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domingo, julho 24, 2016

A importância e o significado do paó


Dentro do Candomblé, sempre que uma pessoa vai mexer com seu Orixá, ele acende a vela e bate o paó. Porém algumas pessoas não sabem na verdade, o que significa o paó. Obviamente que, como tudo dentro do Candomblé, nada é por acaso, pois que, para tudo temos um motivo e uma razão.

O paó, é de suma importância, pois é através dele que “acordamos” o Santo. Mas, Santo dorme? Não. Essa é uma forma de expressão somente, afinal espírito não dorme, pois que, o sono é uma necessidade do corpo físico e Orixá, possui somente o corpo espiritual. Na verdade o paó tem não só um significado, e aqui passarei, à sua explicação. 

Nossos Orixás são deidades, ou seja, Divindades, e como tais, governam a natureza em nome de Olorúm. São seus Ministros, e, por Ele encarregados de cuidarem da Natureza e de nós,  seus filhos humanos. Como deidades, não podemos nos aproximar sem pedir licença, afinal, como vamos nos aproximar deles, sem a devida reverência? Ao dar ossé em seu Santo, ou mesmo quando vamos preparar um Orixá para obrigação, a primeira coisa que fazemos é acender a vela e, em seguida, bater o paó, e, o mesmo deve sempre ser da mesma forma: três batidas curtas, seguidas de mais sete um tanto mais acelerados, formando então, o total de sete, e essa sequência se repete três vezes, quando fazemos esse ato, é como se dissemos ao Orixá, me dê licença para me aproximar de vós. 

E, assim sendo, mostramos àquela Divindade, a humildade perante seu assentamento, mostramos à ele, que nos prostramos diante de sua presença. Qual ser humano pode se equiparar a um Orixá? Quando bate-se o paó, a pessoa reverencia da forma mais humilde aquela deidade que o governa. O respeito é afinal, o ponto mais importante dentro de qualquer relação nossa, e, não seria diferente com os Orixás. 

Paó, é a forma de mostrar àquele Santo, que ali está seu filho para a reverenciação necessária antes de qualquer ato litúrgico. Mas, o paó também significa o som das gostas de chuva molhando a terra, e, prometendo assim, mais uma colheita, mais um ano de alimento farto, e, benigno ao ser humano. Batendo o paó, estamos sempre pedindo aos Orixás, que intervenham junto à Deus, permitindo assim, que a chuva venha irrigar a terra, para que a fome não faça a humanidade sucumbir.

O som do paó, atrai aquele Santo até seu ibá, afinal, moram os Orixás, na natureza e não dentro de uma vasilha. Ao ser atraído para seu ibá, aquela divindade está pronta para atender seus pedidos ou mesmo, para receber as oferendas que ali são depositadas.

Todas as pessoas têm a obrigação de fazer esse ato, sendo que, todos os que estiverem presentes, têm a obrigação de bater junto o paó, e a isso chamamos, responder. Quando quem está batendo um paó é uma pessoa velha no Santo, ou possui um cargo na casa, os mais  novos, devem colocar sua cabeça no chão, em respeito à idade de Santo que possui o outro. 

E o paó, serve ainda para, quando terminam-se os atos, a pessoa sair de frente ao Santo, nesse caso, seu significado é de agradecimento por ter a pessoa mais uma vez conversado com seu Santo, e ainda, serve como pedido de licença para se afastar. Não entramos ou saímos de perto de um Santo, sem pedir licença, isso representaria uma afronta para com o mesmo. O fato da Pessoa ser um zelador de Santo, não a isenta desses atos, é como sempre digo: somos zeladores e como tal, servimos a todos os Orixás.  Não somos pais ou mães de Santo, Pai do Santo é Deus, somos apenas aqueles que tivemos a honra de ser escolhidos para deles cuidar. De seus filhos, somos pais e mães no Santo, ou seja, somos seus pais em espírito.

Temos então, a obrigação de respeitar os Orixás de nossos filhos sim. Mas, infelizmente algumas pessoas acham o contrário, que os Orixás deve respeitar a matéria. Oras, se são eles, Ministros de Deus, e governam a natureza em seu nome, como podem ser inferior a qualquer pessoa independente de seu cargo ou de sua idade?

O paó, não é simplesmente uma sequência de palminhas batidas a ermo. Não, ele tem seu significado, aliás, como tudo dentro de nossa religião, nela, nada é por acaso, nada se faz por achar bonito, mas sim, por ter uma representação séria e devida.

sexta-feira, julho 15, 2016

Quem é babá egum?


