BOIADEIROS
Hão de concordar comigo, os Umbandistas, Candomblezistas e freqüentadores destas casas, que é lindo vermos em uma sessão, ou mesmo numa festa o momento em que estas entidades chegam, tangendo seus laços, dando seus brados, como se estivessem nas campinas com sua boiada.
Quem de nós nunca se maravilhou com estes seres encantados que tanto nos ajudam em nossos momentos difíceis? Em sua maioria são oriundos dos sertões de Minas Gerais, local onde viveram tempos atrás, mas também existem aqueles que se originam de outros estados brasileiros, e carregam consigo o sotaque e as maneiras de ser e de agir praticado em sua terra natal.
Para os que são leigos na religião, muitas vezes são postos em dúvidas por várias razões. Mas quando requisitados para uma demanda qualquer, aí sim; mostram seus valores incomensuráveis. São espíritos que muitas vezes trazem consigo a dureza e a rispidez próprias de seu trabalho quando encarnados. Quem já teve oportunidade de conviver com carreiros e vaqueiros, ou mesmo ouvir algum relato de alguém de uma idade maior, sabe o quanto era difícil esta tarefa.
Demandar com gado, nada tem de fácil, e eles muitas vezes foram obrigados a tomarem atitudes contrárias a seu pensar, dentro de sua profissão. E hoje a maioria carrega ainda em espírito, estas dificuldades pelas quais passaram neste planeta.
Sempre que estivermos em dificuldade tamanha, saibamos que podemos contar com a ajuda destas entidades. E eles a exemplo das demais entidades, não se preocupam com nosso vestuário ou mesmo com nossas posses. Ao contrário: ajudam sem questionamentos.
O único problema que podemos encontrar, é com relação à mentira, pois estes bravos vaqueiros, não a suportam em hipótese alguma, e se nos flagram nesta atitude, imediatamente nos chamam à razão e nos pedem para abandonarmos a prática.
Seus nomes são variados: Zé Mineiro, Zé das campinas, Boiadeiro Menino, Iluarada, Tião Carreiro, Zé carreiro, Mineiro, dentre outros tantos. Seus nomes indicam sua natalidade, mas independente de sua origem, buscam sempre a verdade.
Alguns de seus pontos:
Seu Boiadeiro por aqui choveu,
Choveu choveu,
Que abarrotou,
Foi tanta água que seu boi nadou.
Zé mineiro estava sentado,
Auê, auá,
Na porteira de um curral,
Auê, auá,
Se levanta Zé mineiro,
Auê, auá,
É hora de trabalhar;
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau,
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau.
Corta capim aê, campineiro,
Corta quando eu mandar campineiro.
Maré encheu,
Maré vazou,
De longe, muito longe,
Eu avistei Iluarada,
A sua cabaninha coberta de sapê,
Seu arco sua flecha, sua cabaça de mel.
Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.
Contatos:
odemutaloia@hotmail.com
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Te: 0(xx) 27 3282-1860
O Abassá Lambanranguange,(Casa de Oxóssi) existe desde Dezembro de 1993,e está registrado na UNESCAP, União Espírita Capixaba. Seu sacerdote é o Sr. Sérgio Silveira, Tatetú N'Inkisi Lambanranguange, Odé Mutaloiá.
segunda-feira, outubro 09, 2006
SALVE AS ALMAS, SALVE OS PRETOS VELHOS
É comum encontrarmos nos terreiros de Umbanda, estas entidades, humildes, transparentes, amorosos, calorosos, e sempre dispostos a perdoar a quem quer que seja.
Uns trabalham pela linha das matas, outros pelas águas, mas uma coisa tem em comum: as almas! São todos eles, fervorosos trabalhadores da ceara de nosso pai Oxalá. Não importa para eles, se somos descendentes de seus algozes. Em sua visão, somos apenas filhos de Deus, e como tais, dignos de amor e caridade.
Sempre que vêm uma pessoa sofrendo, ali estão eles, com sua palavra amiga, reconfortante, nos mostrando o caminho a seguir. Mas, muito nos dói, quando vemos algumas pessoas, que por serem adeptas do Candomblé, desprezarem a Umbanda e seus guias, principalmente os pretos velhos.
Achamos uma incoerência, uma barbaridade mesmo, pois que se formos observar os fundamentos destas entidades, veremos que são seres de altíssimo conhecimento sobre todos os aspectos da vida em geral, além de uma imensa sabedoria nos assuntos espirituais. Mas, dado a sua humildade e desapego, não se preocupam em demonstrarem os mesmos, deixando que com o passar dos tempos, cada um de nós vá se aperfeiçoando e aprendendo os verdadeiros valores da vida e até os deles próprios.
