Na verdade obi é uma semente. A nós de cola. Muito usada em todos os preceitos do Axé Orixá, e nada se faz sem que ela esteja presente, seja para confirmar uma obrigação, seja para ser ingerida no dia a dia como forma de proteção contra todos os males que atingem os seres humanos.
Nada podemos realizar dentro do Candomblé sem abrirmos um obi e jogarmos para que o Orixá nos diga se está ou não satisfeito com os rituais realizados.
Segundo as crendices africanas, assim surgiu o obi e sua importância para nossos ancestrais:
Olodumarê, o Deus supremo, percebeu em determinada ocasião que os Orixás estavam se digladiando e, antes de descobrirem que as brigas aconteciam devido às artimanhas de Exú, que sendo brincalhão e esperto não podia deixar passar uma oportunidade de criar uma desavença, ele, Olodumarê, resolveu chamar as quatro divindades calmas para em conjunto encontrarem uma solução para o problema que surgira. Essas divindades eram: paz, Harmonia, Concórdia e Ayê. Sendo que essa última seria segundo as lendas, a única divindade feminina presente.
Por mais que conversassem, não encontravam uma resposta definitiva para os motivos de os mais novos não obedecerem e respeitarem as determinações dos mais velhos, conforme Deus havia determinado que fosse.
E como não se achavam uma solução para tal, começaram a rezar na Terra, pedindo que o equilíbrio voltasse a existir. E enquanto rezavam na Terra, Olodumarê abriu e fechou sua mão direita e depois à esquerda, prendendo assim o ar.
Com o ar preso em suas mãos, ele saiu do ambiente em que estava acontecendo a reunião e ao chegar do lado de fora, plantou o ar que tinha aprisionado em suas mãos. Na realidade não era o ar que ele apanhara, mas sim as orações que eram feitas na terra.
Após o plantio das mesmas ele esperou pelo dia seguinte e eis que uma árvore havia surgido no lugar em que Deus havia feito o plantio.
Ela cresceu de forma rápida e de forma rápida também deu frutos. As frutas ao alcançarem o ponto da colheita, caíam pelo chão. Ayê, ou seja, a Mãe da Terra, apanhou as frutas e as levou para Olodumarê e esse determinou que ela as levasse consigo e as preparasse da melhor maneira que pudesse.
Chegando em casa ela tostou as frutas, mas, o gosto não era nada bom, e no dia seguinte ela cozinhou as frutas, porém, elas mudaram de cor e de forma alguma podiam ser consumidas dado ao gosto horrível. E todas as formas que tentaram ela e os demais, a fruta não ficava boa para ser consumida.
Eis que uma divindade chamada Elenini, que era a divindade do obstáculo, se colocou à disposição para guardar as frutas. Assim, os Orixás colheram todas as frutas e as entregaram a Elenini, para que as guardasse.
Elenini limpou bem as frutas e as guardou e após 14 dias elas continuavam frescas como no dia em que foram colhidas. Então ela decidiu experimentar as frutas e as degustou cruas. Mais 14 dias se passaram e as frutas continuavam frescas.
Então ela levou as mesmas para Deus e disse-lhe que o fruto das preces que ele havia plantado podia ser comido cru, sem qualquer tipo de problema.
E com sua sabedoria suprema, Deus ordenou que como a divindade mais velha de sua casa, foi quem conseguiu descobrir os segredos do fruto das orações, daquele dia em diante as nozes, o obi, seria a partir daquele dia, o alimento não só do céu, mas de todo o lugar, e onde quer que fosse servido os primeiros que deveriam recebê-los seria o mais velho que ali estivesse e depois aos mais novos, e que todos que fossem comer dessa fruta deveriam antes de tudo proferirem uma reza.
Sendo Deus, a supremacia em justiça, determinou ainda que, a árvore de obi, somente crescesse no local onde os mais novos respeitassem os mais velhos. E a primeira fruta que foi comida naquela reunião foi partida pelas mãos do próprio Deus e ela possuía duas partes apenas.
O obi não pode de forma alguma ser partido ou alafiado como dizemos no Candomblé, por pessoas que não sejam feitas de santo, da mesma forma que não pode ser partida por pessoas feitas, mas que ainda não receberam seus direitos sacerdotais.
Utilizamos o obi para a confirmação de uma obrigação, mas, também para tirarmos alguma dúvida com relação à vida de uma outra pessoa, porém, ele não serve para ser jogado como os búzios, pois que suas quedas são limitadas.
Sempre antes de abrirmos um obi, temos que nos prepararmos, deixando nosso corpo limpo de sexo e bebida alcoólica, e temos que proferir as rezas necessárias para esse ato sagrado.
Por mais que façamos os rituais bem feitos, nenhum deles estará pronto se o Orixá não der o aláfia através do obi.
Existem o obi branco que é servido a todos os Orixás e o roxo que é servido a exú. Em todas as obrigações, se faz imprescindível a degustação dessa fruta oriunda da África.