Algumas pessoas se arrepiam e sentem pavor quando se fala em egum, ou babá egum. Isso se deve ao fato de, algumas vezes ouvirem dizer que babá egum serve somente para o mau, e que, pode até matar as pessoas da casa. Toda energia do Cosmo tem seu lado positivo e negativo, isso todos nós sabemos, e o mesmo ocorre com babá egum. Agora, se sua energia é usada para o bem ou para o mau, isso é problema de quem a usa. Sempre afirmei, por exemplo, que, Exú nada tem a ver com o demônio do cristianismo, afinal ele é uma energia como outra qualquer, e, o mesmo ocorre com babá egum. Mas, se são usados para o mau, então quem é o demônio afinal? Posso assegurar que não são essas entidades.

A palavra egum em sua origem, significa ossos, ou seja, os ossos dos que estão mortos, afinal, no que nos tornamos após a morte, senão ossos em baixo da Terra? Essa palavra é usada como referência para a entidade citada, como forma de se citar os entes queridos que se foram desse mundo. Quando falamos em egum, nos referimos antes de mais nada, aos nossos entes que se transladaram para o Orúm, Céu, isso na visão dos antigos africanos. 

Lá na mãe África, era comum as pessoas cultuarem a alma de seus parentes mortos, como os católicos, por exemplo, cultuam aqui no Brasil. Porém, como na África tudo era energia, não acreditavam que as pessoas ao morrerem simplesmente sumiam. Acreditavam e ainda acreditam, que a morte é apenas uma transformação, e que, a alma de seus ancestrais vivia em um mundo diferente do nosso, mas, vivia e se, precisassem de sua ajuda, eles voltariam para interceder a seu favor.

Lembremo-nos de que, falamos de uma cultura muito, mas, muito antiga, que a exemplo de outras culturas, cultivavam a memória de seus mortos oferecendo-lhes tudo que gostavam quando aqui na Terra. Ofereciam bebidas e comida, em suas sepulturas, ofertavam de tudo que boca come e bebe, como forma de reverenciarem seus entes, e outros povos até mesmo tesouros deixavam na sepultura de seus entes. 

Quando ofereciam comida e bebida para seus mortos, era com, a explicação de que, tanto a comida, quanto o vinho ou a cerveja era essenciais para manter as pessoas vivas, assim sendo, nada mais justo que ofertarem a seus mortos, o essencial para a vida. O vinho e a cerveja, lembremo-nos eram o que mais se bebia, devido a não terem água potável. 

Os africanos sempre imolaram animais e aves para seus deuses, como forma de aplacarem sua ira e/ou de conseguirem favores dos mesmos. (Lembremos porém, que, outros povos faziam isso, como os romanos, por exemplo). Se iam à guerra, eles indicavam Ogum e a ele ofereciam sacrifícios como forma de saírem vitoriosos nas batalhas, outra hora invocavam Exú, se sentissem a necessidade de magia ou mesmo se uma mulher não conseguia engravidar, para que, suas colheitas fossem abundantes e a caça também, presenteavam Odé, e assim consecutivamente. Então, nada mais justo que oferecessem presentes a seus mortos,  afinal, dividiam eles, o Orúm, Céu, com os Orixás. 

Tinham até mesmo o egum, como forma de os livrarem de doenças, de feitiços, e quaisquer outras coisas que seus inimigos os enviassem. Hoje em dia, assentamos babá egum, com a finalidade de ajudar tanto na saúde, como para atrair clientes, e demais assuntos que se fizerem necessários dentro da casa do Santo. Não temos com isso, a intenção de matar ninguém, até mesmo porque, o verdadeiro candomblecista, não deseja a morte nem de seu pior inimigo, ao contrário, entregamos tudo nas mãos de Olorúm, Deus, e de seus Ministros, nossos Orixás. 

Quando assentamos babá egum, a finalidade é buscar o equilíbrio da casa, pois bem sabemos que, devemos dar satisfação a nossos antepassados, de tudo que fazemos no mundo. Até mesmo para auxiliarem no jogo de Búzios quando se fizer necessário. Babá egum, é para a proteção e não para a morte das pessoas onde foi assentado. É ele quem vai para a rua buscar clientes, buscar notícias de alguém desaparecido, por exemplo, e, assim por diante. 

Egum = ossos, ou seja,  um culto às almas daqueles que se foram desse mundo. Como podemos ver, é apenas mais uma energia na casa, e seu uso depende muito de quem o cuida. Algumas pessoas insistem em nos chamar de adeptos do capeta, mas, em nome de “seu” Deus, cometem as maiores atrocidades e, se julgam perdoados, afinal “essa é a função de Deus “.  Posso falar de cadeira, uma vez que tenho em minha casa dissidentes de outras religiões e muito já presenciaram essa frase.

Mesmo não concordando eu, com as disputas religiosas, acho que cada um come do que gosta, não posso deixar de relatar isso, pois, dentro de nossas casas, impera a fé em Deus e nos Orixás e assim sendo, o amor e o perdão. 

Egum, nunca foi, nem nunca será coisa do diabo, como também nada dentro do Candomblé o é. Apenas vemos as coisas de outra forma, e, essa forma existe há mais de 8.000 anos. Somos descendentes de Reis e Rainhas, que aqui viveram e hoje, reinam na Natureza em nome de Olorúm, Zambiapongo, Olodumarê, ou seja, Deus. Afinal, são apenas nomenclaturas para o mesmo Ser.

Antes de se assentar babá egum no entanto, existem regras que devem ser observadas e analisadas, e somente o jogo de búzios poderá apontar a direção certa, porque devemos consultar Ifá antes de tudo que formos fazer. Não podemos mexer com uma força sem que Ifá determine, afinal ele é o mensageiro ,dos Orixás e a ele devemos recorrer para sanar quaisquer dúvidas a fim de, evitarmos complicações sérias na vida das pessoas.

Babá egum, é sim, uma ferramenta para o bem, e, nunca irá maltratar os que habitam a casa onde ele mora. Se deseja ter egum assentado em sua casa, procure saber com seu zelador (a) se sua casa pede tal ato, e se pedir, trate com atenção seus assuntos, pois são sérios como tudo dentro do Axé Orixá.

Não basta ter a pessoa, vontade de assentar babá egum, é preciso que o Orixá da casa assim o determine. Geralmente são feitas as consultas pertinentes ao Orixá da casa, bem como, Exú e demais entidades a fim de que, essa força venha se juntar as demais para o crescimento espiritual daquele Templo. Ifá é quem determinará tudo, nada podemos fazer sem antes irmos a ele buscar suas orientações. 

Babá egum, é muito sério, e não se deve brincar com ele. A seriedade é quem nos garante no futuro, que determinada  energia irá realmente prover a casa de tudo de bom que precise. Ele cuidará do zelador, de seus filhos de Santo, de sua família carnal, bem como, das famílias de seus filhos de Santo. Quando a morte se mostrar e levar algum membro da casa, ele também estará presente a fim de auxiliar aquele espírito em sua nova jornada. Assentar babá egum, não se trata de roubar crânios em cemitério ou coisa parecida, ele é como o nome diz, pai ancestral, ou seja, é um ancestral também dos Orixás e a ele devemos respeito e zelo.

Cemitério é local sagrado, local de descanso dos mortos, e não compete a quem quer que seja, adentrar nesse solo para se apoderar do que ali está. Devemos respeitar os mortos, afinal, cumpriram sua missão nesse mundo e hoje pertencem a outra esfera onde não temos o direito de entrar.

segunda-feira, julho 04, 2016

Fé e ciência para a cura de doenças

Podemos e devemos pedir ajuda aos Orixás e aos Guias para nos vermos curados de alguma doença sim. Mas, não podemos de forma alguma negligenciar com o tratamento médico.

É sim, muito comum recebermos em nossos Templos, pessoas com problemas sérios de saúde, pedindo que os Orixás os ajudem a encontrar a cura para tal. Sempre nos deparamos com pessoas com problemas os mais variados, seja câncer, doença renal, diabetes, esquizofrenia, epilepsia, alcoolismo, e tantas outras que não temos nem como mencionar todas, e, obviamente, o Santo irá ajudar sim na cura que o consulente busca.

Porém, existe algo de muito sério o qual não podemos nos esquecer: a Medicina. Sim, a Medicina é algo de muita seriedade e não pode uma pessoa por mais fé que tenha em seus Orixás e Guias protetores, permitir que alguém haja com descaso com esta. Ocorre que, muitas vezes a pessoa vem sofrendo tanto, que chega pedindo a cura imediata, porque não suporta mais os tratamentos, as andanças de médico em médico, etc., e tal. Mas, um zelador coeso e coerente, jamais dirá para a pessoa que a mesma será curada somente através da fé, pois se assim o fizer, estará cometendo o uso ilegal da Medicina e isso, é crime previsto no código penal.