Muitos são os feitos destas entidades, podemos presenciar, como aliás, qualquer um que freqüente um terreiro de Umbanda, inúmeros favores e caridades que eles prestaram a quem necessitava, sem que se importassem em momento algum, com recebimentos, fossem de que forma fosse. Sempre atentos, procuram nos orientar, nos educar, nos mostrando que a caridade e o perdão, são as únicas formas de alcançarmos o tal almejado aprimoramento espiritual.
Quem de nós nunca necessitou de uma palavra ou até mesmo de uma Mandinga destes guias? E se formos olhar mais atentamente, veremos que eles Nunca em momento algum, optam por realizar obrigações para o mal, por pior que sejam nossos inimigos. Em certa ocasião, um preto velho foi requisitado por um freqüentador de determinado terreiro, que solicitou um trabalho contra um “inimigo” , mas, o trabalho que ele queria não estava dentro dos preceitos destas entidades. Então carinhosamente o preto velho o perguntou: “filho, sabe me dizer por que desta pessoa o querer tão mal?” E o consulente deu suas versões sobre os fatos, as quais o vovô, como são chamados carinhosamente respondeu: “filho meu, não estou aqui para julgar seus méritos, mas desejo te lembrar, que a justiça divina se aplica a todos e não somente a uma única pessoa. Se esta pessoa o fez tanto mal assim, entregue nas mãos de Deus e de seus mensageiros, pois vingança não verá, mas, com certeza verás a Justiça dos céus, e ela filho meu, é imparcial, pune sem piedade”.
Esta pessoa saiu tão maravilhada que disse para os presentes: “nunca em minha vida poderia receber algo tão maravilhoso quanto hoje. Abençoada seja a Umbanda e seus guias de luz”.
Como vemos, os pretos velhos, nada têm de atrasados como dizem algumas pessoas, ao contrário, são espíritos que sempre buscam pela paz e harmonia entre nós seres humanos.
As falanges destes trabalhadores do bem, são infinitas, e infinito também é o número de seres que nelas habitam e trabalham. Dentre eles, relatamos aqui alguns nomes de entidades, com as quais tivemos a honra de conviver:
Pai Joaquim de Angola, á quem, aliás, não somente tive a honra de conhecer, como também de recebê-lo nesta humilde matéria, e para o qual destino esta página.
Pai Joaquim de Aruanda, glorioso semeador de paz.
Pai Tomé, grande trabalhador em causas diversas, inclusive judiciais.
Pai Benedito, maravilhoso preto rezador.
Pai João, um dos primeiros a se manifestarem na Umbanda.
Pai Geremias, valoroso conselheiro.
Pai José, companheiro inseparável de Pai Joaquim.
Vovó Cambinda, guardiã de muitos segredos, inclusive o da clarividência.
Vovó Tereza, muito requisitada por parturientes, juntamente com Vovó Cambinda.
Vovó Maria da Calunga, como diz o nome, protetora nas causas que envolvem diretamente as almas.
Mãe Benedita, senhora valorosa, conhecedora de muitas mandingas.
Pai Cipriano, da linha de São Cipriano.
Estes são apenas alguns dos nomes como citamos, pois que suas falanges são intermináveis e seus nomes com certeza não caberiam todos nesta humilde página. Mas lembramos que todos são de máxima importância, não havendo este ou aquele que seja superior.
Queremos lembrar que todos eles são despojados de sentimentos contrários à natureza Divina: ódio, rancor, mágoa, soberba, vingança, hipocrisia, e tantos outros que em nada refletem a soberania de Deus Nosso Senhor.
Por se tratar de espíritos que aqui viveram como escravos, são despojados de luxo, pregam a humildade como forma única de nos elevarmos espiritualmente e materialmente.
Seres de luz e paz, onde quer que estejam, invocam a presença das almas, uma vez que juntamente com elas é que trabalham, não se abstendo jamais em socorrer a quem os procure na esperança de encontrar um pouco de paz para seu coração e sua alma.
O dia 13 de Maio, data da libertação dos escravos, é o dia de sua homenagem, e em muitos terreiros são servidos neste dia pratos deliciosos como: feijoada, angu, tutu de feijão, carne seca e outras.
Seu dia de culto é a segunda feira, dia das almas e de Obaluayê, Orixá que as governa.
Sua cor preferida é o preto e o branco, podendo variar de acordo com particularidades de cada um deste seres.
Geralmente bebem café amargo, fumam cachimbo, e usam velas brancas nas sessões.
Sua saudação é: Adore as almas! Salve os pretos velhos!
Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá
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