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quinta-feira, novembro 30, 2006

O QUE É BORI?


A palavra bori se traduz como: Cabeça comendo. Bo = comer, Ori = cabeça. Esta é uma obrigação à qual podem receber toas às pessoas, iniciadas ou não. Dependendo da situação e do que solicita o orixá de cada um.

Esta obrigação Constitui-se basicamente de recarregar as energias da pessoa fazendo com que toda a carga negativa existente em sua áurea seja substituída por uma positiva. Dependendo de cada situação, podem ocorrer formas variadas de bori e de sacrifício de aves para o Orixá. Em nosso dia a dia, convivemos com situações várias, e que nos colocam em contato com energias que na maioria das vezes em nada são benéficas.

Com os iniciados na religião esta obrigação é realizada uma vez por ano, ocasião que o iawô, recolhe-se por um período de 12 horas, se não for obrigação de feitura, podendo chegar até mesmo há três dias. Neste caso o bori unifica-se com a obrigação de seu tempo de feitura. Estas obrigações são de: 01, 03, 07,14 e 21 anos após sua iniciação. Antes do recolhimento, a pessoa passa por uma sessão de limpeza (ebó ou sacudimento), destinada a retirar as forças inferiores que possam estar junto dele, e neste recolhimento, se oferece, vários tipos de comidas, desde o feijão preto e o inhame cará de Ogum até o ebô (canjica branca) de Oxalá. Nesta ocasião o sacerdote sacrifica aves pré-determinadas pelo Orixá da pessoa, a fim de que esta possa ter mais um ano de vida, alegria, saúde e conquistas em sua vida. Em caso de obrigação grande são oferecidos os chamados bichos de quatro pés, e estes variam de acordo com a qualidade e a solicitação de cada Orixá.

Para os que não são iniciados, esta obrigação varia muito, dado que cada pessoa tem um problema e assim sendo a solução do mesmo difere. Temos o bori de misericórdia, no qual são oferecidos apenas comidas brancas para Oxalá e Yemanjá, e os sacrifícios, constituídos apenas de aves destes santos.

Os antigos africanos acreditavam na força dos elementos da natureza, tanto como parte ativa da nossa existência, como para nos reabastecer de forças positivas que se bem direcionadas, vão nos levar ao alcance de muitas vitórias na vida terrena. Um dessas forças era a comida. Acreditava-se que os ancestrais ao se transladarem para o Orúm (céu), levariam consigo as experiências adquiridas na terra, e em um futuro poderiam aqui retornar para nos auxiliarem de forma direta em vários aspectos de nossas vidas.

Os Africanos possuíam uma filosofia muita a quem das demais seitas e filosofias existentes. Para eles, tudo na natureza possui vida, até mesmo as pedras, e como tais esses elementos são dignos de respeito e proteção. Possuíam desde tempos remotos, uma concepção de proteção à natureza e esta foi passada de pai para filho, tanto que é muito comum nos barracões de Candomblé, existirem uma variedade de flora que surpreende a todos que ali chegam. As comidas oferecidas em obrigações de santo são comumente jogadas dentro de rios e lagos após serem suspensas da mesa do Orixá. O fato de estas comidas serem ali despejadas reflete-se na preocupação com a continuidade da vida. Sabemos que nossos antepassados preocupavam-se com a vida e a preservação da natureza, assim ao despejarem estes alimentos na água, era sua preocupação apenas alimentar os peixes que ali habitam, garantindo assim a continuidade da vida.

Este fator também está evitando o desperdício de alimento. Dentro da casa de uma pessoa iniciada, é verdadeiro tabu desperdiçar o alimento, seja de que forma for. Assim, é comum a divisão da comida de bori entre as pessoas que ali estão, afinal além de não desperdiçar, estariam todos participando daquele banquete, ocasião que aproveitariam o axé deste santo. Nada se desperdiça em uma roça de santo, até mesmo os resíduos que não servem para ser aproveitado para nada, como certas partes dos animais, são enterrados e não jogados no lixo, temos uma concepção de que tudo que se oferece ao santo é sagrado, e assim até mesmo as partes que de forma alguma servem para serem ingeridas, poderão ser utilizadas como adubo natural para a terra, assim ao enterramos estas partes, estaremos dando continuidade ao que nos foi passado por nossos antepassados: na natureza tudo se aproveita, nada se desperdiça.

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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domingo, novembro 19, 2006


COSME E DAMIÃO

Quem de nós nunca participou de uma festa de São Cosme e São Damião em algum terreiro, seja de Umbanda ou Candomblé? Sempre festejados em Setembro, é uma verdadeira viagem à nossa infância, onde podemos nos fartar como bolos, balas, doces e tantas outras guloseimas servidas neste dia. Mas uma é especialmente gostosa: O Caruru, também chamado de Caruru de Cosme! Sim, esta é uma das preferidas guloseimas servidas nas casas de Candomblé por ocasião das comemorações destes santos, que tanto se dedicaram à pobreza em sua vida terrena, o que lhes causou grande perseguição por parte do Imperador Diocleciano durante o século V.

Vamos ver um pouco da história destes mártires:
Muitos dos relatos sobre a vida destes Santos nos dão conta que eles eram gêmeos e nasceram na Arábia, trezentos anos após Jesus, porém seus pais eram Cristãos. Quando maiores foram para a Síria, onde estudaram medicina e passaram a se dedicar exclusivamente ao atendimento gratuito. Seus verdadeiros nomes eram Acta e Passio. Como a maioria dos mártires, existem vários relatos sobre sua morte: alguns dizem que foram lançados de um precipício amarrados, pois foram acusados de serem feiticeiros e inimigos dos deuses romanos. Outros contam que na primeira tentativa de ceifarem-lhes as vidas, foram afogadas, porém anjos vieram dos céus e os salvaram. Já em outro relato vemos que foram queimados, porém mal algum lhes causou o fogo, e depois desta vã tentativa teriam sido apedrejados, mas as pedras simplesmente voltavam para trás sem atingi-los. E por fim foram degolados.
O que se sabe ao certo, é que Cosme e Damião foram martirizados na Síria, por ordem do Imperador Diocleciano, que os perseguia por saber de sua religiosidade e de seus atos caridosos aos pobres. Sabemos que este Imperador foi Inimigo de todos os que não se curvassem perante os deuses romanos, porém é desconhecida a forma como morreram. Os milagres a eles atribuídos começaram logo após sua morte. Consta que, depois de mortos apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Até mesmo no momento de seu suplício os milagres aconteceram. Consta que o gêmeo Acta levitou, e do gêmeo Passio consta à tranqüilidade com a qual aceitou de seu martírio.
Mas os milagres de cura somente apareceram por volta do século V, e fizeram com que fossem considerados “Médicos dos Pobres”, protetores especiais das crianças. Segundo suas histórias, eles não recebiam qualquer tipo de pagamento quando exerciam a profissão na Síria, e com isso ganharam o título de ANARGIROS, inimigos do dinheiro. Depois com a especialização da medicina, foram escolhidos como Patronos dos Cirurgiões.
Seus corpos foram transportados por vários fiéis para Roma, devido à trucidação dos mesmos por Diocleciano, onde foram sepultados em um templo erguido em sua honra pelo Papa Félix IV na Basílica De Roma com as iniciais SS, que se traduzem como Cosme e Damião.
Dado a sua dedicação às crianças em geral, foram eles nomeados protetores das mesmas, e mais tarde as casas de Umbanda passaram a homenageá-los no dia 27 de Setembro, data que o catolicismo também realiza as homenagens. No Candomblé, são sincretizados com IBEJI, gêmeos da África que segundo as lendas, são os protetores das crianças e também da felicidade e riqueza. Segundo algumas casas, seriam eles filhos de Odé e Oyá, mas independente de sua filiação, em uma coisa todos são unânimes: a rapidez com que atendem os pedidos a eles endereçados, em troca de doces e outras guloseimas.
Seu culto foi iniciado no século V, data em que apareceram os primeiros relatos de seus milagres. Existem registros do culto aos irmãos nesta época, que dão conta de que existia em certas igrejas um óleo santo que tinha seu nome e, além do poder da cura, daria filhos a mulheres estéreis.
No Brasil seu culto foi introduzido pelo Donatário Duarte Coelho, 1535, quando este fundou a primeira igreja a eles dedicada, na cidade de Igarassú, (em Olinda, Pernambuco), que em tupi significa: Igara – Canoa, Assu – Grande.
Pai Sérgio, Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.
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Esta matéria teve como fonte de pesquisa a Wikipédia.

quinta-feira, novembro 16, 2006

CANDOMBLÉ E UMBANDA, UMA DIFÍCIL MISSÃO.
Sempre que falamos sobre nossa religião, seja ela Umbanda ou Candomblé, esbarramos na mesma dificuldade: o preconceito. Sermos membros de um destes seguimentos está se tornando cada vez mais perigoso para nós. Afinal, são tantas as perseguições que não me admiraria se dentro de pouco tempo, começassem a nos amarrar e chicotear em praça pública.

A verdade é que somos discriminados até mesmo dentro das casas legislativas e executivas, locais onde na realidade teríamos que encontrar a paz e a segurança do direito à religião. Isso se dá, pelo fato de não possuirmos representantes de nossa fé dentro destes poderes, e consequentemente terminamos por buscar apoio em candidatos de outras ramificações religiosas, que no momento de nos pedir votos, prometem mil vantagens, que sabemos não terem a mínima intenção de cumprir. Esta é nossa realidade inquestionável. Precisamos rever nossa situação perante estes órgãos que, aliás, são mantidos com nossos impostos.

Um outro fator que nos leva sempre a problemas, é o fato de clientes nos procurarem, achando que possuímos varinha de condão, com a qual, resolveremos seus problemas como num passe de mágica. E isso muitas vezes acontece, dado a irmãos que anunciam esta prática de “em tantos dias resolvo seu problema”. E isso tem levado a inúmeras reclamações por parte de consulentes às federações, afinal se prometemos, temos que cumprir. E como Conselheiro sacerdotal, não poderia deixar de criticar este tipo de atitude. Como sacerdotes, sabemos que o tempo que um orixá ou outra entidade levará para resolver uma questão está totalmente fora de nosso alcance e previsão. Sabemos que ao entregarmos uma oferenda, a entidade irá participar de uma verdadeira batalha com espíritos inferiores, a fim de agir em defesa de quem solicitou tal intervenção. Assim, como podemos prever, quantos dias levará es ta batalha?

Existe ainda, aquela fração de consulentes que nos procuram apenas com o intuito de fazer o mal, como se fôssemos bandidos, pistoleiros, que estivéssemos pronto a sair por aí assassinando as pessoas. Faz-se necessário que estas pessoas entendam que somos sacerdotes e como tais, promovemos a paz, a união e não a destruição de quem quer que seja. Precisam compreender que não basta pedir: temos que sr merecedores daquilo que pedimos. Têm que entender que faz parte do sacerdócio, zelar pala vida, e não a destruir. Temos um Deus somente, independente de religião, e somos submissos a este Deus, em tudo que fazemos. Tentar tirar uma vida é algo que um verdadeiro sacerdote, sequer cogita, se nega até mesmo a pensar nesta possibilidade. Mas infelizmente algumas pessoas, acham que por trabalharmos com esta ciência, temos o direito de atentar contra a vida de outros, isso é um erro, um equívoco e temos que combater.

Sermos sacerdotes é antes tudo primarmos pela vida, pela honestidade e respeito tanto para com as pessoas, como para com a natureza, dado que esta é arte integrante do corpo do Criador do Universo. Ficaria um pai, feliz ao saber que alguém está tencionando ceifar a vida de seu filho, por mais que este seja errado? Com certeza que não. Da mesma forma, Deus, nosso Pai Celestial, não ficará nada satisfeito em saber que alguém tenciona atacar um filho seu.

Ainda existe também o comércio desvairado, a ganância de alguns sacerdotes. Não questiono aqui a cobrança do axé ou do chão por um trabalho, mas sim a forma como alguns casos nos chegaram. Zeladores que ao serem consultados, exigem que a pessoa até mesmo desfaça-se de algo de valor, para a realização de uma obrigação. Isso ao nosso ver, é uma atitude de mercenários e não de um zelador. É correto se cobrar pelo trabalho, até mesmo porque a manutenção de um barracão, terreiro, sabe-se que não é nada barato, ao contrário, onera em muito o sacerdote, mas daí a levarmos uma pessoa a se desfazer de algo, ou exigir que nos dê aquilo, é algo totalmente avesso á cultura de nossos orixás.

O que conseguimos com isso? Sacerdotes serem vítimas de armas de fogo, suas casas serem perseguidas tanto por meios legais como ilegais dado a sua atitude, descrença cada vez maior de nossa religião, entre outros. Volto a dizer: concordo com a cobrança por um trabalho realizado, mas algo que não explore a pessoa, afinal, não estaríamos assim tirando proveito da desgraça alheia? Cobrar axé é uma coisa, porém extorquirmos as pessoas é outra. Se olharmos com mais atenção, veremos que certas atitudes é que estão exterminando com nossa religião.

Nos reservemos desses atitudes, sejamos sérios, honestos, fiéis aos nosso clientes e filhos. Vamos combater a discriminação, mas também combatamos atitudes que somente denigrem nossa religião e nossa imagem. E combatamos esta idéia de que somos milagrosos e que trabalhamos contra a vida ao invés de ser em prol dela.

Pai Sérgio,

Tatetú N’inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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quarta-feira, novembro 08, 2006

YAMIM

Estas senhoras conhecidas por Yamins, ou seja, minha mãe, são seres muito antigos da mitologia africana. Segundo as lendas, foi graças a uma oferenda feita pela mãe de Odé, a elas, que ele conseguiu matar com sua única flecha, o pavoroso pássaro que assombrava determinado reino.

Sua forma mais antiga e mais temida é Oxorongá, antiga feiticeira, que da mesma forma que suas irmãs, Abotô, e Alá, possuem cabeça, pés e asas de pássaro, e corpo de mulher. Moram no mais profundo recanto das matas em cima de árvores. Jamais se socializam, não suportam que as chamemos em vão, a não ser se desejamos guerrear contra alguém.

São mães de egum, e as Oxuns mais antigas que existem. O certo é que não devemos pronunciar seus nomes sem um motivo justo ou mesmo proferirmos seu Oriki, palavras litúrgicas, sagradas, que tem o poder de as invocar independente do local que estejamos. Também não devemos pronunciar seus nomes, próximos de alguns elementos da natureza, como a terra vermelha, por exemplo.

Um outro fator importante, é que antes de solicitarmos algum favor delas, devemos estar muito ciente do que pedimos, pois que não poderemos mais tarde nos arrepender e voltarmos atrás. Alguns dos zeladores mais antigos ensinavam que não se deviam cultuar esses seres em residências onde houvesse crianças. Muitos deles, aliás, tinham verdadeiro pavor até mesmo em proferir seus nomes. Isso era tabu. Seu culto sempre foi um dos mais secretos no Candomblé e sua cerimônia de padê, somente é presenciado pelos iniciados na casa e assim mesmo, que tenham certo tempo de feitos. Um abiã, (iniciando), um cliente, jamais presenciam esta cerimônia.

Muitos acreditam que sem a preparação do Encantamento do Orixá em nossas cabeças, elas podem até mesmo nos matar. São seres de poder imenso e, que uma vez invocados nada nem ninguém poderá subjugá-las. Em sua cerimônia de padê, geralmente as mulheres é que participam, assim mesmo, dependendo da Qualidade de seu santo. Uma pessoa de Oxalá, por exemplo, participa da cerimônia, mas tão somente como observador e não como parte ativa.

Suas oferendas são entregues em primeiro lugar, para depois então agradarmos as demais entidades, antes de iniciarmos os festejos de um terreiro de Candomblé. Ao que se sabe, elas não possuem filhos, ou seja: não se raspa uma pessoa para Yamim, se por ventura existe alguém que seja seu filho, é necessário que o sacerdote recorra a Ifá, e se aconselhe sobre qual santo deve ser encantado, dado que não é qualquer outro santo que pode ser feito em seu lugar. Somente algumas qualidades poderiam substituir as mesmas.

Se precisarmos de um favor delas, devemos nos preparar muito antes, afinal são seres muito antigos, desconhecem muitas coisas, porém, conhecem segredos que jamais poderíamos imaginar que existem. Quando provocadas, causam terrores inimagináveis na vida de quem as provocou.

Segundo antigos zeladores, elas seriam as Bruxas do Candomblé, e como tais, com muito conhecimento tanto para o bem como para o mal. Dado a isso, esses antigos sacerdotes sempre buscavam alternativas diversas antes de invocarem seus nomes e sua presença. Também nos ensinavam que: “uma pessoa, sem o devido preparo e conhecimento necessário, jamais deve se atrever a invocar essas poderosas feiticeiras”.

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terça-feira, outubro 31, 2006


FAZER O BEM


Eis aí uma questão que muitas vezes nos leva a um pensar profundo, uma certa sensação de incômodo dentro de nossa alma, e conseqüentemente a uma pergunta: será que realmente fazemos o bem?

Muito embora seja este um dos incansáveis ensinamentos de Cristo (Oxalá), é comum passar desapercebido em nosso dia a dia. Como constituir uma sólida vida futura se tão somente nos esquecemos deste verdadeiro Emblema de Jesus?

Uma questão das mais polêmicas para nosso espírito com certeza. O que afinal seria FAZER o Bem sem Olhar a Quem?

Constituiria-se este ato, apenas em conceder doações financeiras ou não para mendigos e entidades beneficentes? Esses nossos atos, apagariam nossas intolerâncias com outros?

Devemos pensar e repensar de forma incansável neste tópico que tão primordial é, para que possamos obter de nossos orixás e de nossos guias protetores, a proteção que tanto necessitamos nesta nossa caminhada pela terra.

Diz um antigo ditado que: “palavras convencem, exemplos arrastam”. Assim devíamos observar com maior atenção os exemplos deixados para nós, pelo homem que mais sofreu nesse mundo, mas mesmo padecendo feito carneiro imolado nas mãos de seus carrascos, não desanimou nem um dia sequer de quem quer que fosse.

Apesar de seu tamanho poder, ele acreditava que dentro de cada um de nós, existia a chama de Deus Nosso Pai, e assim nutria a esperança, a certeza de que se nos empenhássemos de verdade, conseguiríamos levar adiante este seu pensamento e esta sua prática.

Fazer o bem com certeza não se constitui apenas de nossas doações a entidades que sequer nos conhecem. Claro, elas são válidas, mas e quanto aquele nosso semelhante, que está tão próximo de nós, mas que por motivos de rancor, mágoa, deixamos de ajudar? Não seria justamente este, o ato que ele, Cristo, esperaria de nós?

Fazer o bem é darmos um sorriso que seja a quem está triste, é consolar a quem chora, mostrando que podemos transformar em risos nossas lágrimas, é alimentar a esperança de cura em um doente, enfim, são tantas as formas. E isso tudo também se constitue em amor e caridade.

Não nos adianta somente fazermos o bem a quem nos ama, ou simplesmente não nos conhece, o principal ato de fazer o bem, é justamente com aqueles que nos odeiam, nos caluniam, nos roubam, que simplesmente não desejam nosso bem. Aí sim, nossa atitude com certeza terá o valor esperado pelo Criador de tudo e de todos.

A tolerância é fazer bem. A chance que damos de alguém aprender, é fazer o bem. Enfim; qualquer que seja o bem que fizermos, é importante que façamos, Sem Olhar A Quem.

A partir do momento, que sairmos do comodismo, e realmente praticarmos este ato, veremos o quanto aumentaremos nossas conquistas neste mundo. Sejam elas, materiais ou espirituais.

Porém é preciso que façamos, sem esperar recompensa, pois que esta deve ser uma conseqüência, e não uma meta principal. Se dividirmos nosso pão com quem precise, deixemos que o anonimato nos livre da arrogância e do falso reconhecimento. Afinal, qual deles seria mais importante: o dos homens, ou o dos espíritos superiores?

De nada nos adianta juntarmos reconhecimentos terrenos, se nos corrompemos com o orgulho e outros vícios da matéria, perdendo assim o glamuroso reconhecimento das esferas superiores.

Deus meus queridos, é sabedoria, mas também é humildade. Façamos por nossos semelhantes, na certeza de que estamos fazendo por nossos irmãos legítimos, e veremos a verdadeira recompensa que nos guarda o Grande Arquiteto do universo.

Antes de xingarmos, amaldiçoarmos, perdoemos, pois este é um Fazer o Bem, Sem Olhar a Quem.

Que a paz de nosso Pai Oxalá reine em nossos corações.

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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A MORTE


Quem de nós nunca sofreu com a horrível sensação que nos causa a morte? A triste certeza de que nunca mais veremos aquele nosso ente querido, nos machuca como nunca fomos machucados.

Esta certeza FALSA é que nos faz sofrer. Para os que realmente crêem no espírito, na vida após a morte e na reencarnação, esta tão temida sombra não existe. Afinal, vamos todos, nos reunirmos um dia.

Sabemos que quando Deus nos colocou aqui, foi tão somente para que pudéssemos cumprir nossa missão, e após, retornarmos a nossa verdadeira morada. Se observarmos com atenção, veremos que a tão temida morte, na verdade, não é nada mais que o retorno ao lar, depois de longa viagem.

Observemos: nascemos, crescemos, estudamos, nos apaixonamos, nos casamos, constituímos nossa família e após todo este trabalho, voltamos ao encontro de nosso criador. Temos assim a chance real de nos redimirmos de nossas falhas, de nossos erros do passado, e darmos assim quitação plena de nossas dívidas para com nossos irmãos, nossa consciência e principalmente para com Deus Nosso pai.

A única coisa que temos que fazer para merecermos o descanso após esta exaustiva jornada é praticarmos o amor, o perdão incondicional e o desapego aos bens materiais. Afinal sabemos que uma pessoa extremamente apegada aos seus bens terrenos corre o risco de tornar-se um espírito incapaz de se separar de seu invólucro terrestre.

Estudando as filosofias espíritas, seja ela Kardecista, Umbandista e até mesmo no Candomblé, encontraremos uma unanimidade em um fato: nosso corpo é para nosso espírito, como uma roupa suja para nós. Ao chegarmos ao fim do dia, tudo o que desejamos é tomar nosso banho e nos livrarmos daquela roupa, pesada e incômoda de tanta poeira acumulada no decorrer do dia.

Assim nosso espírito age com relação a nosso corpo: passados os anos neste planeta, ele não vê o momento de se libertar e poder assim, ir ao encontro daqueles que lhes são caros, e que teve que separar dado a sua encarnação.

Morrer é tão somente nos libertarmos dos sofrimentos que são peculiares na terra. Assim sendo, por que tememos esta finalização de nossa jornada?

Claro que muitos dirão: “mas nunca voltaram os mortos para nos dizer como é do outro lado”. Mas a ciência já está provando a existência do espírito, e de uma vida após túmulo. Se olharmos com atenção e carinho a vida de Jesus de Nazaré, veremos que ele se preparou à vida inteira para a morte. Teria se preparado sabendo que acabaria tudo ali? De forma alguma.
Cristo se preparou para a morte, justamente por saber que ela na verdade não existia. Tão somente se preparou para encontrar-se com seu pai. Eis a sabedoria!

Com certeza alguns de nós já ouviu o ditado que diz: “viver, é tão somente aprender a morrer”. Caros e amados irmãos: eis a verdade puríssima. Ao desencarnarmos, levamos para além túmulo, as nossas qualidades, mas também nossos erros e defeitos.

Acompanhando as leis de Deus, nosso espírito deverá prestar contas de seus atos aqui na terra. Assim sendo se deixamos atrás de nós, um rastro de maldades, com certeza haveremos de obrigatoriamente resgatá-los um por um. Mas posso afirmar, que jamais este resgate seria em uma imensa cozinha, com caldeirões extraordinariamente grandes, e um ser de chifres e rabo a nos cozinhar como se fôssemos o prato do dia em caríssimo restaurante.

Este resgate se fará através da reencarnação. Esta é uma forma justa que nos concede nosso Pai Celestial; de pagarmos nossas dívidas para com aqueles que ferimos e machucamos, seja de forma direta ou indireta.

Para provarmos isso, basta que olhemos quantas famílias existem, onde impera a desavença entre irmãos consangüíneos. Seria criação deturpada por parte dos pais? Claro que não! Apenas são espíritos resgatando males que fizeram em uma outra encarnação.

E para que isso pudesse acontecer, tiveram que retornar ao nosso verdadeiro lar, ou seja, tiveram que morrer. Então por que temermos a morte sendo ela, uma chance de resgatarmos nossos débitos?

Seria algo injusto uma pessoa desejar voltar para sua casa? Da mesma forma acontece com nosso espírito. A morte também garante o direito daqueles que aguardam sua vez de voltar, a “vaga” que precisam. Afinal tudo na vida é um ciclo, basta que tenhamos amor, fé em Deus e haveremos de ultrapassarmos esta barreira imposta pelo medo.

A psicologia nos ensina que o temos medo, daquilo que nos é incompreendido. Assim sendo, precisamos enfrentar nosso medo, passarmos a compreender e entender o que realmente significa a morte, e aí venceremos a batalha.

São Francisco de Assis, de forma magnânima nos mostrou isso quando proferiu a seguinte frase de sua linda oração: “... e é morrendo que se vive, para a vida eterna!”.

Será então que a morte é o “salário do pecado” como pregam as igrejas? Posso lhes assegurar que não. E se os asseguro, é tão somente por conviver a mais de 30 anos com nossos guias, orixás, e principalmente por ter vencido este medo. Morrer meus amados é retornarmos para junto de nossos entes, entes esses que sequer lembramos, mas, que existem. Afinal não somente falo daqueles que nos foram caros na terra, mas daqueles que nos são caros na vida espiritual.

Uma forma de nos tornarmos merecedores desta paz pós-morte é a caridade, e a maior caridade é amarmos nossos inimigos. Perdoar-lhes tudo que nos fizeram, não um perdão fictício, mas aquele que emana de nosso coração.

Em vez de desejarmos mal para nossos inimigos, rezemos para seus anjos guardiões, a fim de enxerguem que não é a nós que fazem o mal maior, mas, a si mesmo. Eis aí a maior de nossa prova, afinal como amarmos quem nos odeia? Neste momento lembremos de Jesus que perdoou seus algozes em seus últimos momentos de vida.

Deus com certeza habita em um coração tão puro assim, conduzirá este espírito a local onde poderá receber toda ajuda possível após seu desencarne, mas, se por ventura não formos capazes de perdoar, não esperemos que nos perdoe nossos irmãos e Deus Nosso pai. Vingança de Deus? Não Justiça apenas.

Lembremos de uma lei: “para cada ação, existe uma reação”. E estaremos assim entendendo um pouco mais desta maravilhosa justiça. Se perdoarmos, por qual motivo não seríamos perdoados?

Mas lembremos também de que um criminoso, paga por seus crimes, e nós teremos que pagar por tudo que fizemos aqui. Nossos anjos da guarda, nossos orixás, tão somente esperam que possamos ter a sensatez de usarmos nosso conhecimento para promovermos a paz e o perdão, e não para atacarmos impiedosamente àqueles que feriram a nós ou à outra pessoa.

Sei que em muitos casos, a violência é tão grande que chegamos mesmo a desejar a morte de uma pessoa. Mas, será que não cometemos erros tão graves também? A calúnia, por exemplo, ela age de forma cruelíssima naqueles que dela são vítimas, quantas vezes uma pessoa desejava apenas um sorriso, e não fomos capazes de ceder-lhe?

Sei amados, que muitas vezes, falar é mais fácil, mas por que não começarmos hoje mesmo? Poderíamos por exemplo começar perdoando aquele nosso vizinho que de forma tão ríspida se dirigiu a nós, sem que motivo aparente o déssemos para tal. Se perdoarmos uma pessoa que seja, veremos como este ato nos deixará leve, com a sensação de que estamos em um lugar agradabilíssimo à nossa alma.

Assim estaremos realmente nos preparando para morrer. E passaremos doravante, a não temermos este tão incompreendido e certo destino, único a tudo que tenha vida neste planeta.

Morrer, não consiste em término de nada, mas no recomeço de nossa jornada espiritual, pois que é a única maneira de nos reunirmos com todos que amamos aqui e lá, em nosso mundo verdadeiro.

Lembremos de outra frase de São Francisco de Assis: “..., pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”. E com certeza o ato de dar, constitui-se principalmente em DAR O PERDÃO, O PÃO, A ÁGUA PARA NOSSO INIMIGO.

Amemos para sermos amados, perdoemos para sermos perdoados, e principalmente, aprendamos a destemer a morte, pois quando nascemos, já temos nosso retorno marcado. É como se fizéssemos uma viagem e antes de embarcarmos, já efetuássemos a compra de nossa passagem de volta.

Deus é amor, paz e caridade, nos lembremos disso.

E nos lembremos também que como um pai saudoso, ele espera o retorno de seu filho amado.

Sérgio Silveira

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quinta-feira, outubro 26, 2006

Prece de Ismael


Glória a DEUS nas alturas, paz aos homens na Terra ! JESUS, bom e amado Mestre, sustenta os Teus humildes irmãos pecadores nas lutas deste Mundo!
Anjo bendito do SENHOR, abre para nós Teus compassivos braços. Abriga-nos do mal, levanta nossos espíritos à majestade do Teu Reino, infunde em todos os nossos sentidos a luz do Teu imenso amor !
JESUS, pelo Teu sublime sacrifício, pelos Teus martírios na cruz, dá a esses que se acham ligados ao pesado fardo da matéria, a orientação perfeita do caminho da virtude, o único pelo qual podemos TE encontrar !
JESUS, paz a eles, misericórdia aos nossos inimigos ! Recebe em Teu seio bendito, a prece dos últimos de Teus servos !
Bendita estrela, farol das imortais falanges, purifica-nos com Teus raios divinos, lava-nos de todas as culpas, atrai-nos para junto do Teu seio, santuário bendito de todos os amores !
Se o mundo, com seus erros, paixões e ódios, alastra o caminho de espinhos, escurecendo o nosso horizonte com as trevas do pecado, rebrilha mais com a Tua misericórdia, para que seguros e apoiados no Teu Evangelho, possamos trilhar e vencer as escabrosidades do carreiro e chegar às moradas do Teu reino.
Amiga estrela, farol dos pecadores e dos justos, abre o Teu seio divino e recebe nossa súplica pela humanidade inteira ! Que assim seja !


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domingo, outubro 15, 2006


OKÊ ARO


Muito se fala em Odé, Oxossi, Lambaranguange; mas na maioria das vezes no esquecemos de sua essência principal: a de um caçador, que vendo um reino dominado pelas forças das grandes bruxas das florestas, não poupou esforços e colocando sua própria vida em jogo, atingiu com sua flecha única, o peito do grande pássaro da morte que assombrava aquele reinado.

Dentro das várias ramificações do Candomblé, o vemos receber várias nomenclaturas, o que muitas vezes causa discórdias entre os sacerdotes e seus seguidores: Odé no Kêto, Lambaranguange no Angola, Agangatolú no Jêje, mas esquecemos de ver que são apenas nomes, e que na íntegra, a entidade é a mesma.

Quando da vinda dos negros para o Brasil, foram aqui se confraternizando, e conseqüentemente adotando uns, as divindades do outro, e graças tão somente a essa miscelânea, surgiu o Candomblé que conhecemos. Para termos essa certeza, basta olharmos com mais atenção às suas características dentro das várias Nações existentes: independente da forma como é chamado, este orixá, sempre tem a mesma função: a caça como forma de abastecer as tribos, e também a de caçador de almas, os eguns. Esta segunda respeitando é claro suas qualidades.

Não importa se o conhecemos como Lambaranguange, Odé, Oxóssi, o que importa é que sem ele não teríamos a caça, o alimento em si. Pergunto-me por que de ficarmos perdendo tempo com disputas medíocres tão somente por nomenclatura e, não nos confraternizarmos como uma só tribo, o que somos na realidade.

Será que ao plantarem suas raízes nesta terra, nossos antepassados se preocuparam com nomes? Creio que não. O que desejavam na verdade, era tão somente retornar para sua pátria com a sua liberdade. Não estaríamos nós, de certa forma, praticando a mesma discriminação que foi tão praticada pela Igreja católica?

Odé, com certeza, não está nem aí para o nome que o chamamos. Para ele com certeza o que vale, são as homenagens que seus Muitos filhos lhe ofertam, sejam elas, com o Ingoroci ou com o Odé Erã Efum. Da mesma forma que com certeza também, não está preocupado em mostrar que o correto em seu cordão de cantigas é Aruê Caçador, Lambaranguange Muká Simbaué, ou se Güerú, Güerú, Lírio, Lírio, uma vez que para ele conta o respeito que deviríamos ter um com a Nação de outro.

Tudo isso me leva a ver cada vez mais, que certos mesmos estão os Caboclos de Umbanda quando cantam: “......, Tindorerê, Tindorará, sem Senhor Oxóssi não se pode trabalhar”. Com certeza, eles em sua humildade, que aliás deveria ser seguidas por nós, pobres mortais, estão agradando bem mais à Divindade, uma vez, que não estão nem aí com o nome que o damos, ou com nossas disputas imbecis, estão sim apenas e tão somente reverenciando a um Verdadeiro Rei.

Louvemos a Deus nosso Pai, que a tudo criou, e que nos permite ter contato com seres tão maravilhosos quanto Odé, agradeçamos a Odé, por nosso pão de cada dia, o que nos provém com seu dom de caça.

VIVA OXÓSSI TÃO SOMENTE E NÃO UMA NOMENCLATURA!

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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segunda-feira, outubro 09, 2006

BOIADEIROS

Hão de concordar comigo, os Umbandistas, Candomblezistas e freqüentadores destas casas, que é lindo vermos em uma sessão, ou mesmo numa festa o momento em que estas entidades chegam, tangendo seus laços, dando seus brados, como se estivessem nas campinas com sua boiada.

Quem de nós nunca se maravilhou com estes seres encantados que tanto nos ajudam em nossos momentos difíceis? Em sua maioria são oriundos dos sertões de Minas Gerais, local onde viveram tempos atrás, mas também existem aqueles que se originam de outros estados brasileiros, e carregam consigo o sotaque e as maneiras de ser e de agir praticado em sua terra natal.

Para os que são leigos na religião, muitas vezes são postos em dúvidas por várias razões. Mas quando requisitados para uma demanda qualquer, aí sim; mostram seus valores incomensuráveis. São espíritos que muitas vezes trazem consigo a dureza e a rispidez próprias de seu trabalho quando encarnados. Quem já teve oportunidade de conviver com carreiros e vaqueiros, ou mesmo ouvir algum relato de alguém de uma idade maior, sabe o quanto era difícil esta tarefa.

Demandar com gado, nada tem de fácil, e eles muitas vezes foram obrigados a tomarem atitudes contrárias a seu pensar, dentro de sua profissão. E hoje a maioria carrega ainda em espírito, estas dificuldades pelas quais passaram neste planeta.

Sempre que estivermos em dificuldade tamanha, saibamos que podemos contar com a ajuda destas entidades. E eles a exemplo das demais entidades, não se preocupam com nosso vestuário ou mesmo com nossas posses. Ao contrário: ajudam sem questionamentos.

O único problema que podemos encontrar, é com relação à mentira, pois estes bravos vaqueiros, não a suportam em hipótese alguma, e se nos flagram nesta atitude, imediatamente nos chamam à razão e nos pedem para abandonarmos a prática.

Seus nomes são variados: Zé Mineiro, Zé das campinas, Boiadeiro Menino, Iluarada, Tião Carreiro, Zé carreiro, Mineiro, dentre outros tantos. Seus nomes indicam sua natalidade, mas independente de sua origem, buscam sempre a verdade.

Alguns de seus pontos:

Seu Boiadeiro por aqui choveu,

Choveu choveu,
Que abarrotou,

Foi tanta água que seu boi nadou.

Zé mineiro estava sentado,
Auê, auá,
Na porteira de um curral,

Auê, auá,
Se levanta Zé mineiro,
Auê, auá,
É hora de trabalhar;
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau,
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau.

Corta capim aê, campineiro,
Corta quando eu mandar campineiro.

Maré encheu,
Maré vazou,
De longe, muito longe,
Eu avistei Iluarada,
A sua cabaninha coberta de sapê,
Seu arco sua flecha, sua cabaça de mel.


Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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SALVE AS ALMAS, SALVE OS PRETOS VELHOS


É comum encontrarmos nos terreiros de Umbanda, estas entidades, humildes, transparentes, amorosos, calorosos, e sempre dispostos a perdoar a quem quer que seja.

Uns trabalham pela linha das matas, outros pelas águas, mas uma coisa tem em comum: as almas! São todos eles, fervorosos trabalhadores da ceara de nosso pai Oxalá. Não importa para eles, se somos descendentes de seus algozes. Em sua visão, somos apenas filhos de Deus, e como tais, dignos de amor e caridade.

Sempre que vêm uma pessoa sofrendo, ali estão eles, com sua palavra amiga, reconfortante, nos mostrando o caminho a seguir. Mas, muito nos dói, quando vemos algumas pessoas, que por serem adeptas do Candomblé, desprezarem a Umbanda e seus guias, principalmente os pretos velhos.

Achamos uma incoerência, uma barbaridade mesmo, pois que se formos observar os fundamentos destas entidades, veremos que são seres de altíssimo conhecimento sobre todos os aspectos da vida em geral, além de uma imensa sabedoria nos assuntos espirituais. Mas, dado a sua humildade e desapego, não se preocupam em demonstrarem os mesmos, deixando que com o passar dos tempos, cada um de nós vá se aperfeiçoando e aprendendo os verdadeiros valores da vida e até os deles próprios.

Muitos são os feitos destas entidades, podemos presenciar, como aliás, qualquer um que freqüente um terreiro de Umbanda, inúmeros favores e caridades que eles prestaram a quem necessitava, sem que se importassem em momento algum, com recebimentos, fossem de que forma fosse. Sempre atentos, procuram nos orientar, nos educar, nos mostrando que a caridade e o perdão, são as únicas formas de alcançarmos o tal almejado aprimoramento espiritual.

Quem de nós nunca necessitou de uma palavra ou até mesmo de uma Mandinga destes guias? E se formos olhar mais atentamente, veremos que eles Nunca em momento algum, optam por realizar obrigações para o mal, por pior que sejam nossos inimigos. Em certa ocasião, um preto velho foi requisitado por um freqüentador de determinado terreiro, que solicitou um trabalho contra um “inimigo” , mas, o trabalho que ele queria não estava dentro dos preceitos destas entidades. Então carinhosamente o preto velho o perguntou: “filho, sabe me dizer por que desta pessoa o querer tão mal?” E o consulente deu suas versões sobre os fatos, as quais o vovô, como são chamados carinhosamente respondeu: “filho meu, não estou aqui para julgar seus méritos, mas desejo te lembrar, que a justiça divina se aplica a todos e não somente a uma única pessoa. Se esta pessoa o fez tanto mal assim, entregue nas mãos de Deus e de seus mensageiros, pois vingança não verá, mas, com certeza verás a Justiça dos céus, e ela filho meu, é imparcial, pune sem piedade”.

Esta pessoa saiu tão maravilhada que disse para os presentes: “nunca em minha vida poderia receber algo tão maravilhoso quanto hoje. Abençoada seja a Umbanda e seus guias de luz”.

Como vemos, os pretos velhos, nada têm de atrasados como dizem algumas pessoas, ao contrário, são espíritos que sempre buscam pela paz e harmonia entre nós seres humanos.

As falanges destes trabalhadores do bem, são infinitas, e infinito também é o número de seres que nelas habitam e trabalham. Dentre eles, relatamos aqui alguns nomes de entidades, com as quais tivemos a honra de conviver:

Pai Joaquim de Angola, á quem, aliás, não somente tive a honra de conhecer, como também de recebê-lo nesta humilde matéria, e para o qual destino esta página.

Pai Joaquim de Aruanda, glorioso semeador de paz.

Pai Tomé, grande trabalhador em causas diversas, inclusive judiciais.

Pai Benedito, maravilhoso preto rezador.

Pai João, um dos primeiros a se manifestarem na Umbanda.

Pai Geremias, valoroso conselheiro.

Pai José, companheiro inseparável de Pai Joaquim.

Vovó Cambinda, guardiã de muitos segredos, inclusive o da clarividência.

Vovó Tereza, muito requisitada por parturientes, juntamente com Vovó Cambinda.

Vovó Maria da Calunga, como diz o nome, protetora nas causas que envolvem diretamente as almas.