Vários médicos, inclusive dos Estados Unidos da América, já deram depoimentos dizendo que, a fé colaborou de forma substancial para a cura até mesmo de pacientes em estado terminal. Mas, deixaram claro que, o tratamento clínico, seguia normalmente. Ocorre que, a pessoa quando debilitada por uma doença, busca de forma angustiante, a cura, não importando no que irá se embrenhar para alcançar tal objetivo, e, delas, não podemos tirar a razão; mas, como pessoas sérias, temos a obrigação de mostrar tanto a ela, quanto aos seus familiares, que, existe sim obrigação para a doença, porém, o tratamento clínico tem que ser seguido à risca, e ainda, temos sempre que deixar muito claro que, a vontade de Deus é insubstituível e inabalável, ou seja; tudo ocorrerá conforme as decisões de nosso Pai Celestial.

Não somos Deus para saber com exatidão o dia e a hora de cada um partir, então, nos resta apenas lutar, lutar com muita fé e devoção para que o convalescente se recupere e continue no seio familiar. Como sacerdotes, em alguns momentos, fazemos as vezes até de psicólogos, orientando as pessoas, ouvindo seus desabafos, e, muita e não raras vezes, orientando até mesmo em seus problemas mais íntimos. Porém, temos que,  deixar bem claro que, não somos médicos, psicólogos ou psiquiatras, mas sim, uma espécie de confessor e orientador, e, que, em alguns casos, somente a ajuda de um profissional poderá agir da forma correta. Não podemos e, nem devemos, ultrapassar os e limites, pois que, estaríamos infringindo leis que, irão nos punir com rigor.

Comumente vemos alguns pastores, mandando as pessoas deixarem de usar seus óculos, ou pior ainda: determinando que a pessoa está curada e que assim sendo não precisa mais de seus medicamentos e que, deve jogar os mesmos fora. Crime. Isso mesmo,  Crime inafiançável, pois está agindo de forma errada e na Lei, isso tem nome: charlatanismo, curandeirismo, exercício ilegal da Medicina, e isso queridos, é crime passível de cadeia. E, não podemos agir da mesma forma dentro de nossos Templos.

Outros,  nos chegam exigindo a cura, eu mesmo já vi pessoas alegarem que o Santo não a curou de diabetes. Oras, sabemos que essa doença não tem cura, e se, por ventura não recebeu o milagre, foi porque assim Deus determinou. Mas, vi também essa mesma pessoa negligenciar com as dietas previstas para quem sofre desse mau, então me pergunto: como desejar a melhora, se nem mesmo segue sua dieta? Não somos milagreiros, Deus e os Santos é quem o São. Apenas somos ferramentas que eles utilizam conforme o merecimento de cada um nas Leis Divinas. Somos seres humanos e com os mesmos problemas que aqueles que nos buscam, então,  por que esperar que façamos o impossível? Muitas vezes esperam isso, motivados por falsos testemunhos em outros templos, e, compete à  nós, desmistificar esse mito e mostrar a realidade por mais dura que seja.

Não adianta a pessoa prometer algo que não pode cumprir, pois passará por mentiroso e toda a religião também. Quantas vezes já foi visto pessoas dizerem que, se o espiritismo existe, por que seus praticantes não são ricos, por que ficam doentes? Ignorância, somente isso. Mas, essa ignorância muitas vezes é alimentada por falsas promessas, e isso também é inconcebível dentro de nosso Templos. Temos a obrigação de sermos sérios e verdadeiros, porque, a honestidade não é favor, mas sim, uma obrigação para qualquer pessoa.

É de suma importância no entanto, que mostremos às pessoas, que, cada um de nós,  tem sua jornada e nada nem ninguém poderá intervir na mesma. Da mesma forma ocorre com a morte, cada um tem seu dia, queria ou não, e isso é imutável, pois se assim não fosse, porque o próprio Cristo morreu? Somos feitos de matéria, e essa, é falha, e não temos como mudar os rumos que  nos são traçados por Deus. Temos sim, como minimizar a dor e o sofrimento através de obrigações, mas, as coisas seguirão seu curso independente de nossos desejos.

Toda obrigação para saúde, tem que andar paralelo ao tratamento médico, não podemos ministrar medicamentos, afinal, não somos formados em Medicina. Temos sim, o direito inalienável de agir com nossa fé,  buscando junto à espiritualidade, a ajuda para a cura daquela pessoa. O milagre existe, mas o tratamento clínico também, e esse tem que ser respeitado.

