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sexta-feira, julho 20, 2012

NOVO PLEITO ELEITORAL


Mais um pleito eleitoral se aproxima, e mais uma vez em meu canto, conjecturo minhas preocupações com o futuro de nossa religião. Temos acompanhado perseguições cada vez mais abusivas de evangélicos a templos Umbandistas e Candomblecistas por todo Território Nacional, mais recentemente em Olinda, onde com faixas e palavras de ordem, invadiram um Templo de Umbanda e Candomblé.

E nada é feito para coibir os atentados que esses verdadeiros remanescentes da Ku Klux Klan brasileira, esses falsos religiosos, mentirosos e arrogantes, tomam contra nós. E o que mais me deixa boquiaberto, é que muitos de nós ainda se calam diante de suas palavras falsas, de suas hipocrisias e convivem com eles em harmonia.

E mais um pleito se aproxima e nenhum candidato comprometido com nossa causa está apoiado por nossos seguidores. Sabem por que? Porque como a maioria dos brasileiros, nosso povo se vende. Vendem seu voto por 1/2kg de carne, por milheiro de tijolos, por cimento e assim por diante.

Mas, se esquecem, de que pagamos impostos. Esquecem-se de que a Umbanda é religião sim, e tem seu dia comemorativo no calendário cívico Nacional. E votam em hipócritas que tão somente prometem defender igrejas.

Porém se esquecem daqueles que com seu suor e sangue, construíram essa nação.

Mas, pior do que eles, são os que se omitem, se escondem com medo de se proclamarem pessoas do santo, mas, amam serem beneficiadas com seus poderes. Podres, falsos, hipócritas é o que são. E eu mesmo conheço vários assim. Alegam que se descobrirem que são do santo, ficam sem trabalho, pois eu fiquei sem família, sem trabalho, sem nada, e muitas vezes sem o que comer, por amor a minha fé e não reclamei nem reclamo, pois a isso chamam de ideologia.

Mas esses hipócritas gostam apenas de se beneficiarem. Covardes! E mais um pleito vem, e com ele, mais uma promessa de que iremos continuar a ser perseguidos e podem acreditar: seremos ainda queimados em praça pública de novo! Sim, pois esses mentirosos podem roubar mentir, e está tudo bem, pois têm a Bíblia para se esconderem!

Adulteram, caluniam, maltratam os idosos, mas, a Bíblia os perdoa! Isso é Deus? Não! Meu Deus é Olorúm, aquele que nos ama, mas nos pune sim, independente de termos fé N'ele. Mas, os covardes que se escondem nas igrejas, esses podem tudo.

Os padres podem abusar de crianças e está tudo certo. Sabem por que? Porque sua igreja é representante de Cristo! Mas, era Ele pedófilo?

Povo do Santo: acordem, escolham um candidato de nosso meio, mas que seja sério, pois que, de ladrão já basta os que existem por aí. Tenhamos representantes sérios em nosso quadro político e tudo será resolvido, pois enquanto a KU KLUX KLAN estiver no poder, corremos o risco de pararmos na fogueira.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá. (aquele que será queimado em breve)

sexta-feira, julho 13, 2012

SERIA OMOLOKÔ, UMBANDA?


Muitas pessoas ainda por falta de conhecimento, afirmam que Omolokô seria uma Umbanda, onde se cultuam Orixá. Porém, este culto é sim uma nação de Candomblé, e como tal, tem seus preceitos próprios e devemos respeitar seus Templos, pois que, são oriundos da mesma Mãe África, de onde se originaram todas as demais nações que conhecemos.

Segundo pesquisadores, o nome Omolokô, pode estar ligado ao povo de Loko, que por sua vez, fazia parte de uma nação maior, os Manes. Este era um povo que vivia em Serra Leoa, e tinha como governante o Rei Farma, tendo sido este, o Rei mais poderoso de todos os Reis Mane.

A Sede de seu governo tinha o nome de Lakoja e ficava à margem do Rio Mitombo, sendo este, um afluente do Rio Benue que era um afluente do Rio Níger, sendo este o maior da África, berço de muitas civilizações, inclusive dos Yorúbas. Assim sendo, Lakoja era vizinha do Grande Reino Yorubá.

Outros nomes pelos quais o povo Loko era conhecido eram: Lagos, Lândogo e Sosso. O primeiro registro do nome Loko data de 1606, sendo que na mesma data consta ainda o registro deste mesmo povo com o nome de Loguro.

