Temos em nossa vida, momentos,
sejam eles bons ou ruins. Mas a vida é o que senão momentos somente? Vivemos em
um mundo conturbado, onde a maldade reina no coração da grande maioria das
pessoas.
Precisamos aprender que na verdade, existe sim, uma guerra eterna
contra as forças do bem, isso, todas as religiões antigas pregam. Dentro do
Candomblé não acreditamos no capeta, figura alegórica criada pela Igreja de
Roma como forma de manter seu fieis firmes em suas fileiras. Mas, cremos sim,
que existe uma força, ou seja: o próprio mal e este dá combate ferrenho a todas
as forças do bem, pois deseja de todas as formas que sejamos fieis em suas
fileiras e não nas de Olorúm.
Se temos um Santo, temos que nos
acautelar com o que dissemos ou pensamos, pois que: as palavras e pensamentos são
sim, preces e se essas são para o mal ou o bem, depende somente de nós. Aprendemos
dentro das Leis do Santo, que Olorúm criou o mundo, e após criar o mesmo, criou
os Orixás, seus Ministros para que governassem este em seu nome. Mas, deveriam
esses Orixás, oferecerem a Ele, prestações de contas de tudo que acontecesse
nesta Terra e de tudo que nós, seus filhos, fizéssemos, pois que, somente
agindo para o bem, poderíamos nos sentir filhos de Deus.
Não temos uma exatidão de como
começou essa guerra, sabemos somente que ela existe sim, e devemos nos
acautelar com isso.
Somos filhos de um mesmo Pai e não
podemos de forma alguma oferecer armas para que esse inimigo nos jogue contra o
Criador. Temos que atentar para suas leis, afinal, são elas que nos garantem
que no futuro venhamos a fazer parte desse Universo maravilhoso que é o mundo
onde vivem nossos Orixás, antepassados que aqui viveram e deram sua cota de dor
e sofrimento para que nós, seus descendentes pudéssemos gozar de dia melhores.
Porém, mesmo dando essa cota,
eles sabiam que a guerra estava longe de terminar e para isso, deixaram seu
legado, ou seja, essa religião que tanto amamos, que infelizmente é tão pouco
compreendida por todos. Mesmos pelos que se dizem adeptos, pois que, sua fé
depende de terem seus anseios atendidos. Mas, essas pessoas são na verdade,
espíritos muito longe de terem a fé verdadeira, pois que, esta não se condiciona
com pedidos atendidos.
Quando fazemos uma consulta aos
Orixás e damos presentes para termos determinados pedidos atendidos, temos que
nos lembrar que não depende somente deles para que as coisas se resolvam, eles
também dependem da aprovação de Nosso Pai Eterno.
E nessa labuta toda quem ganha é
o mal, que vê nessas pessoas de pouca fé, a fonte verdadeira para dar
seguimento em sua luta contra o bem, e assim, segue-se a batalha, alimentada
pela falta de fé e de amor que muitos ainda possuem.
Por outro lado, temos pessoas que
se dedicam a amar ao próximo incondicionalmente, que amam seu Orixá tão somente
pelo fato de amar, pois creem, e de forma correta, que seu Orixá é apenas uma religião
e não uma fonte de mágica como as que vemos em filmes ou lemos em livros. Viver
para o Santo, é amarmos um ser que já viveu sim, antes de nós aqui no Planeta e
que hoje habita as esferas mais próximas de Olorúm, e que, nos aguardam nesse
local.
Enquanto não amarmos nosso Orixá
incondicionalmente, enquanto não aprendermos que somente através da fé
verdadeira teremos paz, essa guerra continuará e a cada dia, mais pessoas terão
na fileira das forças inferiores. Se observarmos com atenção, veremos que até
mesmo, líderes religiosos, são usados por essa força e se alimentam de sua ira,
quando saem atacando a todos sem discriminação, pois somente sentimentos
inferiores são capazes de alimentar essa força negativa e inimiga de todos os
que realmente temem a cólera de Deus. Nos acusam constantemente de sermos
adeptos do capeta, mas, nunca vemos pessoas feitas no Santo e que são realmente
tementes aos Orixás agredirem a quem quer que seja. Então, nos resta a
pergunta: somos nós filhos do cão ou são eles?
Temos que nos acautelar, amarmos
as pessoas, sem distinção de cor credo ou raça, porque somente assim daremos
cabo a essa força que nutre-se de sentimentos ruins. Quando somos atacados e
perdoamos nosso agressor, simplesmente fazemos com que o mal, saia furioso de
nosso caminho e de nossa vida, porque não encontrou ali, a morada que buscava. Quando
acendemos uma vela para nosso Orixá ou para nossos Guias e pedimos que ajudem
nossos inimigos, estamos dando uma contribuição valorosíssima à Deus e seus
Ministros, nossos Orixás, pois que, o inimigo das nações afasta-se de tal
forma, que não consegue voltar.
Atentemo-nos pois, o soldado vai
pelo toque da corneta e se encontra um toque de ódio, serão os soldados do mal,
que entrarão em nossas vidas, mas, por outro lado, se o toque da corneta é de
amor, os soldados do exército Divino é que se aproximam de nós e desta forma,
as forças inferiores nada podem contra nós.
Presenciei pessoas que ao serem
agredidas, não desejaram o mal para seu agressor, apenas pediu a seu Exú, que
afastasse aquela pessoa de seu caminho, mas, que não lhe fizesse mal algum, e o
resultado veio em poucos dias. Mas, se ao contrário, tivesse essa pessoa pedido
o mal, estaria desencadeando uma guerra tão horrenda que temo só em pensar nas
suas consequências.
Isso prova que o amor, constrói e
somente ele constrói, pois o ódio desencadeia guerra e mais nada que isso. Quando
praticamos o amor, praticamos a vontade de Deus, porque Ele, não colocou
ninguém aqui para sofrer miséria ou outro mal, e se assim ocorre, é tão somente
pela imensa cadeia de ódio que alimenta as forças negativas desde que o mundo é
mundo.
Tenhamos cuidado, oremos aos
nossos Orixás para que a guerra se afaste, pois, enquanto ela persistir mais e
mais vítimas deixarão esse mundo sedentas de vingança e assim sendo, as forças
inferiores mais alimento encontrarão. Roguemos à Olorúm por quem nos quer mal,
e assim estaremos dando nossa parte de contribuição para que a paz reine não somente
em nosso mundo, mas em todos.