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sexta-feira, outubro 12, 2012

ORIXÁ É AMOR E SUBMISSÃO


Não podemos nos declarar filhos de Orixá, se não agimos com amor e submissão aos mesmos. Algumas pessoas por mais que se digam filhos de Orixá, costumam agir totalmente fora de seus mandamentos, e assim culminam por despertarem a ira desses Ministros de Olorúm, Deus.

Dentro de nossos preceitos somos ensinados a respeitar o próximo, amar a Deus acima de todas as coisas e aos nossos Orixás, mais que as coisas e os prazeres do mundo. Porém, muito fácil é falar, difícil mesmo é agir dentro de suas leis.

Para começar, temos os 16 mandamentos do Odú Iká, e esses nada mais são que os mandamentos de Olorúm, dentro dos preceitos e da visão Yorúba, de como é o mundo e seu funcionamento. Não respeitarmos essas leis, é irmos contra as determinações que Olodumarê, tem para nós, seus filhos.

Somente dentro de suas leis, podemos encontrar a paz para nosso espírito, o acalanto para a dor e o fim de nossas lágrimas. Não temos como viver bem, se não for desta forma, pois que; Olorúm em sua Sabedoria conhece o que é melhor para cada um de nós. E passa para nossos Orixás, seus Ministros, a determinação que convém para seus filhos nesta terra.

Ao nos distanciarmos dessas leis, entramos em choque com o Universo, pois que, este é somente o esplendor das mesmas. Ao nos depararmos com uma situação triste, é que nos damos conta de como nossos Orixás, são maravilhosos abaixo de Deus, e aí, nesse momento, nos lembramos de todas as coisas que nos são ensinadas desde nossos mais remotos dias na Terra.

Ocorre que, quando pedimos determinada graça a nosso Orixá, devemos sempre nos reportarmos a Ele com as palavras: se for da vontade de Deus, pois somente assim estaremos caminhando para o rumo correto de nossas vidas, e, causando potencialidade em nossos pedidos.

Algumas vezes, pedimos, pedimos, mas, não merecemos a graça que desejamos. Isso pode ocorrer devido a falhas nossas tanto nessa vida, como em outras passadas. Pois, como podemos saber o que fizemos em outra encarnação? A matéria termina, é mortal, mas, o espírito: este é imortal.

De nada nos adianta revoltas contra nosso Orixá, porque passamos por esse ou aquele problema. Devemos sim, nos curvar perante a decisão de Olorúm, pois que, somente Ele sabe tudo que precisamos e merecemos.

Analisemos, por exemplo, um filho: ele pede ao pai, que lhe dê determinado presente, mas, o pai, analisará se ele merece o que está pedindo, irá verificar com a mãe, se seu filho é digno de tal presente. O mesmo acontece com o Orixá. Ao presentearmos o mesmo, pedindo determinada coisa, Ele vai até Olorúm, interceder para que tenhamos o que precisamos. Porém, Olorúm, irá ver se somos mesmo merecedores de tal.

Nunca, em momento algum, nosso Orixá poderá nos dar algo sem que Orumilá permita. Se assim o fosse, não haveria justiça, mas sim, injustiça no Universo, e o caos tomaria conta de tudo.

Em outros momentos, costuma o ser humano, se revoltar, pois que, vê que uma pessoa ruim está crescendo muito, e ele, que somente busca ser bom, está cada vez mais sofrendo. Ocorre que muitas vezes para nós, somos a personificação do bem. Mas, no julgamento de Olorúm, não somos assim, porque Ele analisa nossas ações desta vida e de outras. Busca nos registros de nosso espírito, a essência que possuímos.

Então, como pode nosso Orixá atender nosso desejo? Ensinam-nos, os espíritos, que quando Deus cria um espírito, Ele lhe dá uma mente, e esta age como um cartório, registrando tudo que fazemos durante nossa passagem pela Terra. E, enquanto esse cartório, não der por quitadas nossas dívidas, não conseguiremos lograr êxito no que desejamos.

Devemos entender e aceitar de uma vez por todas que somente a Deus compete o rumo de nossos destinos e que os Orixás podem sim, nos ajudar, desde que mereçamos a ajuda.

Sermos do Santo é agirmos com amor e submissão aos Orixás, pois que nós dependemos deles, mas eles não dependem de nós.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá. Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.