Antes de respondermos a essa
pergunta, se faz necessário que aprendamos o significado correto das palavras. Porém,
temos que primeiro nos lembrar de que; todas as palavras usadas em nossos dias
são na verdade, derivadas de outros vocabulários como o grego, o latim e tantas outras, hoje
chamadas de “línguas mortas”, mas, na verdade deveríamos nos reportar a elas
como LÍNGUAS MÃES.
Dentro de nosso vocabulário,
temos também, que nos lembrarmos de que; ao “reinventarem” os idiomas, os grandes tradutores, (que eram
padres), obviamente que traduziram muitas coisas dentro do interesse de sua fé,
ou seja: a Igreja Romana.
Através de séculos e séculos,
essa mesma igreja que tanto prega hoje o amor, o perdão, a caridade etc., matou
sim sem piedade, milhões de pessoas tão somente por não possuírem sua mesma
filosofia.
Queimaram milhares e milhares de
mulheres acusadas de bruxaria e, em sua grande maioria, a sua “bruxaria” era
nada mais, nada menos que espécies de medicinas que usavam para curar as
pessoas de suas aldeias ou quem mais precisasse.
Essa mesma igreja, matou sem
nenhum escrúpulo e manuseou as palavras de forma a manterem as pessoas PRESAS
em sua teia de ambição, corrupção e sede de poder. Para isso, basta que vejamos
com atenção o que nos diz a historia de Lutero e entenderemos muita coisa.
Mas, aqui tratamos se “são nossos
orixás demônios”.
Bom, antes de qualquer coisa, se
faz imprescindível que estudemos a palavra em sua língua de origem, e eis o que
podemos encontrar:
Do Latim: DAEMON. Palavra que se
usava para se referir aos espíritos de forma geral.
Do Grego: DAIMON. Que era a forma
de se falar em “deuses” de menor importância em seu dia a dia, ou de uma deidade
que tinha a tutela dos seres vivos, sendo que muitas vezes eles se referiam com
essa palavra até mesmo às almas do desencarnados.
Já no Indo-Europeu, a palavra
era: DAI-MON, que significa “aquele que divide”, ou até mesmo “provedor”,
dentro da base DA- que vem a significar “repartir ou dividir”.
Ainda no Grego, Daimon cujo
plural é Daimons, se referia também aos anjos da guarda, conforme podemos
pesquisar em varias fontes sobre o grande filósofo Sócrates.
Vejamos agora o que nos diz o “resumo
da doutrina de Sócrates” no Evangelho Segundo o Espiritismo:
“VI – Os demônios preenchem o
espaço que separa o céu da terra, são o laço que liga o Grande Todo consigo
mesmo. A divindade não entra jamais em comunicação direta com os homens, mas é
por meio dos demônios que os deuses se relacionam e conversam com eles, seja
durante o estado de vigília, seja durante o sono”. Observemos que essa ENTIDADE nada mais era que
Deus. E os demônios, seriam seus Mensageiros, nossos Orixás, Guias e até mesmo
nossos anjos da guarda.
O que temos aqui senão a manifestação
gloriosa dos mensageiros de Deus?
Não devemos, pois, nos atermos ao
que nos ensinam, sem que para isso, tenhamos uma base.
Acontece que a grande maioria das
guerras medievais e até mesmo antes desta época, foram vencidas pela Igreja
Católica e como sempre, a história é contada pelo vencedor e não pelo perdedor.
Assim sendo, transformaram tudo para que o poderio papal não caísse em mãos erradas,
ou seja: em mãos que não fossem de suas bases.
A tradução de forma negativa da
palavra Daemon, ou Daimon, tem sua origem com os primeiros cristãos que diziam
ser essa palavra uma forma de se expressar a existência de um Deus pagão. Mas,
mesmo sendo os grandes estudiosos, da época, os tradutores dos evangelhos,
permaneceram incitando a alusão de um ser chifrudo e que na falta do que
fazer, passa dias e dias a cozinhas as pessoas em um caldeirão.
Pois bem: quem de nós, pai ou
mãe, teria coragem de cozinhar uma mão ou mesmo um dedo de nossos filhos? Então,
como podemos crer em um Deus que por amor, criou tudo e todos e se arrependeu
depois, e passou a destinar seus filhos, a comida de um banquete infernal?
Como acreditarmos em um Deus que
ao se sentir solitário, depressivo, fica sentado jogando raio na cabeça de quem
não o obedece? Afinal ele é Deus ou um dos ditadores que a humanidade conheceu?
Vejamos essa gravura que traz
Sócrates sendo assistido por seu Demônio:
Sócrates e seu Demônio, de Eugéne Delacroix
Esses mesmos gregos acreditavam
que cada um tinha um Daimon ou Daimonion pessoal; uma espécie de protetor que o
acompanhava e o orientava em seus problemas.
Então, com certeza podemos
afirmar que: SIM, SÃO NOSSOS ORIXÁS
DEMÔNIOS! E podemos amá-los sem o mínimo peso na consciência, afinal, são seres
puros que habitam fora da atmosfera terrestre e que trabalham para nos
auxiliarem em nossas vidas.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi:
Odé Mutaloiá.