Entendemos que religião, é tão somente uma forma de cada povo, ver Deus. Para uns, a vida se apaga com a morte, para outros como no nosso caso, a morte nada mais é que uma transformação.
Se formos observar toda a trajetória da humanidade, veremos atos aterrorizantes que tiveram como motivo o credo de um povo. Por exemplo, a busca e a apropriação do Santo Sepulcro, causaram um derramamento de sangue, uma carnificina que temos medo até de pensar em tal ato. A Intolerância romana, com os cristãos se dava pelo mesmo motivo.
Nós espíritas, não concebemos tais atitudes, não matamos como fonte de exterminar o preconceito que sofremos, não caluniamos nenhum seguimento contrário ao nosso, mas, vemos constantemente nosso nome ser enlameado, tão somente por conta do fanatismo.
Temos que entender que fanatismo e fé se distinguem. Enquanto o primeiro provoca a morte, a destruição, a segunda prega e promove o amor incondicional, o perdão, a paz e tantas outras coisas benéficas ao ser humano.
Existem ainda aqueles que por conta do fanatismo, levam o terror ao seu lar, maltrata sua esposa, filhos e depois se esconde atrás do livro santo, em busca de teses que justifiquem seus atos covardes.
Apenas nos perguntamos o porquê de tanta hipocrisia. Deus, nunca foi nem será um assassino, um vingador. Ele criou leis sérias e sábias, que promovem o bem estar geral da raça humana. Ao olharmos nosso passado recente, podemos ver que pessoas foram escravizadas e domesticadas como animais, apenas por uma coisa: a tonalidade de sua pele. Muitos desses foram esquartejados, pois a “santa inquisição” (?) os chamava de adoradores do demônio, outros apenas por possuírem uma mancha de nascença na pele, eram condenados a morte ainda recém nascidos.
Quanta crueldade, quanta ignorância! Mas, nos dias de hoje essa crueldade e ignorância ainda prevalecem no seio da “sociedade”. Pessoas são atacadas de todas as formas, apenas por acreditarem no mesmo Deus, só que de forma diferente. Acreditam num Deus amoroso, piedoso, mas também na vida após a morte, no culto aos espíritos de nossos antepassados.
E seus sacerdotes, os vulgos “pastores” são os que mais incentivam essas práticas horrendas e que desclassificam quem as pratica do restante da humanidade. Deixam de serem dignos de serem chamados de gente civilizada e adentram por um caminho de monstruosidade apenas.
Precisamos nos cuidar com esse FLAGELO humano, chamado FANATISMO, pois ele como o ácido, corrói a toda fé verdadeira que deve habitar em qualquer seguimento religioso e/ou filosófico.
Lembremos a estes religiosos de outros seguimentos, uma das máximas do fundador do cristianismo: “AME A TEU PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé Mutaloiá.
Babalorixá, escritor, pesquisador.
odemutaloia@hotmail.com