Dia: Quarta – feira
Data: 29 de Junho
Metal: cobre, ouro e chumbo.
Cor: Vermelho e branco
Parte do corpo: Plexo solar e coronárias
Comida: Amalá e rabada
Arquétipo de seus filhos: Bem sensuais e até e agressivos, voluntariosos, qualidade de chefia e ansiosos pela posição de comando.
Símbolos: Oxé, (machado) Edumará (pedra de raio), Xéri (chocalho)
Xangô é o símbolo do rei Deus em Benin, é o Deus dos raios e trovões contrariamente à Ogum, Deus dos ferreiros que emprega o fogo artificial. Xangô manipula o fogo nos estado selvagem. O fogo que os homens não sabem utilizar. Deve-se pedir as coisas a Xangô com muita consciência, pois é também o Deus da justiça, e ele fará com que ela se cumpra.
Circulam a seu respeito, às vezes contradições, mas todos são unânimes em reconhecer seu caráter violento, impetuoso, autoritário e fogoso. Mesmo se ignorados em detalhes as astúcias constatamos que sua magia profunda consiste em suprir a tempo os acontecimentos que se superpõe, ao invés de desenrolarem-se ao longo de um tempo linear, e irreversível. Seu tempo não tem começo nem fim, é um tempo irreversível que supre sua duração. Xangô pode estar morto no rio, e ao mesmo tempo vivo diante do rei.
Está morto, e morto, está vivo, nele as oposições existem simultaneamente. Para o ser humano, esta situação é ambígua e fora de lógica, dois tempos contraditórios excluem um ao outro na sincronia. Na lógica de Xangô os dois consistem, pois ela é caracterizada pela sincronia e temporalidade.
Mortal com seu corpo, mortal em sua essência, o OBÁ de Benin, é o único soberano de dupla natureza: humana e divina.
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro ALÁFIM DE OYÓ, (rei de Oyó), filho de Oraniãn e Yá Macé Malê, a filha de Elempê, rei dos Tapás, que havia formado uma aliança com Oraniãn.
Xangô cresceu no país de sua mãe, indo Instalar-se mais tarde em Coso, onde os habitantes a princípio, não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso.
Mas ele conseguiu finalmente impor-se pela força. Dadá Ajaká, filho mais velho de Oraniãn, irmão sanguíneo de Xangô reinava então em Oyó. Ele amava as crianças, a beleza e, as árvores. De caráter calmo e passivo, ele não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe desta época.
Xangô então o destronou, e, Dadá Ajaká, exilou-se em Igbô, durante os sete anos de reinado de seu irmão. Teve, portanto, que se contentar em usar uma coroa de búzios chamada de ADÊ DE BAYAMÍ. Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá voltou a reinar, mas agora valente e guerreiro.
Ele possui o raio, o fogo e o XÈRI (chocalho), para produzir o trovão. Lutou e destruiu os reis das cidades que ele usurpou, dando liberdade e justiça ao povo. Deus do fogo que pune aos que lhe querem mal com febres e ervas que lhe são atribuídas. Fogo sobre os inimigos sua bola de fogo através de raios, chamada EDUMARÁ (pedra de raio), que representa o corpo de Xangô.
Texto de: Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Lambanranguange, Odé Mutaloiá, escritor e pesquisador.
Contatos com Odé Mutaloiá:
odemutaloia@hotmail.com
odemutaloia@pop.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário