Antigamente, lá pelos idos dos anos 70 e 80, os trabalhos de Umbanda eram realizados de forma bem diferentes das de hoje. Hoje as coisas mudaram muito e infelizmente parece que o respeito também é algo escasso até mesmo em alguns templos religiosos.
Lembro-me de que ao virarem a linha de caboclo ou preto velho para exú, por exemplo, as crianças eram retiradas de dentro do templo, pois os antigos não permitiam que as mesmas presenciassem esse tipo de trabalho por medo de que as crianças recebessem alguma energia que não fosse 100% compatível com seu desenvolvimento material. E se por ventura o caboclo, pretos velhos, marinheiros ou outro guia fosse realizar um trabalho de puxada, ou seja: trazer algum espírito atrasado que estivesse na vida ou na casa de alguma pessoa ali presente, as crianças e gestantes eram imediatamente retiradas da sala a fim de que não presenciassem o decorrer de um trabalho tão pesado e o mesmo acontecia quando se fazia necessário o uso do fogo de pólvora.
No tangente à bebida então, total diferença de hoje em dia: as entidades não bebiam e quando os exús se incorporavam eram dados a eles apenas uma ou no máximo duas doses de pinga em um coité. Os marujos não bebiam em demasia e assim por diante.
Hoje as coisas andam meio complicadas; realizam qualquer tipo de trabalho na frente de qualquer pessoa, não importando que seja uma grávida ou mesmo criança. Utilizam-se de artifícios mil para convencerem as pessoas a confiarem em seus trabalhos, e isso quando as entidades não chegam para brigarem com alguém pelo fato, por exemplo, de ter discutido em casa.
As bebidas são servidas como se fossem águas em torneira, tamanha a quantidade que se entrega nas salas. Penso que isso não passa de exibicionismo e pretensão, pois que as entidades não precisam de tanta bebida para trabalhar, afinal sabemos que onde existe certa quantidade de álcool somente espíritos inferiores se achegam.
Devemos respeitar as limitações dos corpos dos médiuns, afinal suas entidades precisam deles com boa saúde e disposição e se estão a se entregarem a devaneios e também a exageros, obviamente que somente seres negativos se aproximarão daquela casa e de seus trabalhos.
Também é verdade que nem todas as casas agem assim, que se procurarmos encontraremos pessoas sérias e dispostas a praticarem uma Umbanda com amor e com limitações. Sem o exagero que vemos em uma certa quantidade de templos.
Aliás, nossos templos são nossas igrejas e temos a obrigação moral de zelarmos por eles, não permitindo que nada aconteça e que venha prejudicar o bom andamento de seus trabalhos e mesmo o bom nome de nossa religião.
Zelando por nossos templos, estaremos zelando por nós mesmo uma vez que ali renovamos nossas energias. É ali que nossos menores se comunicam com os demais para lhes amenizar o sofrimento nesse mundo às vezes tão cruel.
E da mesma forma que zelamos de nosso templo. Temos que zelar pelo nome de nossa fé, afinal se somos nós, os primeiros a derrubarmos nossos bons costumes, o que farão as demais pessoas?
Umbanda é paz, amor, equilíbrio acima de tudo, é a união de forças celestiais, de mensageiros de paz e confraternização, e não a orgia que alguns praticam.
Precisamos recuperar o bom senso, levarmos nossos trabalhos sem maiores futilidades, termos a consciência de que somos escolhidos para uma missão divina. Se agimos contrários às leis, estaremos dispondo o bom nome de nossos Guias Protetores.
Amemos pois, a Umbanda e deixemos de lado as futilidades pois elas são necessidades da carne e não do espírito.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
Lembro-me de que ao virarem a linha de caboclo ou preto velho para exú, por exemplo, as crianças eram retiradas de dentro do templo, pois os antigos não permitiam que as mesmas presenciassem esse tipo de trabalho por medo de que as crianças recebessem alguma energia que não fosse 100% compatível com seu desenvolvimento material. E se por ventura o caboclo, pretos velhos, marinheiros ou outro guia fosse realizar um trabalho de puxada, ou seja: trazer algum espírito atrasado que estivesse na vida ou na casa de alguma pessoa ali presente, as crianças e gestantes eram imediatamente retiradas da sala a fim de que não presenciassem o decorrer de um trabalho tão pesado e o mesmo acontecia quando se fazia necessário o uso do fogo de pólvora.
No tangente à bebida então, total diferença de hoje em dia: as entidades não bebiam e quando os exús se incorporavam eram dados a eles apenas uma ou no máximo duas doses de pinga em um coité. Os marujos não bebiam em demasia e assim por diante.
Hoje as coisas andam meio complicadas; realizam qualquer tipo de trabalho na frente de qualquer pessoa, não importando que seja uma grávida ou mesmo criança. Utilizam-se de artifícios mil para convencerem as pessoas a confiarem em seus trabalhos, e isso quando as entidades não chegam para brigarem com alguém pelo fato, por exemplo, de ter discutido em casa.
As bebidas são servidas como se fossem águas em torneira, tamanha a quantidade que se entrega nas salas. Penso que isso não passa de exibicionismo e pretensão, pois que as entidades não precisam de tanta bebida para trabalhar, afinal sabemos que onde existe certa quantidade de álcool somente espíritos inferiores se achegam.
Devemos respeitar as limitações dos corpos dos médiuns, afinal suas entidades precisam deles com boa saúde e disposição e se estão a se entregarem a devaneios e também a exageros, obviamente que somente seres negativos se aproximarão daquela casa e de seus trabalhos.
Também é verdade que nem todas as casas agem assim, que se procurarmos encontraremos pessoas sérias e dispostas a praticarem uma Umbanda com amor e com limitações. Sem o exagero que vemos em uma certa quantidade de templos.
Aliás, nossos templos são nossas igrejas e temos a obrigação moral de zelarmos por eles, não permitindo que nada aconteça e que venha prejudicar o bom andamento de seus trabalhos e mesmo o bom nome de nossa religião.
Zelando por nossos templos, estaremos zelando por nós mesmo uma vez que ali renovamos nossas energias. É ali que nossos menores se comunicam com os demais para lhes amenizar o sofrimento nesse mundo às vezes tão cruel.
E da mesma forma que zelamos de nosso templo. Temos que zelar pelo nome de nossa fé, afinal se somos nós, os primeiros a derrubarmos nossos bons costumes, o que farão as demais pessoas?
Umbanda é paz, amor, equilíbrio acima de tudo, é a união de forças celestiais, de mensageiros de paz e confraternização, e não a orgia que alguns praticam.
Precisamos recuperar o bom senso, levarmos nossos trabalhos sem maiores futilidades, termos a consciência de que somos escolhidos para uma missão divina. Se agimos contrários às leis, estaremos dispondo o bom nome de nossos Guias Protetores.
Amemos pois, a Umbanda e deixemos de lado as futilidades pois elas são necessidades da carne e não do espírito.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.