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domingo, março 30, 2008

GAIA, NOSSA GRANDE MÃE.

Sempre ouvimos falar em nossos templos que devemos zelar de nossos Orixás, como forma de termos uma vida mais equilibrada e confortável nesta vida. Aprendemos que nossos Orixás são nossos anjos guardiões e que devemos promover todas as formas para que ele se sinta em paz e conseqüentemente nos trazer a paz.

Ótimo isso! Mas, existe um espírito que sempre foi cultuado pelos povos antigos e que hoje se encontra esquecido por vários de nós: GAIA! Esse esquecimento é algo que jamais deveria acontecer, pois como podemos observar ao estudarmos as filosofias antigas, Gaia é a Terra, ou ainda para outros, o Espírito da Terra.

Muitos povos acreditavam que ao desencarnarmos, retornaríamos para Gaia, fazendo parte de sua energia, nos uniríamos a esse espírito, retornaríamos à nossa essência.

Esse ensinamento é um dos mais sábios que podemos ter. Vejamos pela ótica desses povos: se aprendemos que fomos feitos do barro, não seria lógico que ao morrermos retornássemos a ele? A própria Bíblia nos ensina: “do pó tu viste, ao pó retornará”. Se formos estudar essas filosofias em conjunto, veremos que os povos mais antigos da Terra, sempre estiveram a um passo à frente de seu tempo, e possuíam um conhecimento elevadíssimo destes assuntos.

Pois bem, sempre cuidamos de nossos Orixás, levando-os oferendas variadas a seu habitat, ou mesmo aos seus assentamentos, mas depois, é comum vermos pessoas despejarem seus Carregos, em sacolas plásticas, em matas ou até mesmo nas águas, contribuindo de forma incomensurável para a degradação de nosso eco-sistema. Assim sendo Destruindo Gaia.

Nossos antepassados africanos nos deixaram um ensinamento de que: todas as comidas ao serem suspensas de nossos Ibás, deveriam ser despejadas nas águas, pois que serviriam de alimento para outros seres viventes ali: os peixes, e os mesmos seriam em um futuro, retirados para alimentação dos seres humanos, assim sendo, estaríamos cuidando de Gaia, contribuindo para a garantia da reprodução e alimentação. Se essas comidas fossem ser ofertadas em locais onde os deuses residissem, deveriam ser depositadas em folhas próprias para tais rituais, e assim, estaríamos mantendo Gaia viva de duas formas: garantindo a alimentação de animais ali existentes e usando um material que se deterioraria servindo de adubo para a mata.

Se agirmos de forma contrária, como podemos esperar que Gaia aja em nosso favor, nos fornecendo alimentação, árvores que nos abrandaria o calor causticante, e até mesmo a água, elemento fundamental para toda a existência na Terra?

Devemos rever mais nossos conceitos, e passar para nossos filhos e filhas, a fim de garantirmos que teremos sempre um local saudável para nós enquanto matéria e também para nosso espírito depois que nos fundirmos ao espírito de Gaia. Da forma como estamos agindo, não teremos a mínima condição de continuarmos as nossas práticas religiosas, pois que estamos Matando nosso Planeta e fazendo com que Gaia, perca as condições de nos fornecer tudo que precisamos em matéria e em espírito. E até mesmo fazendo com que ela não tenha sequer as forças que nossos Orixás utilizam a fim de nos socorrer.

Atendamos ao apelo de Gaia, façamos nossa parte para que amanhã possamos retornar à energia que nos criou e podermos ter um local de paz onde poderemos trabalhar em auxílio aos nossos descendentes.

Façamos com que nossos Orixás continuem existindo, se perpetuando cada vez mais, pois que, se hoje temos a condição de convivermos com eles, foi porque nossos antepassados possuíam a sabedoria de cuidar da natureza, ou seja, de Gaia, para que seus deuses pudessem ter condições de ajudar às gerações futuras. Vamos começar a mudar nossos costumes, os tornando mais saudáveis?

Lembremo-nos de que sem a natureza, não termos nossos Orixás e estaremos matando GAIA, NOSSA GRANDE MÃE.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Lambanranguange: Odé Mutaloiá.

Contatos:

odemutaloia@hotmail.com

sábado, março 08, 2008

ORIXÁ, FÉ E AMOR INCONDICIONAIS

É comum vermos pessoas dizerem que amam seus orixás acima de qualquer coisa nessa terra. Mas, basta o primeiro sinal de problemas ou dificuldades e vemos toda essa fé se desmoronar, feito barranco em chuva. Outras; clientes em terreiros professam um amor e fé em nossos orixás e guias da Umbanda, mas, tão somente condicionados na resolução de problemas, e quando por motivo acima de suas forças, esse problema não é resolvido no tempo esperado, sua fé é jogada por terra.

Fé é antes de tudo resignação e conhecimento de que somente recebemos aquilo que merecemos, ou, que receberemos mas, no tempo certo. Nada nos será dado sem o consentimento de Deus nosso Eterno Pai.

Ao entrarmos nesse mundo maravilhoso que é o imenso universo espiritual, temos antes de tudo, de estarmos preparados para uma dedicação total. Nosso orixá não se doa pela metade a nós, e conseqüentemente não aceita que nos doemos pela metade para ele.

Se soubermos amar nosso Orixá, e nele termos a fé incondicional, pode até demorar um pouco para obtermos nossas solicitações, mas, com certeza as obteremos sim. Vale a pena lembrarmos que nosso tempo é diferente do tempo de Deus e de seus Ministros, nossos orixás. O que para nós levou meses e anos para acontecer, para eles na verdade se passaram algumas semanas e meses, e isso tão somente se dá por nossos merecimentos.

Comumente, vemos seus nomes serem lançados à lama, por dissidentes da doutrina, que por não verem um pedido atendido (ao menos em tempo hábil para suas mentes contaminadas pelo egoísmo), derrubam sua fé por terra e ocupam-se em deteriorar essa maravilhosa doutrina que tão somente prega amor, caridade e perdão a nossos irmãos.

Termos fé, é sabermos aceitar com resignação as provas que escolhemos antes de encarnarmos nesse planeta, e também aquelas que nos for imposta pela vida. É termos sabedoria para separarmos o joio do trigo, como nos ensinou nosso Amado Mestre, Jesus de Nazaré.

Aceitarmos nossas provações é resignarmos que nem tudo poderá nos ser concedido, afinal, somos humanos e como tais, falhos e cheios de medos e erros. Claro que podemos lutar para alcançarmos uma vida melhor aqui na terra, porém, temos que nos vigiarmos constantemente para que nosso anseio, não deteriore a missão de nosso espírito.

Da mesma forma que comemos o pão que alimenta nosso corpo físico, devemos comer a fé e o amor em nossos orixás, pois que estes são o pão que alimenta nosso corpo espiritual.

Assim meus irmãos, amemos nossos orixás e tenhamos fé incondicionais que eles, dentro das leis Divinas que regem o Universo, virão em nosso socorro, e providenciarão para que tenhamos (dentro de nossos merecimentos), uma vida de mais paz e tranqüilidade neste planeta.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Lambanranguange: Odé Mutaloiá. Babalorixá, escritor e pesquisador.

Contatos:

odemutaloia@hotmail.com

odemutaloia@ig.com.br