João Alves Tôrres Filho nasceu em Salvador - Bahia, no dia 27 de março de 1914.
Filho de João Alves Torres e de Maria Vitória Torres, sua avó, africana e ex-escrava, teria morrido com 116 anos de idade.
Nascido em família católica, João assistia regularmente as missas na igreja de sua paróquia, chegando a participar das mesmas como coroinha.
De família pobre, o menino viu-se obrigado a trabalhar muito cedo e seu primeiro emprego foi num armazém de secos e molhados onde ganhava o salário de vinte e cinco mil réis, com direito a pernoitar no depósito onde dormia sobre sacas e caixotes.
No emprego João conheceu uma senhora idosa e solitária que o convidou a residir em sua companhia na Estrada da Liberdade, 561.
A "Madrinha", forma carinhosa com que João tratava sua protetora, fez com que estudasse em escolas noturnas e cuidava do menino como se fosse seu próprio filho.
A influência desta senhora, filha de Oyá e iniciada em Cachoeira, foram fundamentais para definir a trajetória religiosa de João.
Apresentando problemas de saúde para os quais os médicos não encontravam solução, o jovem foi levado por sua madrinha ao candomblé de Severiano José de Abreu, conhecido em toda a Bahia como Jubiabá. João
estava então com 16 para 17 anos.
No dia 21 de dezembro de 1931, Oxóssi, na cabeça do jovem yawo, "rodava" e "dava o nome".
Com a morte de Jubiabá, João abriu seu próprio candomblé na localidade denominada Alto da Goméia, nome que seria dado popularmente ao novo axé.
Com a morte de Jubiabá, João abriu seu próprio candomblé na localidade denominada Alto da Goméia, nome que seria dado popularmente ao novo axé.
Em 1948 o babalorixá mudou-se para o Rio de Janeiro, transferindo seu candomblé para a rua General Rondon, 360 no bairro de Copacabana, em Duque de Caxias.
Em 1966, já famoso e prestigiado, João voltou à Bahia onde tomou obrigação com a saudosa mãe de santo Menininha do Gantois, incorporando-se, assim, a uma nova raiz.
Transcorria o ano de 1971 quando, em São Paulo, o babalorixá sentiu-se mal, sendo atendido, no dia 6 de fevereiro, no Hospital São Paulo na Vila Clementino, onde permaneceu internado até o dia 19 de março, data do seu falecimento.
Seu corpo foi trasladado para o Rio de Janeiro onde, em 21 de março, seria sepultado no cemitério de Duque de Caxias, sob forte temporal que inundou toda a cidade.
João, que segundo dizem, teria iniciado a mais de mil pessoas, deixou uma lacuna ainda não ocupada em nossa comunidade religiosa.
Seu trono permanece vazio.
Seu cetro, Oxóssi levou para o Orúm.
Adilson de Oxalá
Adilson de Oxalá
Pesquisa Realizada por Sérgio Silveira, Tatetú N'Inkisi Odé Mutaloiá
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