Pesquisadores afirmam que esse povo viveu até 1917 ao Oriente de Temnis de Scarcies, e que a tribo Loko era dividida em outras, e que o filho do Rei Farma, teria sido batizado com o nome Cristão de D. Felipe, o que prova a sincretização do cristianismo com as religiões africanas, antes mesmo das mesmas se enraizarem no Brasil.

Isto serve para desmistificar o fato de, a Nação Angola e outras falarem o Português e até mesmo terem cantigas com essa língua em seus rituais. Para seguidores de Nações diferentes, e sem o devido preparo, a Angola seria “uma Umbanda melhorada” isso mostra o quanto não conhecem da história do povo que cultuam. Temos neste relato, a comprovação de que o português é muito mais antigo em alguns povos africanos do que se pode imaginar.

Para os historiadores e pesquisadores, os Lokôs, teriam feito parte de um grupo étnico denominado, Mane, e todos os povos que compunham essa Nação teriam vindo para o Brasil, na condição de escravos. E como ocorreu como os Jêjes, Nagôs e outros, criaram a sua religião que foi chamada de Omolokô.

Os Mane eram um povo guerreiro e consta em registros históricos que usavam flechas envenenadas e arcos curtos o que causava um impacto ainda mais mortal em suas vítimas. Outras armas usadas por eles eram as espadas curtas e largas, azagaias (lança curta e delgada, que devido a seu pouco peso era muito usada como arma poderosa, tanto para caça como para a guerra), além de dardos envenenados e facas que traziam amarrados em baixo do braço.

Como usavam flechas envenenadas, eram comuns acidentes com as mesmas envolvendo membros de sua tribo, assim para não morrerem com o veneno impregnado em suas armas, eles carregavam sempre consigo uma bolsinha com o antídoto.

Guerreiros e destemidos, tinham por hábito avisar seus inimigos do ataque iminente em sua aldeia. E para tal, usavam palhas. Conforme o número de palhas era a quantidade de dias que faltava para a invasão. Eram ainda um povo de riqueza, tanto que ostentavam em seus braços e pernas manilhos de ouro e prata. 

Constantemente se aliavam aos brancos que invadiam a África a fim de comercializarem os negros capturados em batalhas, porém culminaram em também serem comercializados para o “novo mundo”.

Dentro de seus rituais religiosos estavam os assentamentos de seus deuses e ídolos de madeira em figura tanto de seres humanos como de animais. Ao saírem para a guerra, prestavam homenagens a seus deuses para que pudessem sair vitoriosos. Mas, se acontecesse de, perderem a batalha açoitavam-nos até a exaustão como forma de punição, pois não os teriam ajudado na guerra.

Se saíssem vencedores, entregavam oferendas de comida e bebidas como gratidão por terem vencido mais uma guerra e assim terem expandido seu reino. Tratavam suas mulheres como cabondos. Uma peculiaridade dessa tribo é que sua principal identificação era a falta de dois dentes frontais de sua boca.

Como religião, o Omolokô se instalou na cidade do Rio de janeiro, nos idos do Século XIX, se organizando ali, de forma completa e se enraizando por outros Estados do Brasil. Graças ao conhecimento que seus praticantes trouxeram da África, e, que foi passado de forma oral para seus descendentes, ainda no Brasil colônia.

Porém, como todas as demais nações, esta sofreu influência de outras vertentes africanas, afinal, dentro das senzalas, os negros se amontoavam, e aquele que diz que sua Nação não possui influência alguma, com certeza, não conhece a história de nosso País. Naquela época, a predominância no Brasil eram os cultos aos Orixás Nagôs e aos Inkisis dos Bantus, e assim os Lokôs sofreram a influência direta dessas duas ramificações em seus cultos.

Obviamente que mantiveram todo o arquétipo de seus rituais, mas, como a influência fora demasiada, culminaram por introduzir alguns ritos de outras Nações, mas, com uma interpretação mais contemporânea.

Isto fez com que a Nação Omolokô se destacasse das demais, que mantinham em seus cultos a predominância de sua terra natal. Outro fator muito curioso dentro do Omolokô, é que não possui a iniciação como nos demais Candomblés, onde se tem umbigueira, akodidê, pois que lá os Orixás não são iniciados.

Para muitos, a palavra Omolokô, se traduz como: filho da gameleira branca, ou: filhos de Lokô, um grande Orixá muito cultuado dentro dos Candomblés de Kêtu. O que  faz com que  muitos confundam seus ritos e assim o chamem de Umbanda de Omolokô, é que teria sido ela, a primeira Nação a aceitar os caboclos e demais mensageiros dos Orixás, isso devido talvez, a convivência desse povo com os índios que existiam em nosso país na época da colônia.

