Eis um grande orixá, filho de Oxum Apondá e Odé Iboalamo, apenas mal compreendido. Uma de suas lendas conta que sua mãe Oxum estava já grávida dele, mas seu pai não sabia. Certo dia Xangô veio visitá-los em sua casa, e como Odé tinha por hábito oferecer banquete a quem fosse em sua casa, retirou-se para o mato a fim de caçar.
Porém como era de costume Odé se embrenhar na mata e demorar a voltar, devido ao encanto que a mesma o proporcionava, tanto por sua beleza quanto pela solidão, algo que ele muito admirava, somente retornou a sua casa três meses depois. Mas hei que ao chegar, encontrou sua esposa Oxum já com cinco meses de gravidez, e vendo sua barriga, disse que aquele filho era de Xangô, renegando aos apelos de sua esposa que tentava explicar que já estava esperando um filho quando ele saiu.
Tomado de um acesso de ciúmes, Odé expulsou Xangô de sua casa e depois a própria esposa. Este sentida foi queixar-se com a mãe de odé, Yemanjá, a qual se compadeceu da situação da nora, e a convidou a morar com ela perto do oceano.
Odé não se conformava e foi para a mata tentar através de ebós, fazer com que ela perdesse a criança. Oxalá interferiu e por mais ebós que fizesse a gravidez vingou. Yemanjá, vendo a hora do parto se aproximar, foi conversar com seu filho, mas este cego de ciúmes, culminou por expulsar sua mãe de sua casa.
Mas o tempo passou e após o parto, estava Oxum a passear com seu filho quando encontrou com Odé e mostrou-lhe a criança a quem chamou Logum Edé. O pai vendo que a criança era muito parecido com ele, se arrependeu e quis levar consigo o filho, o qual Oxum se negou terminantemente. Então Odé pegou sua faca e disse que rasgaria a criança ao meio. Neste exato momento, roncou uma trovoada e um antigo Rei (Xangô), se aproximou e ao ouvir a história, determinou em nome de Oxalá que a criança seis meses moraria com a mãe nas cachoeiras e rios, e seis meses com o pai nas matas.
E assim cresceu Logum, e aprendeu tanto o ofício da caça quanto o da pesca. Por este motivo é que ainda hoje o relacionam com o homossexualismo, mas isto em nada é verdade. O Orixá, jamais influenciará seu filho em questões como a opção sexual, por exemplo, isto em nada condiz com a verdade, apenas usam esta e outras lendas para justificarem uma opção, justa, porém nada tendo a ver com o axé orixá.
Logum é caçador, pescador e oluwô, ou seja, tem o dom de enxergar as coisas através do opelê Ifá, quanto do jogo de búzios. Ao se transladar de volta ao orúm (céu) ainda era um rapaz jovem e bonito, deixando assim com legado, o dom da sedução para seus filhos.
Seu dia é quinta feira.
Sua cor é o verde translúcido e o amarelo translúcido.
Come: feijão fradinho, milho cozido, acaçá, mel, azeite de oliva e dendê.
Sua sudação: Oloriqui, loci, loci.
Vive nos rios e cachoeiras com sua mãe, e nas matas com seu pai.
Tatetú N’Inkisi Lambaranguange: Odé Mutaloiá.
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