Mãe Benedita, senhora valorosa, conhecedora de muitas mandingas.

Pai Cipriano, da linha de São Cipriano.

Estes são apenas alguns dos nomes como citamos, pois que suas falanges são intermináveis e seus nomes com certeza não caberiam todos nesta humilde página. Mas lembramos que todos são de máxima importância, não havendo este ou aquele que seja superior.

Queremos lembrar que todos eles são despojados de sentimentos contrários à natureza Divina: ódio, rancor, mágoa, soberba, vingança, hipocrisia, e tantos outros que em nada refletem a soberania de Deus Nosso Senhor.
Por se tratar de espíritos que aqui viveram como escravos, são despojados de luxo, pregam a humildade como forma única de nos elevarmos espiritualmente e materialmente.

Seres de luz e paz, onde quer que estejam, invocam a presença das almas, uma vez que juntamente com elas é que trabalham, não se abstendo jamais em socorrer a quem os procure na esperança de encontrar um pouco de paz para seu coração e sua alma.

O dia 13 de Maio, data da libertação dos escravos, é o dia de sua homenagem, e em muitos terreiros são servidos neste dia pratos deliciosos como: feijoada, angu, tutu de feijão, carne seca e outras.

Seu dia de culto é a segunda feira, dia das almas e de Obaluayê, Orixá que as governa.

Sua cor preferida é o preto e o branco, podendo variar de acordo com particularidades de cada um deste seres.

Geralmente bebem café amargo, fumam cachimbo, e usam velas brancas nas sessões.

Sua saudação é: Adore as almas! Salve os pretos velhos!


Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá

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quinta-feira, setembro 07, 2006

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DO DESTERRO


Oração a Nossa Senhora do Desterro
Ó Bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo Salvador do Mundo, Rainha do Céu e da Terra, advogada dos pecadores, auxiliadora dos cristãos, protetora dos pobres, consoladora dos tristes, amparo dos órfãos e viúvas, alívio das almas penantes, socorro dos aflitos, desterradora das indigências, das calamidades, dos inimigos corporais e espirituais, da morte cruel dos tormentos eternos, de todo bicho e animal peçonhentos, dos maus pensamentos, dos sonhos pavorosos, das cenas terríveis e visões espantosas, do rigor do dia do juízo, das pragas, dos incêndios, desastres, bruxarias e maldições, dos malfeitores, ladrões, assaltantes e assassinos. Minha amada mãe, eu prostrado agora aos vossos pés, com piedosíssimas lágrimas, cheio de arrependimento das minhas pesadas culpas, por vosso intermédio imploro perdão a Deus infinitamente bom.
Rogai ao vosso Divino Filho Jesus, por nossas famílias, para que ele desterre de nossas vidas todos estes males, nos dê perdão de nossos pecados e nos enriqueça com sua divina graça e misericórdia. Cobri-nos com o vosso manto maternal, ó divina estrela dos montes.
Desterrai de nós todos os males e maldições. Afugentai de nós a peste e os desassossegos. Possamos, por vosso intermédio, obter de Deus a cura de todas as doenças, encontrar as portas do Céu abertas e convosco ser felizes por toda a eternidade. Amém.
(Rezar 7 Pai-nossos, 7 ave-marias e 1 Credo ao Sagrado Coração de Jesus, pelas sete dores de Maria Santíssima).

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quarta-feira, setembro 06, 2006

EXÚ

É muito comum vermos esta entidade ser chamada de capeta, demônio, etc e tal. Esta é uma forma errônea que nem de perto passa da realidade deste ser.

E o erro começa na interpretação de seu nome: ao contrário do que acreditam pessoas de outros seguimentos religiosos, e até mesmo do candomblé e umbanda, a palavra exú, Nunca se traduziu como capeta ou algo semelhante. É uma palavra do dialeto yorúba que tão somente significa Esfera. Sim, a palavra exú significa esfera apenas. E o outro nome com o qual o conhecemos, Bára, significa força.

Dentro do candomblé de Angola, existem dois tipos de exú: o orixá e o catiço.

O exú orixá, é aquele que ao nascer uma criança, ele o adota como seu protegido, sendo assim, ele se torna seu anjo da guarda, como Ogum, Odé, Oyá Yemanjá e os demais. Este orixá é de uma complexibilidade muito grande, pois por ser o primeiro a ser homenageado nas cerimônias, nós zeladores, temos formas de agir com ele, totalmente adversa às formas que agimos com os demais orixás. Sua importância é incomensurável dentro dos preceitos do axé orixá.

Ele representa uma das cabaças que Olorúm (Deus), usou para criar o mundo, sendo assim ele está ligado diretamente à criação do planeta e dos seres humanos. É guerreiro como seu irmão Ogum, porém seu caráter é muito mais intempestuoso que o de Ogum. A ele, exú, devemos muitas coisas, e uma delas é a garantia de nossos pedidos chegarem até nossos orixás e ao próprio Deus. Sem ele, jamais conseguiríamos alcançar as graças que solicitamos em nosso dia a dia.

Segundo as lendas afros, este orixá, por ser uma das cabaças utilizadas na criação do mundo, conhece não somente todos nossos sentimentos e necessidades, como também a face do próprio Deus. Sendo assim ele, tem livre acesso aos ministros de Deus, os quais conhecemos como Orixás.

A outra qualidade de exú do candomblé de Angola o catiço, vem como escravo de nossos orixás, mas, isso não faz com que sua importância seja menor que seu ancestral o exú orixá. Ao contrário: quando nos deparamos com problemas sérios, esta entidade é que literalmente guerreia em nosso favor. Este exú, o catiço, tem como finalidade principal, de servir ao nosso orixá, tanto para levar até ele nossos pedidos, como para realizar tarefas por nós solicitadas aos nossos anjos guardiões. Por exemplo: solicitamos de nosso orixá um pedido para conseguir um emprego: dificilmente aquele orixá sairá em caminhada para nos alcançar tal tarefa, ele encarregará seu exú de realizar para ele. Como sabemos nossos orixás são reis na natureza, e como tal, necessitam de servidores, que executem suas ordens. E é aí que entra exú com sua sabedoria e conhecimento.

Se alguém está guerreando conosco, é a exú que vamos ofertar presentes a fim de que aquele nosso inimigo não consiga nos derrubar.

O que faz com exú seja sempre comparado a um espírito mal, é que nós em nossa ânsia, em nossa ganância, o incubimos de realizar trabalhos de vingança etc. Ele prontamente atende aos nossos pedidos, pois não possui noção de certo ou errado. Se pedirmos para ele se voltar contra alguém que nos fez mal, para ele não há maldade nisso, pois que estará lutando para defender uma pessoa. Mas quando dele é cobrado um mal causado, não é ele quem irá responder, e sim aquele que solicitou tal favor. Se assim não fosse, as leis divinas não estariam sendo respeitadas. E sabemos que destas leis, Ninguém escapa.

Tanto exú catiço como o orixá, carrega em seus pontos e em suas ferramentas o tridente, o que faz também com que seja visto como diabo. Mas esta é uma visão deturpada. O tridente que ele usa, representa tão somente os caminhos que temos que percorrer aqui na terra, bem como nossos mistérios, além de ser uma arma de guerra. Esta visão de tridente ser arma de lúcifer, veio com a imposição da igreja, às demais seitas. Se assistirmos um filme de gladiadores, veremos muitos deles usarem o tridente como arma, como a espada e outras mais.

Na mitologia Grega, Netuno o rei dos mares usa tridente, como símbolo de realeza. Exú traz o tridente representando tão somente nossos caminhos e os mistérios que ele carrega consigo. Mas também, o tridente foi incorporado a ele, aqui no Brasil, pois na África, seu fetiche é um cajado nodoso que usa para se transportar de um lado a outro, e um pênis de madeira, pois lá, ele é o orixá responsável pelo desejo entre o homem e a mulher, para que possam se reproduzir, sendo assim ele está de forma direta, ligado à reprodução humana, juntamente com Yemanjá e Oxum. A primeira por ser responsável pela geração de uma vida no útero materno, a segunda por ser responsável pela retenção do sangue, garantindo assim que a menstruação não expulsará o feto que Yemanjá está criando.

Como vemos, nada de satânico existe em exú, mas, se existir, posso garantir que o satanás, somos nós que o usamos para prejudicar a outros. É preciso que sejam revistos nossos valores, nossa religião. A igreja que tantos queimou em fogueiras, esquartejou e mutilou em nome de Deus e Cristo, não é perseguida, mas aceita, por que nós e nossos orixás, temos que ser vistos como satã e seus seguidores? Ainda mais exú que sem o qual não estaríamos seguros em nossa caminhada!

Cobá Laroiê Exú!

Ajibalá, Ajibalá, Odokiró, Odokiró, Exú Emopé.


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segunda-feira, setembro 04, 2006


UMA PARÁBOLA DE CRISTO;
PARA TE CONFORTAR:

Certo dia, Cristo estava reunido com seus discípulos em uma caverna, quando por ela adentrou uma mulher com os olhos úmidos de lágrimas.

Ele perguntou por que ela chorava, e ela respondeu: “Senhor, minha cruz está muito pesada não a suporto mais. Permita-me trocá-la.”

Cristo com seu olhar meigo e carinhoso respondeu: “Filha, olhe à sua volta, vê quantas cruzes? Escolha uma para ti e vá em paz!”

Ela prontamente se abaixou para pegar a menor de todas, mas estava tão pesada que não conseguiu levantá-la. Foi apanhar uma outra maior, e também não conseguiu erguê-la. E assim consecutivamente, cruz, após cruz ela foi tentando. E Cristo a observava.

Faltava apenas uma cruz: a maior de todas, seu tamanho era incomensurável. Ela pensou: “se não consegui levantar a menor, que dirá esta! Mas tentarei!” E tamanha foi sua surpresa ao ver que a cruz apesar de imensa, era tão leve que ela a ergueu com uma das mãos apenas.

Então se voltou para cristo e disse: “Senhor, encontrei uma que me serve, posso trocar?”

Cristo perguntou: “Filha, tem certeza que esta cruz tão grande lhe serve? Ela é imensa e tamanho deve ser seu peso!”

Ela disse-lhe: “Senhor, esta cruz tão grande, não pesa nada! Se me permitir trocar, é esta que quero, pois assim sofrerei menos!”

Cristo então concluiu: “Filha, se esta cruz tão grande a serve, leve-a, mas antes olhe para o que está escrito nela, e depois vá em paz!”

A mulher olhou para a cruz, e eis que nela estava escrito SEU NOME! Então ela se percebeu que sua cruz nada tinha de pesada! E desse dia em diante, seguiu feliz com sua missão!

Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloia

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quarta-feira, julho 26, 2006

ODÚ

ODÚ


A palavra odú em yorubá, significa destino. Todos nós temos nossos orixás, que são nossos anjos da guarda. Eles como sabemos são nossos ancestrais.

Os ancestrais deles, são nossos odús. Como tudo neste mundo, os odús também seguem uma regra: o positivo e o negativo. Muitas vezes vemos pessoas que por mais que realizem obrigações, rezem, supliquem, não conseguem alcançar as graças solicitadas. É aí que temos que entender de odú; pois seu problema pode estar aí, e neste caso a solução pode ser muito mais complicada do que pensamos.

Para que possamos entender melhor, temos aqui um exemplo do que vem a ser um odú: sabemos que existe o redemoinho, e que sua força é imensa. Mas também sabemos que no centro do redemoinho, a força é ainda maior. Pois bem: o orixá seria o redemoinho, e o odú o centro deste. Assim nossos orixás não conseguem nos tirar de dentro desta força, por mais que desejem. Ele, o orixá pode nos jogar dentro desta força, mas não consegue nos tirar de lá. E é aí que entram os ebós de odús. Porém é necessário um conhecimento bem alicerçado desta força e de seus ebós. Quando damos um ebó (limpeza) em alguém, estamos trocando a energia ruim que o cerca e habita pela boa. Mas quando se trata de odú a coisa é mais complicada.

Vejamos: se uma pessoa está com perseguição de egum ou mesmo de exú, damos um ebó nos caminhos de determinado santo para que seja retirada esta energia. Mas quando o odú da pessoa está negativo, temos que presenteá-lo para que se torne positivo, pois não conseguimos despachar o odú da pessoa, para isso ela teria que renascer. E como fazer isso? Jamais, pois a vida é um dom de Deus somente. É comum vermos zeladores dizerem que despacharam o odú da pessoa. Isso é um equívoco, o que fazemos, é despachar o negativo daquele odú. Afinal como despachar por exemplo, o anjo da guarda de alguém?

Não que o odú seja o anjo da guarda, mas como dissemos, ele é o ancestral de nossos anjos guardiões. Muitas vezes o odú que rege a pessoa, uma empresa, é negativo por excelência. Neste caso teremos que fazer ebós periódicos para manter a positividade dele, seja na pessoa ou em uma empresa. A única forma de sabermos quais os odús que regem uma pessoa, é através de sua cabala. Esta cabala, nada tem a ver com a cabala judaica, e sim, é uma cabala de orixá. Esta cabala, não pode ser feita sem um estudo aprofundado de cada odú, pois que temos 16 odús e por sua vez os Omo odús, e seus caminhos finais que ultrapassam os 2.000.

A complexidade é tão imensa, que é muito comum encontrarmos pessoas que têm os mesmos odús, mas seus problemas por mais que sejam iguais, diferem e muito nas obrigações que teremos que fazer, isso porque temos que levar em conta fatores como; a natureza de cada um, os caminhos de seus odús, e assim por diante, e isso sem constarmos com a qualidade de cada orixá e de seu juntó (segundo santo). Assim, por exemplo, uma pessoa pode ter os seguintes odús: 8,13,7,5,6, e mais duas outras pessoas terem os mesmos odús, porém uma é de por exemplo, Oxalá com yemanjá, a outra de omulú com Oyá, assim seus ebós já começam a diferenciar. Além é claro da natureza íntima de cada um, e dos problemas que vivem.

É recomendado que um zelador, antes de efetuar um ebó de odú esteja bem consciente do que está por fazer, pois se algo não for como solicitam os fatores acima citados, poderemos causar danos irreversíveis na vida da pessoa, ou nos caminhos de uma empresa.

Até mesmo um casamento pode acabar, ou mesmo um casal que se ama muito não conseguir viver em paz, isso pode estar relacionado com os odús. Outras vezes realizam-se obrigações para reunir um casal que foi separado e não se consegue o objetivo. Neste caso, logo se imagina que o zelador não sabe fazer a obrigação, mas nada disso se fundamenta. O que pode estar acontecendo, é que o odú de um, não aceita o outro e aí entram presentes para acabar com a guerra entre os odús e permitir assim que o casal se una novamente.

O odú é a vida por excelência, tanto de uma pessoa, como de uma empresa, e se não soubermos como agradá-lo, dificilmente conseguiremos o objetivo final, ou se conseguirmos, este objetivo não tem uma durabilidade.

Este é apenas mais um, dos inúmeros mistérios do mundo dos orixás

Sérgio Silveira,

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá

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sábado, julho 01, 2006

OS DEZ MANDAMENTOS PARA UM BOM MÉDIUM:


1 – Disciplina,

2 – O serviço de Deus, está acima dos meus interesses,

3 – Policiar meus pensamentos para que não caiam em vibrações negativas,

4 – Policiar meus sentimentos para mantê-los sempre nas vibrações do amor, perdão, paciência e humildade,

5 – Combater em mim o orgulho e a vaidade. (Nada sou senão um instrumento para o uso do bem. Nada faço, é Deus quem faz através de mim. Ele me usa para seus fins).

6 – Procurar evitar nos dias de trabalho espiritual: alimentos que tornem meu corpo mais pesado. (Carnes e bebidas alcoólicas, por exemplo),

7- Chegar sempre pontual em meus compromissos espirituais,

8 – Usar roupas claras (de preferência brancas) e simples, nos momentos de trabalho espiritual. Lembrar sempre: meu corpo é um aparelho receptivo e transmissor de energia, precisa apenas estar limpo, não cheio de adornos,

9 – Ter como sagrado meus momentos de preces (uma hora marcada todos os dias, é a hora em que recebo o alimento que me dará forças para vencer as minhas fraquezas),

10 – Não perder as chances de fazer, sempre que aparecer a oportunidade. Nunca se achar impossibilitado de ajudar alguém, lembrando sempre que é Deus quem faz e não eu, assim para ele é sempre possível, mesmo que para mim não seja.


OBS: o médium é como um instrumento musical muito sensível a ser usado na grande orquestra do Pai em sintonia com a terra. É preciso, pois, que estejam estes instrumentos, bem cuidados e afinados, para que sejam utilizados por grandes mestres. Caso contrário, somente alunos principiantes, ou mesmo os maus alunos farão uso deste instrumento defeituoso.

Se desejarem ser bons médiuns, e que seus aparelhos sejam utilizados pelos grandes mestres espirituais, cuidem de seguir ao menos os ensinamentos básicos, para eu possam ser utilizados por eles na grande sinfonia do AMOR E DO BEM.

quarta-feira, junho 14, 2006


POR QUE SEMPRE NOS CALAMOS?


É comum vermos constantemente, nossa fé ser jogada na lata de lixo, por pessoas de outras religiões. Somos banquetes em seus Orgasmos Febris em sua eterna busca por dinheiro e poder. Muitos deles até Ameaçam a Invadir nossos templos e Acabar com nossa religião. E sempre continuamos na mesma: nos calando, e nos calando...!

Quem de nós, espíritas, não sentiu na pele a dor causada por tamanha discriminação? E o estado onde está? O estado é constituído por homens eleitos por nós, mas que preferem aderir a este orgasmo financeiro, que movimenta os interesses de pastores e padres.

Um orgasmo infinito, uma volúpia, que nunca vimos iguais. E onde estão nossos representantes? Calados como se nada tivesse acontecendo!

Chega meus irmãos de fé! Vamos dar um basta a esta hipocrisia toda! Nos levantemos e busquemos nossos direitos, pois que são muitos, mas enquanto nos acovardarmos, eles tão somente nos pisarão cada vez mais!

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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terça-feira, junho 13, 2006

Falando Sério

Muitas vezes os filhos e filhas de santo não têm a mínima idéia da postura que precisam adotar em suas tendas ou terreiros, ou por não serem bem orientados ou porque realmente não se interessam. Por vezes preocupam-se mais em nutrir sentimentos inadequados como CIÚMES e INVEJA. Vejamos o que de fato deve prevalecer para que haja uma plena sintonia entre o comando e o corpo mediúnico:
PONTUALIDADE E ASSIDUIDADE, salvo para aqueles que têm compromissos outros como trabalho e família, mas que mesmo assim devem manter comunicação constante com a direção da casa para comunicar/justificar atrasos e faltas.
CONCENTRAÇÃO para poder auxiliar de fato aos trabalhos; aqueles que trabalham mediunizados, para poderem alcançar perfeita harmonia com suas entidades e transmitirem o que tiverem de melhor. Cambonos e macambas, que em 99% das casas ficam "voando", ocupando-se com inutilidades e conversas paralelas e não tomam as rédeas que seus postos exigem, também são muito importantes no funcionamento de uma gira, mais do que eles próprios se consideram. Incorporar não dá status a ninguém. A seriedade empregada nos afazeres atribuídos é indispensável. Precisamos trabalhar o mental o tempo todo para não abrirmos a guarda para a atuação de energias negativas. ORAI E VIGIAI.
DEVOÇÃO SEM FANATISMO, pois muitos idealizam que pais/mães de santo são tábua de salvação, querem que estes resolvam seus problemas mais prosaicos a qualquer custo. Nossas conquistas só têm o real valor quando adquiridas pelo nosso próprio esforço, daí vem o merecimento. E mais: pais e mães de santo são pessoas comuns, têm vida particular, adoecem, podem levantar da cama de mau humor. ÀS VEZES, SÃO ELES QUE PRECISAM DE UM AFAGO, UMA PALAVRA AMIGA, UM COLO, mas raramente aqueles que os procuram se dão conta disso. Não temos o direito de sugar-lhes as energias apenas por banalidades ou caprichos. Dirigir casa de santo requer cuidar de filhos e filhas, cada qual com seu enredo de orixá, tipo de mediunidade etc; atender consulentes; defender-se de demandas, entre outras responsabilidades. Resumindo: NÃO É FÁCIL! Precisamos aprender a respeitar os limites de cada um, afinal somos seres humanos, encarnados num plano cuja jornada é tarefa árdua, mas não impraticável.
INSTRUÇÃO, pois o médium precisa compreender aquilo que está se propondo a praticar. Ler bons livros, que realmente lhe esclareçam o porquê de sua existência na Terra, da interação com o mundo espiritual, entre outros tópicos de suma importância. Preocupar-se apenas em aprender mandingas e encantamentos não é o essencial para a evolução. Quando não souberem ou não compreenderem algo, não se acanhem de perguntar, ter dúvidas não é motivo de vergonha.
REFORMA ÍNTIMA, porque de nada adianta vestir a roupa branca, bater cabeça aos pés do gongá, arriar agrados para exprimir devoção aos Orixás e entidades se nossa vida cotidiana não reflete a realidade, que seria aplicarmos as inspirações benéficas que eles nos trazem. É necessária uma auto-avaliação constante, para depurarmos hábitos e atitudes e nos policiarmos para ver se realmente somos aquilo que pregamos.Somando tudo isso, é certo que estaremos no caminho certo para o cumprimento de nossas obrigações como UMBANDISTAS.
Que Oxalá nos abençoe! Axé e saravá a todos!

segunda-feira, junho 12, 2006


Constantemente temos nos deparado com pessoas que se dizem Umbandistas ou candomblezistas, mas que na realidade, pouco fazem para serem dignos deste maravilhoso mundo dos Encantados.

Muito temos ouvido falar em direitos à pessoa e Liberdade de Culto, mas nos calamos quando somos atacados veementemente por nossos Algozes. Até quando suportaremos a injustiça da calúnia contra nossos antepassados e assim, contra nós mesmos?

Encontramos muitas casas sérias que não conseguem realizarem seus cultos de forma satisfatória, dado às perseguições que sofremos. Temos que dar um basta nessas perseguições e calunias, afinal somos ou não Cidadãos?

Nossos mestres devem estar se envergonhando de nossas atitudes, pois em vez de nos dirigirmos de encontro aos nossos direitos, perdemos precioso tempo, na calúnia entre nosso meio. Será que foi para isso que tanto sofreram e dedicaram até mesmo suas vidas; para verem seus preceitos serem massacrados e seu povo desunido, perdido na calúnia e brigas interiores?

Vamos irmãos, vamos nos unir em prol de nossa fé e de nosso amor por nossos Orixás; isso é o que esperam de nós!

Tatetú N’inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

Tel: 0 (XX) 27- 3282-1860

odemutaloia@hotmail.com

segunda-feira, junho 05, 2006


PARA QUE SERVEM AS LEIS?


Fico me perguntando: para que servem as leis? É necessário que nós, espíritas revejamos os conceitos de lei, direitos humanos, e assim por diante. Nossos direitos Nunca são respeitados, sempre estamos esbarrando na mesma dificuldade: o pré-conceito com nossa religião.

Quem já viu uma igreja católica, evangélica, ou até mesmo estes mosteiros de Zen Budismo serem perseguidos? Eles Nunca são massacrados por esta massa de preconceituosos que cresce a cada dia mais e nos devoram, ou ao menos tentam nos devorar dentro de nossas próprias casas.

Quando Deus criou o mundo, foi para que todos vivêssemos em paz e harmonia, tendo nossos direitos respeitados. Mas a história vem mostrando o contrário. Aliás, a história sempre é escrita pelo vencedor e nunca pelo vencido. Assim podem escrever conforme convier com seus ideais medíocres e hipócritas.

Irmãos: nos unamos e acabemos de vez com esta prática abominável que é a intolerância religiosa, ou eles irão definitivamente e literalmente nos expulsar até mesmo do planeta!

Deixo aqui meu apelo, e caso alguém queira se juntar a mim nesta verdadeira batalha por nossos direitos, basta entrar em contato.


Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

Contatos:
odemutaloia@uol.com.br

Tel: 0 (xx) 27- 3282-1860


sábado, junho 03, 2006


ONDE ESTÃO OS CONHECIMENTOS?

Precisamos com urgência rever os conceitos que atualmente comandam nossa religião. É comum encontrarmos pessoas que se dizem feitos de santo, mas que na verdade, nunca foram devidamente preparados para exercer o sacerdócio. Outros mesmo que preparados, não possuem conhecimentos necessários para dirigir uma casa de santo ou mesmo de Umbanda.

Mexer na cabeça de outra pessoa é algo muito mais sério do que pensam alguns. E com isto vamos permitindo que nossa fé, seja um banquete para o deleite de pessoas oriundas de outras filosofias e credos. Temos que averiguar com profundidade e com muita seriedade em que casa estamos entrando, visto que muitas pessoas tiveram danos terríveis em suas vidas dado a estes que se intitulam sacerdotes, e que na verdade não passam de enganadores.

Tenho encontrado em minha jornada espiritual, pessoas que desejam em muito se tornarem adeptas do axé Orixá, mas se afastam quando vêem suas vidas transtornadas, justamente por não escolherem bem a casa que vão frequentar. Já outros, por mais que avisemos, preferem se fingir de desentendidos e seguirem o caminho destas pessoas que nunca estiveram realmente preocupadas em passar um conhecimento verdadeiro da doutrina do Orixá.
Abramos nossos olhos, verifiquemos o que está realmente acontecendo nestas casas e tomemos atitudes sérias para evitarmos assim que nossa religião seja massacrada de vez por outros credos, tão somente por nos calarmos diante das fraudes que existem em nosso meio.
Sérgio Silveira (Tatetú N'Inkisi Lambanranguange, Odé Mutaloiá).
Conselheiro Sacerdotal da UNESCAP
odemutaloia@hotmail.com
Tel: 0 (xx)27-3282-1860

quarta-feira, maio 31, 2006


UMBANDA, RELIGIÃO OU INVENÇÃO?

Existem os que dizem que a Umbanda, não existe, que é apenas uma invenção, outros dizem que é uma filosofia e não uma religião, existem também os que juram que a Umbanda é um culto de adoração ao demônio, enfim, cada um da a denominação que acha mais conveniente para sua pouca ou mesmo inexistente inteligência.

Mas uma coisa não podemos negar: os atos de caridade que são constantemente praticados dentro dos terreiros de Umbanda. Quem de nós nunca presenciou um deles? Duvido que uma pessoa que freqüente um templo, tenda, ou qualquer outra nomenclatura recebida por esses terreiros, não os tenha presenciado.

O que acontece é que os Caboclos, Pretos Velhos, Marinheiros, Boiadeiros e até mesmo os Exús, não permitem que os atos de amor ao próximo, que são praticados por eles ou por seus médiuns sejam conclamados aos quatro cantos (como se diz no dito popular). Praticando assim uma das máximas de Nosso Senhor Jesus Cristo: “dai com a direita, sem que perceba sua esquerda”. Ao contrário do que vemos em demais seguimentos, que, quando praticam uma caridade, esta tem que ser divulgada até mesmo nos meios de comunicação. Será que Jesus Cristo em sua infinita sabedoria, compactua ou concebe este tipo de “caridade”?

A umbanda foi criada em Niterói, no dia 15 de Novembro de 1908, para receber os espíritos de nossos Índios e Escravos, e até mesmo os espíritos de Índios Americanos que não encontraram apoio em Centros Kardecistas. Através do Caboclo Sete Encruzilhadas, nasceu a Umbanda. E foi se espalhando por todo território Nacional, até chegar ao ponto que não há um único estado sequer que ela não esteja presente.

Assim temos esta que é verdadeiramente a única Religião Brasileira, e que devíamos amar mais e exigir respeito até mesmo de nossos governantes. Por se tratar de uma Religião Genuinamente Brasileira, acredito que nosso governo deveria olhar para ela com mais atenção e carinho. Afinal ao que me consta, as demais religiões foram criadas em outros países e futuramente introduzidas aqui em nosso País. Mas, como brasileiro aceita tudo que depositam aqui por falta de espaço em suas casas...!

Mas o importante mesmo é sabermos que Umbanda Existe sim, é uma Religião sim e não apenas uma filosofia de vida como pregam alguns. Até mesmo existem Umbandistas que dizem: “não temos religião e sim Seita!” Segundo me consta, o então Presidente da República, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, sancionou uma lei na qual Candomblé e Umbanda passaram a ser religião sim.

Nossa religião é Paz, Amor e Caridade, mas infelizmente somos apenas perseguidos e escorraçados como em tempos passados. Será que não somos responsáveis diretos por isso?

Afinal, quando falam de nossa religião, nos apedrejam ficamos calados! E diz a sabedoria popular: “quem cala consente”. Devemos parar de nos submeter a essas coisas horrendas que fazem conosco e lutarmos por nossos ideais.

Quantos drogados, alcoólicos encontraram cura na Umbanda? Quantas vezes os chefes de terreiros tiraram até mesmo de seus parcos recursos para socorrer a quem nada tinha? Mas isso não dá Ibope não é mesmo? Só da Ibope, falar mal dos outros, caluniar. Blasfemar.

Se Umbanda é invenção não sei. Tudo que sei é que ela é Minha Religião, e a amo muito e respeito seus ensinamentos e preceitos.

VIVA UMBANDA ILUMINADA!

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá (Sérgio Silveira).

Contatos:
odemutaloia@hotmail.com

odemutaloia@uol.com.br

sábado, maio 27, 2006

ANTIGA MÁQUINA DA VERDADE CULTURAL


Se os desalmados de hoje em dia, pelo menos reconhecessem o bem que faz os que escutam alguém dizer: Deus Lhe Abençoe Meu Filho, Deus Lhe Acompanhe, Deus Lhe Ajude, etc., a tão aclamada paz não encontraria obstáculo de forma alguma em se expandir a toda a humanidade.

Mas acontece que os viventes da atualidade, sem dar a mínima para o azar, radicalmente continuam distantes da realidade e ainda se recusam em conhecer o abençoado poder que se encontra acumulada na imortal máquina de Educação Antiga, que sempre está disponível em combater as adversidades e a falta de respeito existentes no mundo inteiro. É triste e até causa repudia assistirmos e ouvirmos o atual espetáculo de mal gosto, e ficar torcendo para que no mais curto prazo de tempo, possamos aplaudir de pé, uma verdadeira novela em que no elenco estejam os atores desconhecidos nas telas das t.vs e cinemas.

