Como todos nós sabemos cada ser humano possui seu anjo da guarda. Esse é um espírito concedido por Deus, para nos guiar e nos orientar em todos os momentos de nossa vida. É ele na verdade, uma espécie de mentor espiritual, e sempre nos guia para os caminhos do bem, e muitas vezes quando ouvimos o que chamamos de “nossa voz interior”, é na verdade esse espírito quem nos fala.
Dentro do Candomblé sempre cuidamos de nossos Orixás, acendemos velas, damos comidas secas, obrigações com rituais mais profundos, mas muitas vezes esquecemos-nos de alimentar nosso Anjo da Guarda.
Temos sim, que cuidar de nosso Anjo Protetor, da mesma forma que cuidamos de nosso Orixá, apenas diferenciando o culto. Quando passamos por uma obrigação, são cuidados nossos caminhos, nossos Orixás, Exú e até mesmo o egum de nosso Santo, mas, ao sairmos do preceito da obrigação, é bom que cuidemos de nosso Anjo Guardião.
Obviamente que para ele, não oferecemos matança nem mesmo comidas secas, pois é um espírito pertencente à outra esfera, e assim sendo, dispensa os tributos que ofertamos a nossos antepassados.
Para cuidarmos de nosso Anjo da Guarda, basta que mantenhamos em local mais alto que a nossa cabeça, um prato ou pires com uma vela de sete dias branca acesa e ao lado um copo com água, de preferência filtrada. Ao colocarmos a vela e o copo neste local mais alto, basta que rezemos o Pai Nosso, Ave Maria, Salve Rainha, um Credo e um Santo Anjo do Senhor, aquela mesma oração que nossas mães nos ensinaram quando ainda crianças.
Ao apagar essa vela,devemos imediatamente acender outra e trocarmos a água despejando aquela em uma planta que não seja venenosa.
Ao fazermos isso, e cuidando de nosso Orixá, estaremos sempre em dia com nossas obrigações e assim sendo, será muito mais difícil algum inimigo oculto ou não, nos atingir.
Sempre devemos nos cuidar, pois as forças inferiores,sempre nos rondam buscando pontos fracos para nos atingir e assim destruir com nossas vidas e nossas conquistas.
Comumente vemos pessoas que por mais que façam obrigações,não param de sofrer e muito pouco conseguem alcançar. Isso não significa que o zelador fez algo de errado ou que aquela pessoa não esteja sendo merecedor dos favores das divindades, pode estar ocorrendo, que, seu anjo da guarda esteja enfraquecido, ou mesmo esquecido no tangente ao zelo por parte de seu protegido.
Não compete ao zelador de santo, cuidar de nosso anjo da guarda, mas sim a nós mesmos. Não devemos esquecer jamais desse ser que nos guia em todos os momentos de nossa vida, pois o que seria de nós sem ele?
Ao acendermos uma vela para nosso anjo da guarda, estamos mantendo um contato direto com um ser de muita elevação e assim sendo, temos que estar sempre de corpo limpo, com nosso coração livre de qualquer sentimento inferior.
Se formos médium de Umbanda é bom antes dos trabalhos, deixarmos acesa uma vela para nosso Anjo Protetor, para que ele nos auxilie, evitando, por exemplo, que espíritos inferiores e obsessores, tentem se passar por nosso guia protetor, ou até mesmo, que esses seres, suguem nossas energias vitais, no momento em que estivermos incorporados.
Cuide de seu anjo da guarda, ore para ele, faça seus pedidos e verá que muita coisa se transforma em sua vida.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.