Há muito tempo, vários seguidores do Candomblé e da Umbanda, vêm abandonado as casas de santo, sacerdotes antigos estão preferindo fechar as portas de seus templos, a continuar atendendo clientes e filhos de santo. Quem mais perde com isso, somos nós, sacerdotes que poderíamos com isso aprender mais ainda com esses antigos zeladores, e também perdem os filhos nossos que se vêm recebendo bem menos fundamentos que os de outrora.
Quem vive nesse hall, sabe que santo é um eterno aprendizado acima de qualquer coisa, sabe que quanto mais vivemos, mais aprendemos que nosso aprendizado só se dá por encerrado quando Olorúm (Deus) nos chamar de volta para sua morada.
Enquanto vemos VERDADEIRAS LENDAS de nossa religião se afastando, vemos por outro lado, um MAR DE FALSOS PROFETAS, DE CHARLATÃES se aproveitando da boa fé dos consulentes que recorrem aos seus préstimos sem saber que na verdade, estão entrando uma verdadeira arapuca. Temos visto pessoas sem o mínimo preparo, atendendo através de algo sagrado como o Oráculo de Ifá, falando asneiras para as pessoas, com o intuito tão somente de ganhar dinheiro.
Vemos também as Igrejas se encherem de pessoas que se dedicam sem dó nem piedade a nos atacarem, a nos difamarem e com isso difamarem nossos ancestrais, nossos Orixás. Temos acompanhado através de jornais e televisão um crescente número de notícias de assassinato, sendo associadas a nossa religião. Culminam por dizerem: “tal ato aconteceu em um terreiro de macumba”! E nada fazemos para coibir tais arbitrariedades.
Precisamos com urgência rever nossos conceitos, solicitarmos que esses mais antigos zeladores retomem seus cargos e suas casas e assim sendo, nos submetermos à humildade de aprendermos com eles.
Sabemos que uma pessoa até mesmo para acender uma vela e invocar o nome de um orixá, tem que estar preparado para isso, pois do contrário terá sido em vão até mesmo a vela, que dirá as oferendas.
Quantos de nós não se encontra com um sentimento de vazio em nosso peito e nossa alma devido a tantos acontecimentos? Levantemo-nos, pois, e busquemos na natureza a força para que nossos mais velhos se voltem novamente para a religião e nos ensinem como procedermos dentro de nossa fé para que nossas oferendas sejam plenamente aceitas por todos os santos e possamos assim realmente praticar o Candomblé e a Umbanda que herdamos de nossos antepassados.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Mutaloiá.
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