foxyform

Contador de visitas

contador grátis

sábado, maio 19, 2012

SOMENTE ATRAVÉS DO IFÁ PODEMOS FALAR COM OS ORIXÁS


Desde que Candomblé é Candomblé, Ifá, é a única maneira de entrarmos em contato com os Orixás, seja para sabermos qual deles rege a cabeça e a vida de uma pessoa, ou para entendermos a situação que ela passa na vida e assim buscarmos uma solução junto a esses Ministros de Olorúm, Deus, para que possamos auxiliar em sua busca pela solução.

Acontece que hoje em dia, cartomantes se dedicam a ver Santo em tarô e outros jogos de cartas, até mesmo criaram o Tarô dos Orixás. Isso lamentavelmente acontece e é um grande erro.

Como Seres Divinos oriundos da África, em tempos mais remotos, eram vistos seus assuntos, pelos sacerdotes que praticavam o Opelê Ifá, um determinado método de conversa com estes, que era praticado através de ossos de animais amarrados em uma espécie de cordão.

No Brasil, se popularizou o jogo de búzios e somente através dele, podemos entrar em contato com os Orixás e seus Mensageiros, ou seja: seus Exús, Erês e outros.

Mas, nem por isso o jogo de búzios, trata-se de um jogo de adivinhação como dizem muitos. Ele é utilizado para conversarmos com esses Ministros de Deus, para que possamos assim, entender melhor o que se passa na vida de uma pessoa.

Respeitamos o jogo de cartas por sabermos se tratar de um processo muito antigo e que vem de datas remotas, e que, segundo alguns, tem sua origem nos povos ciganos.

Porém, infelizmente, algumas pessoas hoje em dia, misturam as coisas, pregam aos quatro cantos do mundo, que enxergam o Orixá da pessoa através das cartas.

Misturam assim as coisas, confundem os consulentes que cada dia mais, perdem a fé nas religiões dos antepassados e com isso, denigrem o nome da mesma. É de suma importância que mantenhamos as coisas em seus devidos lugares.

Búzios para os Orixás e Cartas para demais assuntos. Agindo da forma que agem, é como se uma pessoa em um concerto de ópera, começasse a cantar samba. Incoerência pura. Orixá não responde em Tarô ou outro jogo de cartas, tão somente por não conhecerem esse processo.

São seres oriundos de Tribos e Reinos onde seus descendentes sempre buscaram e buscam através de seus sacerdotes, a revelação de suas vidas através do Oráculo Sagrado de Ifá. E este não se pronuncia através de outros meios que não sejam os comuns entre os africanos.

E o jogo de búzios por sua vez, somente pertence aos que são raspados e com as obrigações em dia, ou seja: aqueles que possuem o direito de praticarem o sacerdócio, e nunca àqueles que não foram feitos, ou que não possuem suas obrigações, muito menos pertence a entidades de Umbanda, pois esse seguimento não conhece esse processo, nem suas entidades têm o direito de usarem atos e rituais pertencentes somente aos zeladores de Candomblé.

O que vemos, é uma banalização, dos segredos, em uma busca incansável por dinheiro, por uma demonstração de poder que nenhum de nós possui, pois, somos todos aprendizes nesse mundo de Deus.

Tenho 48 anos de idade e desde os meus 10 anos frequento a Umbanda, como da saudosa babá Zilda do Caboclo Treme Terra, da babá Maria Pitanga e o Caboclo Mata Virgem, e tantos outros, e nunca vi suas entidades jogando búzios ou mesmo fazendo rituais com canjica branca ou outra que fosse exclusiva de Orixá de Candomblé.

Sempre vi a Umbanda com seus lindos e maravilhosos rituais e nada disso acontecia. O mesmo com as cartomantes, pois que, conheci muitas e nunca as vi explanando sobre Orixá nem mesmo os enxergando em suas cartas.

Mas, hoje, as pessoas possuem uma ânsia tão grande de poder, que não se importam se estão machucando seu consulente, se o estão enganando. Tão somente querem dinheiro e poder.

Precisamos colocar as coisas em seus lugares e compete às Federações fiscalizar isso e colocar um ponto final nessa banalização dos rituais sagrados, ou daqui a pouco veremos saída de yawô em um templo de Umbanda.

Assim queridos irmãos, se for a uma cartomante e ela disser seu Orixá, não se iluda, pois é enganação. E uma entidade jogando búzios, também o é, pois somente os sacerdotes e sacerdotisas preparados podem exercer esse ato.

Sérgio Silveira. Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá. Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.




sexta-feira, maio 18, 2012

DIA NACIONAL DA UMBANDA


Hoje, dia 18 de maio de 2012, a grande Nação Umbandista, foi agraciada por uma Lei sancionada pela Presidenta da República, a Srª Dilma Rousseff, na qual cria o Dia Nacional da Umbanda. A Lei de Nº 12.664 de16 de Maio de 2012, foi publicada no Diário Oficial ontem, 17 de Maio, e nós da União Espírita Capixaba, não poderíamos deixar de nos confraternizarmos com todos os Umbandistas capixabas e do Brasil.

Esta lei é com certeza, um divisor de águas no combate á intolerância religiosa, pois, com a institucionalização da mesma, nossa tão amada Umbanda, passa definitivamente de Seita para Religião, reconhecida pelos órgãos competentes, e responsáveis pela ordem publica do País.
Mais um grande passo foi dado em busca de nossos direitos, mais um avanço, que muito devemos ao esforço daqueles que não mais estão entre nós, pois que, se não tivessem dado seu sangue e suor em prol de nossa fé, não estaríamos hoje, comemorando esta Lei.
Cremos que somente pessoas especiais, podem introduzir códigos realmente voltados para a população. E o Senado provou finalmente, que ainda restam políticos que buscam formas de promoverem condições de vida em forma de igualdade para todos.

Devemos, pois, sabermos trabalhar dentro dos ditames que essa Lei nos traz e nunca fornecermos armas para que aqueles contrários à nossa fé e à nossa filosofia busquem formas legais de punirem os dirigentes dos Templos e ainda pior: de denegrirem o nome de nossa Religião e de nossos antepassados.

Lembremo-nos de que: “há quem muito é dado, muito será cobrado”. Devemos agir com cautela e amor acima de tudo. Buscar com os órgãos federativos, através de seus Departamentos Jurídicos, o respaldo para que possamos alcançar os benefícios que a Lei do dia Nacional da Umbanda pode nos trazer.

Que soem os atabaques, que as vibrações das entidades sejam mais fortes que nunca, pois O DIA NACIONAL DA UMBANDA está decretado.

Clique aqui para acesso ao Diário Oficial:


Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.




segunda-feira, maio 07, 2012

NÃO PODEMOS FAZER NADA SE TEMOS DÚVIDAS


Dentro dos fundamentos dos Orixás, muios são os segredos e, nenhum de nós, pode afirmar que sabemos de tudo, afinal, estamos em um mundo que, quanto mais vivemos, mais aprendemos. Principalmente dentro dos preceitos do Orixá, afinal, são séculos e séculos de conhecimentos armazenados nas memórias do planeta.

Enquanto não nos curvarmos perante a imensa jornada destes seres, e, não nos conscientizarmos de que ainda temos muito que aprender, não estaremos prontos realmente para nos dizermos filhos de Santo. Entendamos que o culto a essas deidades, vem de muito longe, remonta mesmo à criação do mundo, pois os primeiros seres humanos a habitarem o planeta, já mantinham seus rituais sagrados.

Como podemos então, nós, meros mortais, seres ínfimos perante o Supremo Criador, sermos capazes de afirmar que tudo sabemos e que nada é mistério para nós? Somos na verdade, criancinhas, engatinhando na imensidão que é o Universo.

Os segredos dos Orixás, são imensos, na verdade podemos afirmar que são infinitos, pois que, cada tribo, cada aldeia, cada nação, tinha seu modo de cultuar essas entidades divinas. Assim sendo, se formos parar para analisar, veremos que; cada região modificava seu culto, e para cada sacerdote, o mesmo culto era visto de forma diferente, e isso tão somente porque variavam e muito, os tipos de alimentos que eram encontrados em cada uma dessas regiões, e assim por diante, e isto fez com que surgissem várias vertentes da Religião africana.

Como o Brasil, foi escolhido por nossos Orixás como o berço de sua ancestralidade, e aqui foram deixados, imensa gama de conhecimento, a mudança é ainda maior.

Acontece que dentro de uma mesma fazenda ou casa, conviviam, escravos de várias etnias e isso fez com que seus cultos, culminassem em se unirem, e passaram então a enxergar que, mesmo mudando o nome, a essência era a mesma, então começaram a surgir as qualidades de Santo, e deu-se assim, início ao Candomblé, essa maravilhosa religião, que muitos amam, mas, poucos têm a coragem de declarem adeptos.

Como a essência muda de uma para outra forma de ver, ninguém está apto a dizer que é o grande conhecedor de todos os seus segredos. Obviamente que algumas coisas não modificam, como: pessoas do santo não usam preto, vermelho e roxo, não se come caranguejo, peixe de couro, não se bebe nem se faz sexo nas sextas-feiras, por ser o dia de Oxalá o Grande Pai de todos nós e assim por diante. Mas, daí nos proclamarmos o supremo conhecedor de todos os atos, chega a ser até mesmo ridículo.

O que temos que fazer na verdade, é nos unirmos  mais, e respeitarmos mais a forma de aprendizado de cada um. Nos enxergarmos, como aprendizes nessa grandiosa doutrina, que muito tem a oferecer a quem a ela recorra com seriedade e compromisso com a verdade.

No dia que agirmos assim, estaremos mais próximos de sermos dignos de nossos encantados.

Enquanto um sacerdote não age assim, comete erros sérios e muitas vezes fatais na vida daqueles que o buscam, pois mostra que nada sabe. `A exemplo do grande filósofo Sócrates, temos que dizer sempre: só sei, que nada sei:. Afinal, quem de nós sabe os mistérios da criação?

Temos que primeiro termos consciência de que nada sabemos, para depois nos declararmos, estudantes, na imensa Universidade que é o mundo. Enquanto desejarmos agir apenas como “mestres”, deixaremos de aprender as maravilhas que ainda pode nos oferecer o mundo dos encantados.

Orixá, é e sempre será, algo de muita seriedade e comprometimento, e sempre digo que: o Orixá existe para todos, mas nem todos existem para o Orixá. Afinal, quantos existem por aí que pregam aos quatro ventos, que possui vontade de ser do Santo, mas, não respeita sequer as suas leis?

Se buscarmos, veremos que existem quem diga que a proibição de algumas coisas como hábitos alimentares, por exemplo, não passa de imposição dos sacerdotes. Que essa coisa de não se usar preto, vermelho e roxo, não combina com o mundo atual em que vivemos.

Estaria uma pessoa desta, pronta para ser iniciada nos segredos dos Orixás? Podemos garantir que não. Afinal, como ser de uma religião, se nem mesmo respeitamos seus mandamentos?

Sei que nos dias atuais, muita coisa está diferente, pois a correria do homem em busca da supremacia da riqueza, o colocou escravo desta ambição. Mas, o Orixá não entende isso, e exige que cumpramos seus mandamentos sem questionar.

Outros, se auto proclamam, sacerdotes e sacerdotisas, mas, não buscam aprender mais, não se adentram em conversas com mais velhos, pois em sua ignorância suprema, diz que somente ele e sua casa, são feitos e sabem da verdade.

Com isso, raspam pessoas de Santo errado, ou fazem o Santo certo, mas sem os fundamentos necessários, ofertam comidas em vão, porque se não sabemos o que fazemos estamos ocorrendo em transgressão das leis, pois o Orixá não compactua, com erros. 

Somente com muito esforço e dedicação, podemos nos apresentar como aprendizes destes seres, mas, nunca nos intitularmos conhecedores da verdade. Até mesmo por que, o que é a verdade? A minha ou a sua lei?

Soberba, arrogância, nada disso faz parte do Axé do Santo. Humildade sim, esta é a maior forma de mostrarmos que amamos nossos Orixás. Nosso credo é sim, sacro santo e temos que aprender a respeitar suas leis e  agirmos como eternos aprendizes.

Se não sabemos, por exemplo, como fazer os fundamentos de determinado Orixá, busquemos nos mais velhos o aprendizado,e  sigamos à risca aquilo que nos foi passado. Entendamos que os mais velhos, sempre foram respeitados até mesmo pelos bárbaros. Eram chamados de anciões pois tinham o conhecimento que somente os anos de dor e sofrimento podem trazer para uma pessoa.

Então, por que em nosso meio, não devem ser tratados assim? Nunca poderemos nos igualar a eles, pois se temos 40, 50 anos de vida, eles com certeza, possuem muito mais que nós e estão assim, muito mais aptos a formatarem nossos atos.

Entra, por exemplo, uma pessoa de determinado Santo, e aquele sacerdote, nunca fez seus fundamentos, então, deve ele, buscar nas pessoas mais velhas, a sabedoria para iniciar aquele filho. Não deve em hipótese alguma, agir sem consultar um mais antigo que ele, nos preceitos, pois estará correndo o risco de provocar sérios danos na vida daquela pessoa.

Não nos alto declaremos senhores da verdade, mas, sim, nos declaremos imperfeitos e alunos nessa escola, pois assim estaremos agindo em conformidade com as leis.

Se você meu irmão ou minha irmã, não tem o conhecimento necessário de determinado Santo, não teime em fazer sozinho, peça ajuda a quem seja de sua confiança, peça auxilio e verá que seu filho será um vitorioso na vida.

Não teime em fazer nada sozinho, pois nem mesmo os Orixás são alto suficientes, pois Olorum, os fez um dependendo do outro. Entenda que se estudamos conseguimos o diploma, o mesmo ocorre no Santo.

E você, meu mais velho, não negue o ensinamento para aquele que se dirige a vós com humildade pedindo lição, lembre-se de que: os galos de hoje já foram pintos ontem. Ninguém nasce sabendo e ter a humildade de pedir ajuda, mostra o quanto aquela pessoa tem o real preparo para ser um babalorixá ou yalorixá. Ensine, ajude, participe mesmo dos rituais, mas, sem arrogância ou prepotência, e sim com a mesma humildade que teve para aprender.

Passe seu conhecimento para aqueles que o buscam, afinal de que o serve ele, se for para levar para a sepultura. Não negue aquilo que um dia teve. Mas, ao ensinar, não critique aquela pessoa, não se mostre supremo, mas sim, pergunte com carinho e amor, se ele não gostaria, por exemplo, fazer de uma outra forma, pois assim não o estará humilhando.

Vamos nos dar as mãos, nos unir, em prol de nossa religião e de nossos antepassados.

Sérgio Silveira, Tatetú N'Inkisi Odé Mutaloiá, Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.