Mas, de forma alguma essa abrangência diminui sua imagem como Religião, porque tem suas raízes no mesmo povo que fundou as demais matrizes, e assim sendo, possui sim, o direito de se denominar Nação de candomblé, o que pode desagradar a muitos despreparados, que por arrogância, pregam aos quatro ventos que somente os de sua casa são feitos de verdade. 

 Não devemos de forma alguma, subestimar seus preceitos, nem mesmo seus conhecimentos, pois são de muita profundidade e quando tivermos todos, um convívio mais harmonioso, e buscarmos um entendimento maior entre as casas, veremos que na verdade, somos todos uma só Nação, uma só Tribo e que pertencemos ao mesmo Rei: Olorúm.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá.                                          

Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP



segunda-feira, julho 02, 2012

POSIÇÃO SOCIAL NÃO PREVALECE EM CASA DE SANTO


Algumas pessoas têm o costume de se achar acima das leis do Orixá, dado a sua posição social. Seja ela devido a bens materiais, como dinheiro, outros por títulos, e assim por diante. Mas, é importante frisar que nada disto vale dentro de uma casa de Santo.

Quando alguém entra para os preceitos do Candomblé, tem que entender que, sua posição social ficou lá fora. Ali dentro ele tão somente é um adepto e a ele, compete somente aquilo que tem direito dentro dos limites das obrigações que possui.

Nos ritos, nada substitui a hierarquia que existe na Religião, e nós, sacerdotes, não estamos neste mundo para sermos coniventes com erros, em troca de favores financeiros, nem mesmo de favorecer a quem quer que seja tão somente pelo seu dinheiro ou sua posição por mais privilegiada que seja.

Não podemos colocar tais assuntos, acima dos assuntos dos Orixás, uma vez, que são Eles, os Verdadeiros donos da religião. A eles, e tão somente a eles, pertence o direito de dar cargos, de escolher ou não, quem vai herdar, por exemplo, um trono. E nunca a posição social de uma pessoa.

Se vamos dar uma obrigação em alguém que tenha uma situação financeira privilegiada, é importante que esta pessoa saiba que, mesmo assim será apenas um iniciante e que seus bens materiais nada significam ali dentro. Não podem corromper os Orixás e suas leis. Ao contrário: são seres que não se importam com nada disso, tanto é que, aquela pessoa, dormirá sim, na esteira como outra qualquer e não terá regalias alguma.

Alguns se acham no direito de exigir isso ou aquilo, tão somente porque estão em uma situação privilegiada e até mesmo ajudam o sacerdote e o Templo. Porém, devem entender que isso por mais que seja bem vindo não está, nem nunca estará acima das leis do Santo, pois que são leis que existem há séculos.

Em uma “roça” de Santo, não existe separação de classe. Todos são iguais perante o Sagrado. Todos são filhos do mesmo Pai e da mesma Mãe. Os mais humildes possuem o mesmo direito que os ditos “ricos”.

Juízes, médicos, advogados, artistas, músicos, pedreiros, lavadeiras, diaristas, secretárias, enfim: todos, são iguais e assim sendo, usam sim, calçolão, camisú, andam descalços, e prestam reverência aos Orixás e às pessoas que possuem cargos hierárquicos mais elevados. Não adianta pensar que, tão somente pelo fato de ser, por exemplo, um advogado, a pessoa tem direito a tratamento diferencial porque está enganado.

Aqueles mais humildes costumam sim, ter mais liberdade junto aos verdadeiros sacerdotes, pois sabem o quanto são massacrados no mundo exterior. Mas, o aconselhável é que todos tenham o mesmo tratamento e não sintam de forma alguma o constrangimento de serem mal tratados.

O amor entre pais e filhos, irmãos, deve ser trabalhado noite e dia, porque somos uma família e como tal, devemos seguir diretrizes que nos levem ao caminho do bem, sem, no entanto, humilhar a quem quer que seja.

União, submissão ao Orixá e às leis que regem o Universo, estes são alguns dos segredos para se manter uma casa funcionando em perfeita condições para que os Orixás atuem nela e em prol dos que ali vão em busca de soluções para seus problemas.

Soberba, prepotência, inveja, ódio, vingança, devem ser deixado para trás juntamente com outros sentimentos tão nocivos a nosso espírito. De que nos vale a cura, as velas, os clamores, se vivemos em desarmonia com essas leis?

Saibamos todos, que: de nada serve nossa posição social dentro de um templo, pois, somente as vontades dos Orixás prevalecem no mesmo.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá. Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.