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quarta-feira, janeiro 21, 2009

A REALIDADE DOS GONGÁS DE UMBANDA

Eis uma parte muito mais sagrada nos templos de Umbanda do que muitos podem pensar. Às vezes tem-se a impressão de que se trata apenas de uma mesa na qual estão dispostas as imagens de Caboclos, Pretos Velhos, Boiadeiros e outros, além dos Santos Cristãos que ali se misturam.

Em primeiro lugar vale à pena esclarecer de que essas imagens de Santos estão no lugar certo sim, ao contrário do que pensam os que são contra o sincretismo. Essas imagens referem-se a seres que viveram sua vida na Terra e foram mortos por amor a Deus nosso Pai e a seu filho Jesus. Esse sincretismo utilizado desde os mais remotos tempos de existência da Umbanda forma o tripé na qual se apóiam os mensageiros Divinos que se manifestam na Umbanda com o sublime trabalho de nos auxiliarem em nossa jornada.

O gongá é de suma importância nos preceitos da Umbanda.

Quando proferimos as preces de iniciação dos trabalhos e defumamos a casa e os presentes, seres da natureza se apresentam a fim de purificarem com suas energias, tanto o ambiente quanto as pessoas que ali estão, sejam elas do corpo mediúnico, ou apenas assistentes.

Ao cantarmos os hinos de invocação de nossos guias protetores, é que o gongá mostra sua verdadeira realidade e funcionabilidade: a de ser um portal! Sim, nosso gongá é um portal que dá acesso aos espíritos ao mundo material.

Quando após a abertura, damos início aos trabalhos invocando a proteção do Glorioso Ogum, seus soldados adentram pelo portal aberto e imediatamente iniciam a limpeza do local, retirando o maior número possível de energias negativas, se tivermos o dom da visão, veremos Ogum com sua armadura, sua espada, entrando por essa passagem tridimensional e determinando que seus soldados comecem a limpeza espiritual que se fizer necessária.

Quando invocamos nossos protetores através de seus pontos (hinos) sagrados, forma-se uma corrente imediata entre nosso mundo e o dos espíritos, e assim, o gongá se abre como uma porta e através dele, vêm nossos guias na seguinte ordem:

Primeiro adentra pelo portal, o Guia Chefe da casa, olha, observa e então permite que venham os seus mensageiros, a fim de que purifiquem o ambiente e as pessoas, depois então o Guia Chefe se manifesta em seu médium para em seguida dar permissão, para que os demais Guias dos demais médiuns possam se incorporar e assim dar-se inicio aos trabalhos.

Durante toda a sessão, esse portal permanece aberto e conforme os cânticos evocados, por ele passam espíritos a fim de efetuarem os trabalhos necessários.

Por exemplo: se o guia canta um ponto para que seja descarregada a pessoa que está com problemas com obsessores e este ponto pede para que aquele espírito seja encaminhado preso para as ondas do mar sagrado, imediatamente, espíritos que residem nesse ambiente, passam pelo portal que é o gongá e começam a retirar aquele ser e encaminhá-lo para o mar, onde ficará aguardando determinações do plano superior.

Se aquele irmão for em paz, não oferecer resistência, o trabalho se desenvolve de melhor forma para ele, mas, se ele oferecer resistência, não aceitar que seja separado daquela pessoa que sofre, então, imediatamente, espíritos que servem como guerreiros do mar, atravessam o portal e uma batalha se trava, prendem o obsessor e o levam acorrentado para o mar.

O mesmo acontece com todas as esferas do plano espiritual, para onde seja solicitado que aquele irmão seja encaminhado. Por isso que o médium tem que estar sempre, muito bem preparado antes de ir para a corrente mediúnica, pois, depende dele estar bem preparado para que seu Guia possa efetuar o trabalho na pessoa. Temos que nos preparar, pois que somos ferramentas que nossas entidades utilizam em seus trabalhos em busca de aperfeiçoamento.

Como um médium que não se prepara devidamente, poderá ser utilizado por seu Guia? É importante que na véspera da reunião, não pratiquemos sexo, se pudermos, no dia devemos evitar a carne vermelha, nos abstermos na véspera e no dia do trabalho, de bebida alcoólica e nunca irmos para a sessão sem tomarmos um banho de descarrego.

Agindo assim, estaremos contribuindo para que nossas entidades possam se comunicarem sem interferência alguma conosco. Temos também que orarmos com fé à Deus, para que seus mensageiros venham até nós.

Outro fator de suma importância é o de antes de darmos início aos trabalhos, alimentarmos o Exú da casa, com velas, marafo e até mesmo uma farofa, para que ele fique de prontidão na entrada do templo, a fim de coibir a entrada de espíritos inferiores que poderão destruir com os trabalhos que ali serão realizados.

Essas entidades funcionam como Guardiões dos templos, como Protetores das entradas e até mesmo das estradas que dão acesso aos terreiros, e sem eles, qualquer entidade inferior se aproximaria e adentraria nos trabalhos. Existem aqueles seres inferiores que até mesmo se passam por nossos mensageiros, a fim de deixarem fluidos altamente negativos em nosso meio.

O portal em que se tornou o gongá permanece aberto até a finalização total dos trabalhos, oportunidade em que nossos Guias após realizarem suas tarefas, retornam por ele, aos seus locais de moradia, para lá, darem seguimento aos trabalhos que se iniciaram no templo.

Como podemos ver, o Gongá de Umbanda é de suma importância para nós e para nossos mensageiros, pois sem ele a sua vinda ao nosso mundo não se daria com tanta facilidade. E também por isso, é importante que mantenhamos nosso Gongá limpo, tanto das formas materiais, quanto das espirituais, trocando a cada sete dias a água de nossa vidência, mantendo- aceso com vela de sete dias e sempre que pudermos defumando-o a fim de que as energias possam estar renovadas sempre que delas precisarmos.

Honremos, pois, o nome de nossa Umbanda e respeitemos seus fundamentos e mistérios, e nos esforcemos para dar aos nossos Guias, todo o suporte possível para que tenhamos condições de fazer de nossa casa, UMA CEARA DE NOSSO PAI.


Sérgio Silveira Tatetú N’Inkisi Lambanranguange: Odé Mutaloiá.

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