Nossos Orixás nos acompanham
desde nosso nascimento, cuidam-nos, amparam-nos e nos guiam sempre para o
caminho melhor, em busca de nosso crescimento espiritual, pois que, este é o
que interessa de verdade.
Ocorre que algumas pessoas lutam,
lutam, mas nunca conseguem resolver certos problemas de sua vida. E isso tanto
no campo financeiro/profissional, como no amoroso e outros. Ofertam presentes
ao seu Orixá, alimentam-no sempre, porém, sua vida caminha, mas, depois de um curto
tempo desmorona tudo novamente.
Quando isso ocorre, vem sempre a
pergunta: “será que fiz algo de errado? O zelador fez as coisas certas?” Porém,
o problema pode ser de fundo ancestral e assim as providencias precisam ser
outras.
Nenhum de nós nasce do vento.
Temos pai, mãe, avós, bisavós, e assim por diante. Esta é nossa árvore
genealógica. E alguns de nossos problemas, de nossas dificuldades podem estar
aí.
Quando se busca uma casa para
resolver seus problemas, a pessoa geralmente acha que, fizeram feitiço para
ela, que ela está sendo vítima de olho grande e outros. Mas, o que ocorre, é
que tanto seus odús quanto seu Orixá de família podem estar precisando de
atenção. Oras se temos família, obviamente, nossos antepassados também não
nasceram do vento. E assim sendo, possuíam seus Orixás, sua espiritualidade e a
solução dos problemas pode estar aí.
Nem
todos os nossos antepassados se cuidavam no campo espiritual. Até mesmo porque
a igreja católica perseguia e até mesmo queimava na fogueira, aqueles que não
seguiam sua doutrina. E isso fez com que muitos de nossos antepassados não buscassem
ajuda no plano espiritual.
E por
não buscarem essa ajuda, foram criando carmas para seus descendentes. É sabido
que a vida espiritual influencia de forma direta em nossa vida material. Sem
cuidados com o espírito, ficamos a mercê de pessoas más que tão somente vivem
para prejudicar a quem quer que atravesse seu caminho de uma forma ou de outra.
Quantas
pessoas não sentem inveja a troco de nada? E elas são os maiores inimigos que
temos, pois que, farão de tudo para destruir a felicidade e a vida dos outros.
Existem pessoas que mesmo não tendo nada de concreto contra a outra a
prejudica, pois não são felizes e não aceitam em hipótese alguma que ninguém o
seja.
Então o
consulente busca em casas de Santo, a solução para seus problemas. Mas, mesmo
que se esforce o zelador, ele não consegue encontrar uma solução para a vida
daquela pessoa. Ocorre também que nem todos os zeladores se preocupam em olhar
a ancestralidade da pessoa. Ver qual Orixá o rege nesse campo e quais os carmas
que ele traz para aquele ser encarnado.
Faz-se
necessário que cuidemos também desse lado espiritual daqueles que nos buscam.
Existem pessoas ainda que, caminham determinado ponto e depois, sem explicação
alguma, começam a perder tudo o que conquistou. É como se essa pessoa, desse um
passo para frente, e dez para trás.
Então,
ela fica se questionando, tentando entender o porquê disso. Faz obrigações as
mais variadas sempre está com uma vela acesa, mas nada parece ser correto, pois
não tem 100% de solução nunca, para nada.
O que
ocorre é que em certos casos, a pessoa tem uma necessidade de cuidar, de zelar,
de alimentar seu Orixá ancestral, pois de alguma forma foi gerado um carma, ou
mesmo aquele Orixá ficou de herança para aquele vivente. Pode ocorrer ainda,
que a pessoa esteja com seu Odú negativo e isso nunca permitirá que as
obrigações feitas dêm o efeito esperado.
No caso
do Orixá ancestral, pode-se alimentar o mesmo, trazendo sua interferência
positiva para a vida daquela pessoa, afinal, Orixá é energia pura, positiva,
bastando para isso, que saibamos como identificar o mesmo e a forma correta de
o alimentar.
A
importância dessa Deidade é tão grande, que em certos casos, ele traz para a
pessoa, revelações incríveis de seus antepassados e até mesmo de problemas
uterinos, ou seja, de quando estava ainda no ventre materno sendo gerado, e
esses problemas passaram a lhe acompanhar pela vida.
A
solução dos problemas através do Orixá ancestral é tão grande, que muitas das
vezes, casos que são considerados até mesmo como sem solução, são resolvidos em
pouquíssimo espaço de tempo.
Não
podemos, no entanto, confundirmos o Orixá de família com o da pessoa, muito
embora em alguns casos ele apareça até mesmo de uma forma tão ativa que nos
leva a crer que aquela pessoa seja seu filho.
Nesse
momento o zelador deve se atentar no jogo, para que não haja equívocos, pois
que, quando esse Orixá está muito próximo da pessoa, pode-se confundir o mesmo
com o da cabeça do consulente.
É de
vital importância que o sacerdote ou sacerdotisa que estiver cuidando daquele
cliente, entenda as posições e quedas dos búzios para que não haja confusão na
interpretação do que aquela deidade estiver falando naquele momento.
Muitos
são os que se intitulam zeladores de Santo, porém, pouquíssimos são os que
realmente entendem de determinados assuntos pertinentes ao panteão africano. Os
mais antigos, sabiam como interpretarem essas quedas sem causar danos na vida
daqueles que recorriam á sua casa em busca de socorro para aflições as mais
variadas.
Sem o
devido preparo, não temos como saber identificar cada assunto que os búzios
estão tratando, pois que, são eles, uma ciência exata e sem chance de erros. O
erro quando ocorre, é de interpretação e não no que dizem os Orixás através
deles.
Podemos
observar empresários, comerciantes, que por mais que façam obrigações, sempre
estão com dificuldade em resolver seus assuntos pendentes, e muitas vezes o
prejuízo financeiro é inevitável. Mas, se souber o zelador, entender o que lhe
é mostrado no ato da consulta, poderá facilmente decifrar tudo o que atinge a
pessoa e qual a melhor solução para seu caso.
Pessoas
que mesmo tendo obrigações em dia, mas que, não possuem a prática real, o dom,
não conseguem identificar determinados casos que são tratados pelo Oráculo de
Ifá naquele momento.
Exatamente
por isso, deve a pessoa ao buscar uma casa, ter certeza de onde está entrando
para que não corra o risco de ter sua vida ainda mais complicada. Orixá sempre
foi e sempre será assunto sério, onde não temos a chance de errar, porque a
vida daquela pessoa depende de nós naquele momento.
Ao
findar um ano, é comum também as pessoas buscarem as casas que frequentam para
saber qual Orixá irá reinar o próximo ano, e quais as obrigações que devem ser
feitas para usufruir de suas benevolências.
Mas, se
esquecem de ver quais caminhos seu Orixá ancestral lhe dá, e ainda, qual Orixá
o reinará naquele ano que se aproxima. Pois, independente de quem reinará no
próximo ano, devemos saber quem estará regendo nossos caminhos, para que não
haja conflitos entre as duas energias.
O Orixá
ancestral é sim tão importante em nossa vida como o de nossa cabeça e temos que
saber como tratá-lo para evitar complicações em nossos caminhos. Tomando conhecimento
desse fato, e sabendo como cuidar, tem-se muito mais chance de vitória em suas
lutas diárias.
Tatetú
N’inkisi Odé Mutaloiá.