O obi também é conhecido pelo nome cientifico de, cola acuminata, e durante um bom tempo foi usado como dinheiro na África antiga.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
odemutaloia@hotmail.com
Nada podemos realizar dentro do Candomblé sem abrirmos um obi e jogarmos para que o Orixá nos diga se está ou não satisfeito com os rituais realizados.
Segundo as crendices africanas, assim surgiu o obi e sua importância para nossos ancestrais:
Olodumarê, o Deus supremo, percebeu em determinada ocasião que os Orixás estavam se digladiando e, antes de descobrirem que as brigas aconteciam devido às artimanhas de Exú, que sendo brincalhão e esperto não podia deixar passar uma oportunidade de criar uma desavença, ele, Olodumarê, resolveu chamar as quatro divindades calmas para em conjunto encontrarem uma solução para o problema que surgira. Essas divindades eram: paz, Harmonia, Concórdia e Ayê. Sendo que essa última seria segundo as lendas, a única divindade feminina presente.
Por mais que conversassem, não encontravam uma resposta definitiva para os motivos de os mais novos não obedecerem e respeitarem as determinações dos mais velhos, conforme Deus havia determinado que fosse.
E como não se achavam uma solução para tal, começaram a rezar na Terra, pedindo que o equilíbrio voltasse a existir. E enquanto rezavam na Terra, Olodumarê abriu e fechou sua mão direita e depois à esquerda, prendendo assim o ar.
Com o ar preso em suas mãos, ele saiu do ambiente em que estava acontecendo a reunião e ao chegar do lado de fora, plantou o ar que tinha aprisionado em suas mãos. Na realidade não era o ar que ele apanhara, mas sim as orações que eram feitas na terra.
Após o plantio das mesmas ele esperou pelo dia seguinte e eis que uma árvore havia surgido no lugar em que Deus havia feito o plantio.
Ela cresceu de forma rápida e de forma rápida também deu frutos. As frutas ao alcançarem o ponto da colheita, caíam pelo chão. Ayê, ou seja, a Mãe da Terra, apanhou as frutas e as levou para Olodumarê e esse determinou que ela as levasse consigo e as preparasse da melhor maneira que pudesse.
Chegando em casa ela tostou as frutas, mas, o gosto não era nada bom, e no dia seguinte ela cozinhou as frutas, porém, elas mudaram de cor e de forma alguma podiam ser consumidas dado ao gosto horrível. E todas as formas que tentaram ela e os demais, a fruta não ficava boa para ser consumida.
Eis que uma divindade chamada Elenini, que era a divindade do obstáculo, se colocou à disposição para guardar as frutas. Assim, os Orixás colheram todas as frutas e as entregaram a Elenini, para que as guardasse.
Elenini limpou bem as frutas e as guardou e após 14 dias elas continuavam frescas como no dia em que foram colhidas. Então ela decidiu experimentar as frutas e as degustou cruas. Mais 14 dias se passaram e as frutas continuavam frescas.
Então ela levou as mesmas para Deus e disse-lhe que o fruto das preces que ele havia plantado podia ser comido cru, sem qualquer tipo de problema.
E com sua sabedoria suprema, Deus ordenou que como a divindade mais velha de sua casa, foi quem conseguiu descobrir os segredos do fruto das orações, daquele dia em diante as nozes, o obi, seria a partir daquele dia, o alimento não só do céu, mas de todo o lugar, e onde quer que fosse servido os primeiros que deveriam recebê-los seria o mais velho que ali estivesse e depois aos mais novos, e que todos que fossem comer dessa fruta deveriam antes de tudo proferirem uma reza.
Sendo Deus, a supremacia em justiça, determinou ainda que, a árvore de obi, somente crescesse no local onde os mais novos respeitassem os mais velhos. E a primeira fruta que foi comida naquela reunião foi partida pelas mãos do próprio Deus e ela possuía duas partes apenas.
O obi não pode de forma alguma ser partido ou alafiado como dizemos no Candomblé, por pessoas que não sejam feitas de santo, da mesma forma que não pode ser partida por pessoas feitas, mas que ainda não receberam seus direitos sacerdotais.
Utilizamos o obi para a confirmação de uma obrigação, mas, também para tirarmos alguma dúvida com relação à vida de uma outra pessoa, porém, ele não serve para ser jogado como os búzios, pois que suas quedas são limitadas.
Sempre antes de abrirmos um obi, temos que nos prepararmos, deixando nosso corpo limpo de sexo e bebida alcoólica, e temos que proferir as rezas necessárias para esse ato sagrado.
Por mais que façamos os rituais bem feitos, nenhum deles estará pronto se o Orixá não der o aláfia através do obi.
Existem o obi branco que é servido a todos os Orixás e o roxo que é servido a exú. Em todas as obrigações, se faz imprescindível a degustação dessa fruta oriunda da África.
O obi também é conhecido pelo nome cientifico de, cola acuminata, e durante um bom tempo foi usado como dinheiro na África antiga.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
odemutaloia@hotmail.com