passa de exibicionismo e pretensão, pois que as entidades não precisam de tanta bebida para trabalhar, afinal sabemos que onde existe certa quantidade de álcool somente espíritos inferiores se achegam.

Devemos respeitar as limitações dos corpos dos médiuns, afinal suas entidades precisam deles com boa saúde e disposição e se estão a se entregarem a devaneios e também a exageros, obviamente que somente seres negativos se aproximarão daquela casa e de seus trabalhos.

Também é verdade que nem todas as casas agem assim, que se procurarmos encontraremos pessoas sérias e dispostas a praticarem uma Umbanda com amor e com limitações. Sem o exagero que vemos em uma certa quantidade de templos.

Aliás, nossos templos são nossas igrejas e temos a obrigação moral de zelarmos por eles, não permitindo que nada aconteça e que venha prejudicar o bom andamento de seus trabalhos e mesmo o bom nome de nossa religião.

Zelando por nossos templos, estaremos zelando por nós mesmo uma vez que ali renovamos nossas energias. É ali que nossos menores se comunicam com os demais para lhes amenizar o sofrimento nesse mundo às vezes tão cruel.

E da mesma forma que zelamos de nosso templo. Temos que zelar pelo nome de nossa fé, afinal se somos nós, os primeiros a derrubarmos nossos bons costumes, o que farão as demais pessoas?

Umbanda é paz, amor, equilíbrio acima de tudo, é a união de forças celestiais, de mensageiros de paz e confraternização, e não a orgia que alguns praticam.

Precisamos recuperar o bom senso, levarmos nossos trabalhos sem maiores futilidades, termos a consciência de que somos escolhidos para uma missão divina. Se agimos contrários às leis, estaremos dispondo o bom nome de nossos Guias Protetores.

Amemos pois, a Umbanda e deixemos de lado as futilidades pois elas são necessidades da carne e não do espírito.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

sábado, junho 20, 2009

OROGBÔ OU OROBÔ

Uma fruta muito utilizada no Candomblé assim como o obi. Importantíssima e imprescindível em assentamentos, boris, feituras e demais atos do Axé Orixá. Pertence a família das Garcínias e seu nome científico é Garcinia Kola Heckel, dentro da nação Angola também é conhecido como “falso nós de cola”.

Assim como o obi, os fundamentos de Orixá estão incompletos sem ele, aliás, não fazemos um Yawô sem esse fruto. Originário da África, também é encontrado na Polinésia, Ásia e Austrália.

Ao fazermos o abô, banho sagrado utilizado dentro do Candomblé, essa fruta é um dos itens ritualísticos. Podemos também utilizar o orobô para a consulta de um vivente quando se fizer necessário e claro que não substitui o Oráculo de Ifá. Ao mastigarmos, seu gosto desagrada ao paladar, pois incomoda um pouco, porém, é de imensa utilidade nos preceitos religiosos e serve também para “fechar o corpo” em nosso dia a dia. Também sendo utilizado como banho em determinados momentos de nossa vida quando passamos por algum problema que requeira esse banho.

Ao efetuarmos rituais de Orixá, depois que rezamos e jogamos o obi, fazemos a reza do orobô e procedemos com seu jogo, para sabermos se o Orixá aceitou ou não a obrigação que está sendo realizada.

Ele pode ser utilizado para qualquer Orixá, mas tem um significado para uma determinada qualidade de Xangô que não usa de forma alguma o obi.

Fruto sagrado dos Orixás, a exemplo do obi, não pode de forma alguma ser aberto e jogado por quem não seja feito no santo ou mesmo que não tenha suas obrigações em dia. Seu uso é dentro de Candomblé não pertencendo aos rituais da Umbanda.

Também é muito apreciado por Águé, sendo que em seus rituais é bom que seja sempre usado para aláfia juntamente com o obi e mesmo na falta desse o orobô pode ser utilizado sozinho. Ainda existem algumas casas que utilizam o orobô no preparo de algumas comidas sagradas dos Orixás.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com

odemutaloia@gmail.com





quarta-feira, junho 17, 2009

OS SEGREDOS DA ALUBAÇA, OU CEBOLA.