Acredito que muito antes da minha partida deste mundo terráqueo, ainda vou com fé em Deus assistir de camarote o fracasso final desses invasores de uma intelecta Cultura, que só cabe a interpretação aos Gênios do Bem.

A razão de a incredulidade existir no campo espiritual devemos aos Inconvíctos
que pisam em falso, desconhecendo que ancestralidade não combina com a vaidade. Se todos que lidam com as coisas do mundo invisível estivessem preparados, as forças contrárias seriam em definitivo eliminadas.

segunda-feira, maio 08, 2006

PRECE DE EXÚ TIRIRI

Sou Exu como tantos outros, mas sou submisso ao SUPREMO PAI UNIVERSAL. É a ele que me dirijo:
Senhor meu pai, permite que assim o chame, pois na realidade tu és o meu criador.
Formaste-me da poeira astrica, mas como tudo provém de ti, sou real e eterno.
Permita-me Senhor, que eu possa servir-te nas humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos.
Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo que usam em suas palavras para exprimir o seu desprezo por mim, no entanto nem suspeitam que nada sou do que o reflexo de si mesmo.
Não reclamo, não me queixo porque esta é a tua vontade.
Sou invocado pela consciência dos homens a prejudicar o seu semelhante, sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humana, sem, contudo poder negar ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes sou induzido a exercer a descrença, a confusão, e a ignorância, pois esta é a condição que tu me impuseste.
Não reclamo de nada Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos que criastes a tua imagem e semelhança serem envolvidos pelo turbilhão de iniqüidades que eles mesmos criaram, e eu por tua lei inflexível delas tenho que participar.
No entanto Senhor, na minha pequenez e miséria me sinto grande e feliz, quando encontro n’algum coração um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação da caridade.
Aceito sem queixumes, a executar das consciências, mas lamento, sofro, porque os homens até hoje não conseguiram compreender.
Peço-te oh! Pai Infinito, que lhes perdoe, peço-te não por mim, pois sei que tenho que completar o eixo de provação, mas eles, os humanos seus filhos, perdoa-os e torna-os bons porque somente através da bondade de seus corações poderei sentir a vibração do teu amor e a graça de teu perdão.


Fleury, (Exu Tiriri).

terça-feira, abril 25, 2006

QUAL A RAZÃO DA UMBANDA?

QUAL A RAZÃO DA UMBANDA?


Ninguém desconhece a eterna luta entre o bem e o mal. Desde que o mundo é mundo a luta existe. O bem significa virtude, a qualidade, o caráter, a bondade, o amor, a compreensão, o desapego das duas ilusórias materiais de uma vida terrena e passageira.
O mal é simbolizado pelas nossas imperfeições, defeitos, maldades, deficiências, fraquezas, orgulho, inveja, prepotência, intolerância, e uma rede de falhas morais que nos levam a prejudicar o nosso semelhante para podermos gozar de prazeres mundanos.
Pois bem, a Umbanda existe para combater o mal causado pela outra banda, ou seja, a da maldade. Ela representa um exército dentro da espiritualidade e no círculo de suas atividades. Empunhando a bandeira branca da paz, simbolizando as forças do bem. Seus soldados são os Caboclos (Índios), Pretos – velhos, Baianos, Boiadeiros, Linha de Cosme e Damião (criançada), anjos da guarda, exús e vários outros que lutam espiritualmente contra as forças do mal. Personificando o mal, existe uma outra corrente, em um outro exército, constituído de seres perversos que vivem a praticar toda sorte de iniqüidades e mazelas físicas e morais. Estes levam a bandeira preta e vermelha cujas cores caracterizam o luto e o sangue, o desespero e a dor. Este agrupamento malévolo é comumente chamado de Quimbanda e é integrado por Quiumbas, e exús malévolos (exu, nome genérico atribuído também a esses maldosos) que são entidades ainda imperfeitas e voltadas somente para o mal, revoltados contra a situação que eles mesmos criaram, pois o caminho a seguir é livre e espontâneo.
Cada um faz o que bem entende desde é claro que depois sofra as conseqüências de seus próprios atos. A luta é entre eles e nós. Por isso somos os instrumentos desta guerra de ódios e ciúmes de uma lado, e de amor e benevolência do outro.
Quem é bom, honesto e correto, vai cooperar, cerrando fileiras com os guias da religião Umbandista. Quem é imperfeito, desonesto, incorreto e maldoso, vai servir às forças dos exús da quimbanda atuando como instrumento (médium) desses agentes malignos.

Orlando santos – Presidente da UNESCAP, União Espírita Capixaba.
Contatos:0xx (27) 3241 –0xx (27) 9709, 0xx (27) 9970 -0168.
E mail: odemutaloia@hotmail.com
http://unescap.blogspot.com

quarta-feira, abril 05, 2006

POVO CIGANO

Gostaria de falar um pouco sobre este grande povo que muitas vezes é mal compreendido e mal interpretado em sua forma de culto. Povo milenar, de um conhecimento inimaginável, muitas vezes algumas de suas entidades femininas dão suas incorporações em linhas de exú, o que as fazem ser chamadas de pomba gira cigana. Só que apesar de seu jeito extrovertido, risonho, brincalhão, nada possuem das pomba giras.
São sim, seres de luz, que não concebem por exemplo a idéia de sacrificar animais, não aceitam ser assentados como as pomba giras, consomem bebidas alcoólicas mas de uma forma mais moderada. Se dão sua incorporação em linhas de exú, é tão somente pela falta de um culto direcionado somente a eles.
Ao certo, ninguém sabe a origem deste povo, o que sabemos é viveram no Egito antigo além de outros, e sempre amaram a liberdade e a verdade acima de tudo. Muitos deles foram dizimados pela igreja, outros tiveram seus bens confiscados por reis, e assim foram aos poucos desaparecendo da terra. Ainda existem alguns de seus descedentes, mas muito pouco revelam de sua doutrina e filosofia, justamente por não confiarem em nós, "gajos". Comumente, vemos alguns zeladores realizarem rituais de assentamentos para estas entidades, mas isso não é acoselhável pelos motivos que já citamos acima.
Um outro fator que impede estes rituais, é justamente seu amor pela liberdade, então como consentiriam ser assentados? Seria no mínimo contraditório. Geralmente oferecemos à estas entidades, presentes, como frutas, vinho, incenso, velas de várias cores, e até mesmo algumas qualidades de doces. São entidades que quando aqui na terra, possuiam muita riqueza e dificilmente concordariam em ser cultuados de outra forma. Se faz necessário que aprendamos mais sobre este povo antes de realizarmos seus rituais. Sempre encontramos pessoas com suas vidas destruídas justamente por terem assentado sua cigana ou cigano.
Aqueles que os cultuam de uma forma mais aproximada de sua realidade, sempre estão bem tanto no campo financeiro quanto no amoroso.

Salve ciagnos de luz!

segunda-feira, abril 03, 2006

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS


Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio que eu leve o amor!
Onde houver ofensa que eu leve o perdão!
Onde houver discórdia que eu leve a união!
Onde houver dúvidas que eu leve a fé,
Onde houver erros que eu leve a verdade!
Onde houver desespero que eu leve a esperança!
Onde houver tristeza que eu leve a alegria!
Onde houver trevas que eu leva a luz!
Ó mestre!
Fazei com que eu procure mais,
Consolar que se consolado!
Compreender que ser compreendido!
Amar que ser amado!
Pois é dando que se recebe!
É perdoando que se é perdoado!
E é morrendo que se vive,
Para a vida eterna!

PRECE DE CÁRITAS


Deus nosso pai que sois todo poder e bondade,
Dai força àqueles que passam pela provação,
Dai luz àqueles que procuram a verdade,
Ponde no coração dos homens a compaixão e a caridade!
Deus, dai ao viajor a estrela guia,
Ao aflito a consolação ao doente o repouso!
Pai, dai ao culpado o arrependimento,
Ao espírito a verdade,
À criança o guia,
Ao órfão o pai!
Senhor, que a vossa se estenda sobre tudo que criastes!
Piedade meu Deus, para aqueles que a vós não conhecem,
Esperança para aqueles que sofrem!
Que a vossa bondade permita hoje, aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e o amor!
Deus, um raio, uma faísca de vosso amor pode abrasar a terra!
Deixai-nos beber na fonte desta bondade fecunda e infinita,
Que todas as lágrimas secarão,
Todas as dores se acalmarão!
Um só coração, um só pensamento subirá até vós,
Como num grito de reconhecimento e de amor!
Como Moisés sobre as montanhas, nós vós esperamos com os braços abertos!
Ó poder,
Ó bondade,
Ó beleza,
Ó perfeição!
E queremos de alguma sorte, alcançar a vossa misericórdia!
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós!
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade e a humildade que fará de nossas almas um espelho,
Onde se deve refletir a vossa puríssima imagem,
Assim seja!

OREMOS AO SENHOR DEUS DO UNIVERSO


Deus, nosso pai eterno e todo poderoso, divina luz, raios de força suprema que nos transmitem a vida, enviai, pai misericordioso, a luz da vossa misericórdia para toda a humanidade que sofre na terra. Com toda a vibração mental dos irmãos de luz, seja, pai eterno por vossa ordem, derramado bençãos em todos os lares da terra, para que vossa paz reine entre as famílias. A vossa misericórdia desça constantemente sobre os aflitos que sofrem nos leitos de hospitais e prisões, aliviando com a cura, as dores do corpo físico e as dores espirituais de cada um. Possa o mestre Jesus, chegar com seu divino e imenso amor a todos os corações de vossos filhos terrenos para que todos, deixando a terra se salvem nas luzes do Cristo Redentor. Que cada dia meu pai eterno, o número de operários sob as ordens do mestre Jesus seja aumentado, pois que a massa é grande e os operários são poucos. Que em cada lar suas colunas despertem para a fé, para o valor das preces em família, para que os filhos destes lares possam encontrar nos mesmos o ambiente de luz e paz propício para o despertar de suas mentes espirituais adormecidas no torpor do sono material, e asim possam seus espíritos cumprir com as nobres missões a eles destinadas na terra e galgarem todos os degraus da evolução espiritual ao vosso reino. Possa meu pai a verdadeira caridade do amor cristão brotar nos corações, e os homens se amarem como irmãos que são, todos filhos vossos.

Com as graças de Deus.
Assim seja!