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quarta-feira, abril 07, 2010

A FAVA DE ARIDAN E SEU USO DENTRO DO AXÉ ORIXÁ


Dentro dos fundamentos de santo, é comum o uso de favas para que se dê o complemento do encantamento do assentamento ou mesmo a proteção do yawô bem como da casa.

A mais utilizada dentro das casas de Santo, é a Aridan, de origem africana e que lá possui o mesmo nome, sendo que este se traduz como fruta, isso no dialeto yorúba, já na região do congo, ela é conhecida como Kiaka, Evaka, Chiacha, entre outros. Seu nome científico é: tetrepleura ou tetraptera (Schum & Thour).

Foi trazida para o Brasil pelos escravos, com a finalidade ritualística bem como farmacológica. (Essa fruta, (fava), existe ainda hoje na África central, e constitui-se basicamente de uma árvore com aproximadamente 30 metros de altura, segundo os estudiosos), e produz seus frutos que são constituídos da seguinte forma: 04 frutos alados, tendo uma polpa carnuda e dentro das mesmas encontramos as sementes. Possui essa fruta um perfume picante e odor aromático. Devido a isso, muitos acreditam que ela tem o poder de repelir insetos.

Dentro da farmacologia afro, ela é utilizada no combate a convulsão, hanseníase, inflamações, e ainda aplicada nas dores de reumatismo.

Nos rituais de Orixá, nada se faz sem o uso dessa poderosa fava, que é utilizada desde os tempos mais remotos, por sacerdotes das diversas regiões da África.

A Aridan é muito conhecido do povo de Candomblé por ser talvez a mais sagrada de todas as favas de utilidade religiosa, mesmo Exú leva essa fava em seu assentamento, e jamais se faz matança para Orixá sem que ela esteja presente dentro do Ibá Orixá.

Sua utilidade como disse acima, serve tanto para o encantamento como para a proteção da pessoa e da casa. Nessa utilização, essa fava corta os males feitos por feiticeiros e impede até mesmo que o mal olhado atinja a pessoa, sua casa ou seu local de trabalho.

Apesar de ter tantas utilidades, ela não é posta na cabeça da pessoa, cabendo essa utilidade apenas ao obi e ao orobô. Em caso a pessoa ser perseguida por inimigos, basta que se mantenha essa fava dentro de casa ou escritório, pronunciando as palavras litúrgicas para que ela mantenha o ambiente salutar e afastar toda a energia negativa.

Sua utilização dentro do Candomblé é universal, sendo que todas as nações a utilizam e praticamente da mesma forma. Apenas ressalto que somente um sacerdote devidamente preparado pode utilizar essa ou qualquer outra fava nos rituais litúrgicos.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá