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quinta-feira, setembro 17, 2009

OXOSSI


Orixá muito cultuado no Brasil, símbolo da fartura e da prosperidade. Na África sempre foi o caçador que alimentava as tribos através de seu oficio.

Segundo as pesquisas de Pierre Verger, publicada em seu livro, “Orixás”, o culto a essa divindade foi praticamente extinto em terras africanas, mais precisamente em Kêtu onde teve início a todo seu fetichismo, porque os seus sacerdotes foram feitos escravos e levados para a Europa e para o próprio Brasil, e muitos deles morreram durante a travessia dos mares. Os que conseguiam ficar em sua terra natal, pararam de cultuá-lo, pois se perderam juntamente com seus sacerdotes os mistérios de seus ritos.


Enquanto os negros se dispersavam pelo mundo, devido à escravidão, que consumia suas aldeias e tribos, muitos cativos que cultuavam esse Orixá sucumbiram perante os rigores dos traficantes de escravos e do próprio cativeiro. Porém, seu culto foi mesmo que a duras penas, preservados no Brasil onde é um dos Orixás mais populares, e também em Cuba, onde ocupa local de destaque na Santeria daquele país.

Os sacerdotes que conseguiram sobreviver ao cativeiro foram moldando seu culto junto com as outras culturas, pois era somente assim que conseguiam que a divindade não sucumbisse juntamente com seu povo.

No Brasil, Oxossi foi associado à figura dos caboclos, sendo seu patrono dentro da Umbanda Sagrada. Já no Candomblé, foi associado como Rei de Kêtu. Dentro da Umbanda e também na nação Angola, ele recebe a cor verde, como representação de seu habitat, as florestas. Já nos Candomblés de Kêtu, recebe a cor azul clara.

Em seus colares, costuma-se encontrar itens como sementes e penas, que representem as matas. Seu fetiche é o Ofá, arco e flecha que usou para matar o pássaro que destruía determinado reino na África.

Seu dia de culto é a quinta feira. Alimenta-se de todas as caças que encontra, e também de milho, coco, acaçá vermelho, frutas, peixes, e ainda podemos oferecer a ele em determinadas situações a canjica branca de Oxalá.

A curiosidade, observação, perseverança, inteligência são algumas das características dos filhos deste santo. Ele também é associado a alegria. Como caçador que é, gosta de agir a noite e passa isso para seus filhos.

Geralmente os filhos de Oxossi gostam mais da noite que do dia, afinal é no silêncio da noite, que o caçador espreita para poder matar a caça que deseja.

Seus filhos também são conhecidos por serem faladores e de um raciocínio rápido que poucos conseguem acompanhar, teem ainda a capacidade de se adaptarem a qualquer situação e sempre buscam mudanças para suas vidas.

Também os filhos de Oxossi amam viajar, e sempre que podem, optam por trabalharem longe de suas casas, indo assim, como o caçador, buscar o alimento e a sobrevivência para sua família.

Outro arquétipo dessa divindade é a ultrapassagem dos limites, sejam esses quais forem. Sempre busca expandir seus conhecimentos, sendo a caça vista como uma forma de adquirir mais conhecimentos além da sobrevivência dos seus.

Dado a sua grande busca por conhecimento, por desmistificar mitos, é um Orixá ligado diretamente ao ensino, pois possui grande inteligência. Tendo também um gosto refinado como, a cultura, a arte, e outros que levem à necessidade do uso da inteligência.

Em sua terra natal, era o caçador responsável por trazer não só o alimento, mas também as ervas que serviam para curar todos os males. Como se não bastasse, era ainda o caçador responsável por encontrar o local mais apropriado para que a tribo pudesse se mudar quando fosse preciso. Porém ele somente buscava o novo local e as demais pessoas é que faziam a mudança da tribo.

Oxossi também representa a incansável busca pelo mais puro saber, e assim sendo, sua área de abrangência e consequentemente de seus filhos, são a filosofia, a teologia e as demais ciências.

Muitos são os favores pedidos a Oxossi por seus filhos e ou crentes, por ser ele a personificação da fartura, e dentre esses pedidos, encontram-se a cura de várias doenças, as dificuldades no campo profissional ou ainda para que possam conseguir um emprego. E como na mata escondem-se espíritos diversos, ele também é invocado como combatente no plano material e para afastar forças espirituais malignas.


Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com









quarta-feira, setembro 09, 2009

TEMOS QUE AGIR COM CAUTELA PARA EVITARMOS A COBRANÇA DE NOSSO ORIXÁ.

Com certa frequencia vemos zeladores de Santo, passando pos dificuldades das mais variadas. Desde a dificuldade para conseguir alimento, roupas e remédio, e até mesmo para terem suas casas abertas. Muitos perdem suas casas sem saber o porque, e da noite para o dia mesmo dando oferendas e mais oferendas para os Orixás, terminam por padecerem nas mãos de inimigos ou mesmo pelo próprio destino.

Isso faz com que pessoas se perguntem onde está o Santo daquela pessoa que vê seu filho sofrer e nada faz para mudar esse destino. Aí é que está o grande equivoco: quanto mais um zelador sofre, mais presente está seu Santo.

É que muitas vezes, esse sofrimento é imposto pelo seu próprio Orixá daquele sacerdote e o motivo é apenas um; a desobediência às leis de Olorúm, Deus! Assim sendo, de nada adianta arriarmos comida e mais comida nos pés de nossos Santos, se eles estão vendo que em nosso coração existe soberba, arrogância, prepotência e tantos outros males.

Algumas vezes o sacerdote consegue crescer tanto que começa a sentir-se tão poderoso como os próprios Orixás, acham-se acima das leis, afinal foram escolhidos por seus Santos, como Reis e Rainhas, e devem ser homenageados como tal. Mas, se esquecem de que ser um zelador de santo, é antes de tudo servir a todos os Orixás, independente se são seus, de seus filhos ou mesmo de clientes.

Ao receberemos esses “poderes”, não devemos de forma alguma nos sentir acima das leis, muito menos querermos nos igualar aos nossos Orixás que são seres que governam a natureza, a mesma natureza criada por Deus para todos, indistintamente.

Quando deixamos que a soberba tome conta de nossas mentes e de nossos corações, incorremos no alto grau de crime, que é o da criatura querer se igualar a seu criador. Temos que entender que nada somos sem nossos Orixás, mas, eles continuam sendo o que são sem nós.

Quem de nós pode, por exemplo, dizer que está livre do dito pecado? Posso assegurar que ninguém dentre nós, pobres mortais estamos fora da classe de pecadores e assim sendo, “criminosos espirituais”.

Temos que nos acautelar, agirmos com amor, carinho, zelo, dedicação, e acima de tudo: com muita obediência e humildade perante nossos Orixás, pois sua cobrança é certa e nunca de forma serena.

Se passamos por alguma dificuldade financeira, que culpa tem nosso Santo? Claro que nenhuma, mas, em nossa ganância, em nossa eterna ânsia de poder, logo nos colocamos de contra a nossos Santos e as leis de Deus, blasfemamos sendo que eles não possuem culpa alguma, pois os nossos problemas existem e continuarão existindo independente se somos ou não feitos no santo.

Ao agirmos com serenidade, vemos que nossos problemas são solucionados com mais rapidez e logo, logo estamos de novo, gozando de certa facilidade. Antes de reclamarmos por uma situação difícil, agradeçamos a Deus e nossos Orixás por tudo que já nos concederam, e assim veremos a solução surgir muito mais rápido em nossa vida.

Não podemos agir com frieza e com soberba diante da dor alheia, mas, ao contrário, sejamos caridosos e nos compadeçamos daquela pessoa e veremos as dádivas do céu em nossas vidas.

Para que sejamos mais felizes temos somente uma coisa a fazer: sermos humildes e seguirmos as leis de Deus e de seus Ministros, nossos Orixás.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com