Como tempero a cebola é muito conhecida por todos nós, seja na culinária do dia a dia em nossas casas ou mesmo na cozinha de santo. Com um pH altíssimo ela é benéfica ao coração como dizem os médicos. Muito embora seu sabor não seja muito apreciado por todos quando crua, porém, sua qualidade medicinal até mesmo no combate dos sintomas da gripe são indiscutíveis.

Dentro do Candomblé, sua utilidade vai muito mais além das panelas quando é usada como tempero: ela serve para o ALÁFIA como chamamos o ato de ler a cebola para interpretarmos os problemas de um cliente e também como confirmação de uma obrigação para egum e exú.

Não que sua leitura seja tão expressa como a do jogo de búzios, mas, se o sacerdote tiver visão consegue interpretar alguns detalhes de um problema quando houver a impossibilidade de se abrir o oráculo de Ifá.

Nas matanças e outros rituais de exú e egum, ela é alafiada para que possamos ter a condição de confirmarmos a satisfação e o recebimento das mesmas, desde que seja preparada com os itens ritualísticos necessários e também com a pronunciação das palavras litúrgicas. Nesse momento deve o zelador proceder com a máxima concentração, pois estará em contato direto com a entidade a qual receberá a oferenda.

Também é utilizada a alubaça ou cebola, como forma de se conversar com Caboclos, alguns sacerdotes mais antigos, diziam ser ela o principal ato para se realizar obrigações para o Caboclo Juremeiro, uma vez que seria ele o dono desse processo. Não digo ser certo ou errado essa afirmativa, mas, sei que tudo que os antigos nos ensinavam tinham sim, seus fundamentos e podíamos ir sempre em seus ensinamentos que dificilmente erraríamos fosse no que fosse.

Pertencente a caboclo, exú ou egum, o fato é que a cebola é parte de nossos fundamentos no Candomblé e sem ela muito pouco podemos fazer para algumas entidades, uma vez que ela substitui o obi quando em suas obrigações.

Mas, fica o alerta: assim como os búzios e o obi, a abertura de uma alubaça para jogo, não pode de forma alguma ser realizada por pessoas que não sejam feitas de santo, ou se assim o forem, mas não tiverem suas obrigações em dia. Isso porque a entidade não reconhece aquele que não tem os fundamentos necessários e esses assim como as rezas para cada ocasião somente são passados para as pessoas com determinado tempo de raspados.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com

terça-feira, junho 16, 2009

ORIXÁS, MITO OU REALIDADE?

Fonte: <http://aulobarretti.sites.uol.com.br>

Foto do Adê Bayanni Usada por Dadá Ajaká . Pertencente a Yêda Pessoa de Castro, Exposta no Museu Afro Brasileiro, 1983.
Sempre que questionam nossa religião, falam que são demônios, que são seres que apenas existem na imaginação popular. Eis aí um grande erro por parte das pessoas, sejam elas leigas ou mesmo de dentro do Axé Orixá.

Existem pessoas iniciadas que dizem que Orixá nunca teve vida terrena, que não passam de seres mitológicos. Outro ledo engano.

Os Orixás existiram sim, obviamente que existem suas lendas, mas eles existiram, foram pessoas que sofreram, amaram, sorriram, choraram, foram felizes e alegres.

O que acontece é que na tradição africana, se cultuam os antepassados como parte do Orúm, Céu, como composições da energia suprema de Olorúm, Deus, e não como seres que após morrerem, simplesmente deixam de existir para toso o sempre.. E isso vários historiadores das culturas e religiões veem mostrando no dia a dia com seus estudos, suas pesquisas.

