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domingo, outubro 15, 2006


OKÊ ARO


Muito se fala em Odé, Oxossi, Lambaranguange; mas na maioria das vezes no esquecemos de sua essência principal: a de um caçador, que vendo um reino dominado pelas forças das grandes bruxas das florestas, não poupou esforços e colocando sua própria vida em jogo, atingiu com sua flecha única, o peito do grande pássaro da morte que assombrava aquele reinado.

Dentro das várias ramificações do Candomblé, o vemos receber várias nomenclaturas, o que muitas vezes causa discórdias entre os sacerdotes e seus seguidores: Odé no Kêto, Lambaranguange no Angola, Agangatolú no Jêje, mas esquecemos de ver que são apenas nomes, e que na íntegra, a entidade é a mesma.

Quando da vinda dos negros para o Brasil, foram aqui se confraternizando, e conseqüentemente adotando uns, as divindades do outro, e graças tão somente a essa miscelânea, surgiu o Candomblé que conhecemos. Para termos essa certeza, basta olharmos com mais atenção às suas características dentro das várias Nações existentes: independente da forma como é chamado, este orixá, sempre tem a mesma função: a caça como forma de abastecer as tribos, e também a de caçador de almas, os eguns. Esta segunda respeitando é claro suas qualidades.

Não importa se o conhecemos como Lambaranguange, Odé, Oxóssi, o que importa é que sem ele não teríamos a caça, o alimento em si. Pergunto-me por que de ficarmos perdendo tempo com disputas medíocres tão somente por nomenclatura e, não nos confraternizarmos como uma só tribo, o que somos na realidade.

Será que ao plantarem suas raízes nesta terra, nossos antepassados se preocuparam com nomes? Creio que não. O que desejavam na verdade, era tão somente retornar para sua pátria com a sua liberdade. Não estaríamos nós, de certa forma, praticando a mesma discriminação que foi tão praticada pela Igreja católica?

Odé, com certeza, não está nem aí para o nome que o chamamos. Para ele com certeza o que vale, são as homenagens que seus Muitos filhos lhe ofertam, sejam elas, com o Ingoroci ou com o Odé Erã Efum. Da mesma forma que com certeza também, não está preocupado em mostrar que o correto em seu cordão de cantigas é Aruê Caçador, Lambaranguange Muká Simbaué, ou se Güerú, Güerú, Lírio, Lírio, uma vez que para ele conta o respeito que deviríamos ter um com a Nação de outro.

Tudo isso me leva a ver cada vez mais, que certos mesmos estão os Caboclos de Umbanda quando cantam: “......, Tindorerê, Tindorará, sem Senhor Oxóssi não se pode trabalhar”. Com certeza, eles em sua humildade, que aliás deveria ser seguidas por nós, pobres mortais, estão agradando bem mais à Divindade, uma vez, que não estão nem aí com o nome que o damos, ou com nossas disputas imbecis, estão sim apenas e tão somente reverenciando a um Verdadeiro Rei.

Louvemos a Deus nosso Pai, que a tudo criou, e que nos permite ter contato com seres tão maravilhosos quanto Odé, agradeçamos a Odé, por nosso pão de cada dia, o que nos provém com seu dom de caça.

VIVA OXÓSSI TÃO SOMENTE E NÃO UMA NOMENCLATURA!

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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Tel; 0(xx) 27 3282-1860