A fé e a ciência, podem e devem andar juntas, dado que, uma não inibe a outra. Acreditar, por exemplo, em vida extra terrestre, não significa que não acreditemos em Deus. Ao contrário, mostra a supremacia do Pai, pois criou vida em todo o Universo. Crer na Medicina, não significa que não cremos nas obrigações. Mostra sim, a crença em uma única força que a tudo criou e essa força se chama Deus.

sábado, julho 02, 2016

Orar, jejuar, e dar oferendas aos Orixás, fazem parte de nossa fé

Todos nós que somos do Santo, temos nossas obrigações anuais para com os mesmos, a fim de, renovarmos nossa energia e termos um contato mais próximo com nosso Pai ou Mãe, dependendo se a pessoa é  de Oboró, (Tatetú) ou de Yabá, (Mametú), porém, existem aqueles momentos em que, levados por motivos alheios à nossa vontade, não podemos nos recolher para as devidas obrigações, e, para os que realmente dedicam seu amor a seu Orixá, a falta da obrigação, o arremete a uma sensação de abandono ou mesmo de, falta de amor para com aquela Deidade. 

Obviamente que, nada substitui as obrigações, até mesmo porque, o Santo reconhece as mesmas e não a idade que contamos, assim  sendo, uma pessoa que tem 20 anos se feita, mas, tomou apenas as obrigações de 01 e de 03 anos, seu Orixá a verá com três anos de feito. Isso com certeza irá atrapalhar a vida da Pessoa, pois sabemos que somente quem possui suas obrigações em dia, pode exercer o sacerdócio.

Porém, temos no jejum, na oração e nas comidas secas, (presentes), uma forma de minimizar o sofrimento pelo qual a pessoa está passando. Quando falamos em jejum, algumas pessoas acham que estamos nos comparando com as religiões neopentecostais, mas, posso garantir que o jejum tem uma grande força dentro de nossos preceitos. 

A prece é outra forma de mantermos um contato com o Orixá, bem como com Deus e nossos Guias espirituais. Recordo-me, de quando era ainda yawô, de ter visto tanto minha falecida e saudosa mãe no Santo, como outras pessoas muito velhas, dizendo que poderia sim, uma pessoa rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria e oferecer a seu Orixá , pois que, o mesmo ouviria sim, e atenderia ao chamado e aos pedidos que seu filho fizesse. 

Quantas vezes, passando pelo barracão onde fui iniciado, cumprindo com os serviços diários, vi pessoas mais velhas jejuando nos pés de determinado Orixá, em prol de uma cura, de um pedido de emprego e outros. E, com certeza, via essas pessoas receberem a graça pedida. Isso porque, iam de coração aberto, com amor e fé, efetuarem aquele sacrifício. Sim, tudo o que fazemos, é um tipo de sacrifício para nosso Orixá e este com certeza verá com bons olhos nosso enaltecimento de seu nome. Nada é perdido dentro do Axé Orixá,  tudo é um sacrifício, até mesmo o simples fato de acendermos uma muila, vela, para nosso Orixá. 

Uma oferenda muito comum, é dar canjica branca, ebô, para nosso Santo, afinal, essa é a comida de Oxalá, o Grande Pai de todos os Orixás e consequentemente, Pai de todos nós. Ao ofertamos o ebô aos pés de nosso Santo, estamos colocando Oxalá comendo junto, e como, um Santo se negará a ouvir um pedido que o fazemos em nome de Oxalá? Não importa o tamanho de seu problema, nada é insolúvel dentro do Santo, mas, temos que entender também que, para termos aquele pedido atendido, nos sujeitamos ao nosso merecimento dentro das Leis de Deus todo Poderoso. Os que leem com frequência esse blog, sabem que, sempre esclareço que o universo é regido pelas Leis de Olorúm e que, nossos Orixás nada fazem sem antes averiguarem se somos merecedores ou não do que pedimos. 

Deveriam, as pessoas do Santo, aprenderem a rezar antes de dormir e antes de se levantar da cama, agradecendo à Deus e a seu Orixá a passagem de mais um dia, e, o recomeço de outro, afinal, é mais um dia que nos foi concedido pela benevolência Divina. Devemos jejuar nos pés de nosso Santo, dar um presente a seus pés, mantermos sempre uma vela acesa, pois esta serve para clarear nosso caminho nesse mundo tão complicado. 

Tudo podemos com nossa fé,  basta que a mesma exista verdadeiramente dentro de nós, e não seja somente palavras jogadas ao vento a fim de fazer bonito para as pessoas, afinal, temos que mostrar a beleza para Deus e nosso Orixá, pois são os que realmente nos amam e nos aceitam independente de nossos erros.