Um caso muito estudado é do de Xangô, que nasceu em Nupe, terra dos Tapás a mesma cidade natal de sua mãe Torosí. Nessa época quem reinava em Oyó era Dadá Ajaká, seu irmão consanguíneo. Xangô então muda-se para Oyó e foi residir em um bairro chamado por ele de Kossô, que era o mesmo nome da cidade na qual viveu, mantendo assim seu título: Obá Kossô.

Porém, ao perceber a fraqueza de seu irmão, e sabendo que um país precisava de um Rei mais agressivo e destemido, e sendo ele astuto e com muita ânsia de poder, destronou seu irmão Ajaká transformando-se assim no quarto Alafin de Oyó. Dadá Ajaká é exilado sai de Oyó e vai reinar em uma cidade menor e de menos importância, Igboho, essa era vizinha de Oyó. Como tinha sido deposto de seu trono, não mais tinha o direito de usar a coroa real de Oyó.

Destronado ele teve que usar uma coroa de búzios chamada de Adê de Bayanni e essa foi usada por ele até a morte de seu irmão Xangô, ocasião em que Dadá voltou a reinar.

Xangô teria segundo estudiosos, reinado em 1700 a.C. Era ele um Rei severo, um soberano que amava o poder mais que tudo e com isso ele passou a ser odiado por vários de seus súditos.

Possuía ele um exército imenso que era comandado por Afonjá que recebia também o nome de Arê Onã kakanfô, o qual foi o comandante de uma revolta para abolir com o tipo de governo em Oyó. Para essa revolta Afonjá solicitou e obteve apoio de um professor nômade, da tribo dos fulanis, povos que vivem ainda hoje segundo os historiadores em todo o continente africano e são nômades. Esse professor que ajudou Afonjá chamava-se Alim al-Salih, e como bom mulçumano ajudou Afonjá, pois queria ver o culto a apenas um Deus ser introduzido em África, o que deu início para a quebra de toda uma tradição.

Xangô após ser rejeitado pelo conselho de anciãos, foi condenado a se enforcar como era o costume da época.

Aqui faço uma referência a esse fato, para mostrar que nunca, Candomblé foi baseado em lendas de seres que jamais existiram nessa terra! Ao contrário: existiram sim, foram reis, rainhas e pessoas de grande influência em suas épocas. Se estudarmos as pesquisas realizadas por vários historiadores, veremos que muito do que chamamos lendas, são na verdade, passagem da vida dessas pessoas e assim sendo, dignas de todo o respeito possível.

Lembremos também que entre os povos antigos, era costume se adorar os reis como reencarnação de deuses que aqui vinham para guiarem seu povo para um caminho de progresso e prosperidade.

Dentro de nossa religião, encontramos muito mais coerência do que imaginamos, e também encontramos respostas para a questão das qualidades de santo na nossa religião.

Ajaká por exemplo, que a história relata como Supremo General das forças armadas de Oyó, é cultuado como uma forma de Xangô, e com toda a razão, pois foi graças a sua ousadia que o povo yorúba passou a ter um governo mais aberto e com uma certa liberdade a qual era imensa para o tempo ao qual se refere essa história, vejamos que nos reportamos aqui a um tempo de 1700 a.C.

Todas as vezes que rezamos para nossos Orixás, rezamos para ancestrais da raça humana, dado que a ciência já vem provando que foi justamente no continente africano que a vida teve início na terra, e para os africanos foi mais precisamente em Ifé.

Não que Ifé tenha sido o berço de toda a raça humana, mas, da raça a qual pertencemos nos dias atuais.

Sermos candomblecistas é sobre tudo pertencermos a uma religião que cultua o ser humano como parte de um cosmo de tamanho e força incomensuráveis e também a natureza como expressão máxima de Deus Onipotente.

Ao confirmarem que zelamos por lendas, as pessoas geram uma grave falta contra essas pessoas que em seu tempo construíram literalmente o mundo que conhecemos atualmente.

Se faz necessário que amemos nossa religião e que tenhamos orgulho de pertencer a uma etnia que sem a qual não estaríamos hoje aqui.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.

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