Este fator que ocorre em número muito maior do que possa se imaginar é algo gravíssimo e que tem que ser tratado dentro do Santo, pois os danos que causa em uma pessoa são muito mais fortes do que alguns imaginam.
A pessoa que está sendo vítima da possessão, não tem conhecimento algum de seus atos, de suas ações diárias e podem vir até mesmo a cometer crimes que perante a lei, serão julgados e condenados.
Os possuídos, por mais que aparentem normalidade em suas ações, não são em hipótese alguma conhecedores do que lhes ocorre, e medidas muito sérias precisam ser tomadas para que se afastem aquelas forças que, sob o julgo dos mesmos encontra-se determinado ser humano.
Muitas vezes a pessoa está possuída por egum, outras por espíritos trevosos, e até mesmo por vários espíritos ao mesmo tempo. Ocorre que esses espíritos nunca agem sozinhos, como falange que são, agem em grupos e deterioram com a vida de uma pessoa em pouco tempo.
Algumas possessões podem ocorrer por feitiçaria que fizeram contra ela, outras porque mexeram em despachos em encruzilhadas e cemitérios, além de vários ouros fatores, e é importante que o zelador entenda bem as quedas dos búzios para que possa resolver a questão, como é também de vital importância que a família ofereça todas as informações possíveis, para ajudar ao sacerdote a entender melhor o que se passa para que assim, tenha condições de efetuar a obrigação.
Se não for cuidada da forma que precisa, a pessoa obsedada pode ter consequências até mesmo em sua patologia, levando assim a aparecerem doenças que por mais que a medicina trate a cura não virá.
Existem pessoas que demonstram, por exemplo, um distúrbio mental, que os médicos identificam como esquizofrenia, sendo que a pessoa jamais possuiu tal doença, por mais que em sua família tenham existido casos semelhantes.
Deve-se evitar o tratamento clinico? Obviamente que não, pois a medicação ajudará a manter a mente da pessoa centrada e irá corrigir os danos que a possessão causou. Mas, é de suma importância que sejam feitos ebós, banhos, e obrigações para o anjo da guarda da pessoa e também para seu Orixá, a fim de que, seja afastado dela, o espírito que a mantém refém de suas vontades.
Em todos os casos de obsessão, é importante que, caso tenha já a pessoa sido levada ao médico, que se respeite o tratamento clínico e se intervenha com os trabalhos espirituais, pois a união desses dois tratamentos garantirão que a pessoa não fique com sequelas da doença.
Existem vários sintomas que indicam obsessão:
• Dores de cabeça sem motivo clínico algum,
• A pessoa, por mais que esteja o sol brilhando necessita de luz acesa dentro de casa, pois se sente em escuridão,
• A falta de higiene tanto pessoal como com o local onde vive e/ou trabalha,
• Xingamentos, onde a pessoa passa a maior parte de sua vida chamando pelos espíritos ruins, mas nesse caso, deve-se observar também se a pessoa sempre teve essa mania, e assim sendo não é propriamente a obsessão, ou a pessoa foi acompanhada em toda sua vida por espíritos obsessores, o que ocorre com frequência
• A pessoa acende velas para mortos e outros espíritos inferiores dentro de casa,
• De uma hora para outra a pessoa se entregou ao vício da bebida ou outras drogas, e se nesse caso, outras drogas, é vital que haja o tratamento clinico, pois ele limpará o organismo da pessoa,
• Por mais que a pessoa tente, mas, não consegue um bom sono durante a noite,
• Loucura mental ou outras doenças relacionadas à mente, além de uma imensa lista de problemas que são sintomas de obsessão.
Para cada um desses sintomas, existem tratamentos espirituais diferentes, da mesma forma que acontece com o tratamento médico que varia de pessoa para pessoa.
Às vezes é feito um trabalho espiritual aliado com o clínico e a pessoa melhora, mas após algum tempo os sintomas persistem, isso não significa que o zelador fez algo de errado.
Acontece que existem espíritos que vêm com a pessoa desde seu nascimento, e nesse caso ou em outros, vão embora, mas voltam, e esse retorno pode ser por vários motivos, e é importante que se comunique o fato ao sacerdote para que ele possa intervir novamente até que aquela força seja afastada em definitivo.
Muitas pessoas, ao verem que seu ente querido voltou, por exemplo, a um estado de loucura, agridem o sacerdote com palavras, mas, a culpa não é do mesmo, pois as forças das trevas são persistentes e determinadas a não perderem aquela alma que conquistaram. Esse retorno acontece até mesmo dentro das Igrejas quando praticam o exorcismo.
Quando, por exemplo, é feito um feitiço contra aquela pessoa, ou ela se contaminou por trabalho negro feito para outro familiar, foi feito um pagamento para aquela entidade, e essa não vai abandonar a presa facilmente. Ao contrário, voltará quantas vezes for necessário para cumprir a tarefa a ela designada.
A magia negra possui recursos inimagináveis e os usarão sem dúvida alguma contra seu desafeto. O mesmo ocorrendo, quando a pessoa é vítima de um egum, ou seja: alma de morto.
Esse espírito não vai abandonar sua vítima com facilidade e muitas vezes, essa guerra pode levar meses ou até mesmo anos.
Já presenciei casos, em que, pessoa feita de santo, foi vítima de um egum, e esse após algum tempo se passar dos ebós e da matança do voltava para tentar de novo, e assim foi, até que o Orixá finalmente venceu.
A demora nesse caso ocorre, porque quando são realizados os trabalhos, forma-se uma batalha entre as forças protetoras e as forças trevosas, e da mesma forma que em uma guerra, muitas vezes a força do mal se afasta, para tão somente buscar reforços e voltar a atacar, e nesse caso, muitas vezes, o retorno é com mais força do que tinha antes.
Acontece da mesma forma que um exorcismo realizado nas Igrejas, onde inicialmente o demônio se afasta da pessoa, mas pode acorrer de voltar, como foi o caso de Emily Rose, ocorrido nos Estados Unidos, onde por mais que o padre tenha lutado, culminou com a morte da moça. Foi então o padre culpado? Não! Apenas ele lutava sozinho contra uma força muito maior que a dele, e também naquele caso, houve o choque entre a medicina e a fé, sendo que nesses casos, é imprescindível que as duas andem juntas, por mais que o médico não reconheça o poder da fé.
A possessão existe em número muito maior do que se possa imaginar e em alguns casos, pode atingir a toda a família, provocando discórdia, brigas, desentendimentos cada vez maiores, e nesse caso, a intervenção do sacerdote se dá em várias vezes e não em uma somente. É o tão citado aqui, confronto entre as forças do bem e as do mal.
Já presenciei um caso, em que uma pessoa, (não cito nomes, por uma questão de ética), sofreu um surto psíquico e mais tarde foi diagnosticado como surto de esquizofrenia. Foram feitos, ebós, banhos e outras obrigações, mas, o tratamento médico não deixou de existir, e a pessoa melhorou, voltou a ter uma vida “normal”, obviamente respeitando as limitações que a doença deixou, e depois de quase um ano, a medicina diagnosticou que aquela pessoa, não sofreu um surto esquizofrênico.
Nesse caso, a pessoa tinha sofrido um ataque de um egum, de uma determinada pessoa que fazia parte da família quando viva e que não tinha simpatia pelos familiares. Isso é muito comum, pois após a morte, o espírito continua vivo, e com capacidade para interferir de formas variadas na vida das pessoas.
Vi também, um médico, que tinha uma pessoa de sua família diagnosticada como esquizofrênica e chegando ao apogeu da loucura, mesmo com certa desconfiança na chamada, fé, esse médico levou seu parente a um sacerdote e a pessoa voltou a ser como era antes.
Logicamente que mágica não existe, e em todos esses casos, mantiveram o tratamento clínico e o religioso, e dispuseram de tempo e recursos para se obter os resultados.
Existe ainda outro tipo de possessão: aquele que faz com que uma determinada doença não seja diagnosticada pela medicina. Isso ocorre, porque aquele espírito não deseja o bem de seu desafeto e intervém para que o médico não descubra o mal para que possa curar. Nesse caso, existem obrigações para neutralizar a força espiritual, permitindo assim que a medicina possa proporcionar a cura da pessoa.
O que não podemos fazer em hipótese alguma é interferir nos trabalhos da ciência, pois um médico estuda uma vida inteira e tem a capacidade sim, de diagnosticar e tratar muitos males.
Nem tudo é causa espiritual, mas para tudo a espiritualidade pode sim, interferir, desde que, respeitando-se o profissional da saúde que cuida daquela pessoa.
Quando temos uma pessoa que não aceita de forma alguma as obrigações, existem meios para se fazer as mesmas, sem que ela tenha conhecimento algum, do que ocorre.
Se uma pessoa de sua família mostra alguns dos sintomas acima relacionados, faça o seguinte:
Em um prato branco, coloque o nome da pessoa e por cima mel. Depois coloque esse prato em um local mais alto que a sua cabeça e ao lado um copo com água. Dentro co prato coloque uma vela de sete dias e acenda e mesma, rezando: um Pai Nosso, uma Ave Maria, um Credo, uma Salve Rainha e uma oração para o anjo da guarda.
Findas as orações, faça os pedidos na intenção da saúde mental ou física da pessoa. Após a vela terminar de queimar, despeje aquela água em uma planta não venenosa, e descarte a embalagem que estava a vela. Coloque outro copo com água, outra vela e repita os procedimentos. Faça isso quantas vezes for necessário e caso não aja uma melhora maior, busque a intervenção de um sacerdote.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.