Saudosos os tempos em que essas palavras eram usadas com amor e orgulho pelos iniciados no Axé Orixá. Tínhamos orgulho em pedir a benção de uma pessoa mais velha, pois, significava para nós a proteção, o reconhecimento, enfim, tudo de melhor que poderíamos ter e desejar.
Hoje as pessoas parecem sentir vergonha de pedirem nossa benção e quando o fazem, podemos notar que é de forma automática, somente por obrigação mesmo e como se desejassem nos fulminar.
Aprendi dentro da casa onde me iniciei que uma benção de uma pessoa do santo, é na verdade a benção do próprio Orixá, e que jamais deveríamos nos negar a pedir a benção de quem quer que fosse, uma vez que mais tarde nos tornaríamos um zelador ou zeladora e essas as bênçãos recebidas em nossa jornada como yawô, seriam nossa principal base de sustentação.
As pessoas de hoje, sentem repúdio ao pedirem um Mukuiu, Kolofé, Motumbá, acham-se poderosos demais para tal atitude, esquecendo-se de que dentro de nossa religião, o que conta é a humildade acima de tudo. Arrogância e prepotência nunca foram partes da iniciação de uma pessoa, ao contrário éramos repudiados quando demonstrávamos tais ações e atitudes.
Os nossos mais velhos eram respeitados e amados, até por que precisávamos de sua experiência como uma criança precisa da experiência de seus pais. Nunca vimos nossos mais velhos desrespeitando as leis do santo como vemos hoje
Mas, a religião segue em frente, muito embora cada dia mais as igrejas estejam cheias de dissidentes do Candomblé, que ao verem suas ânsias de aprendizagem frustradas, se dedicam noite e dia a difamarem quem os acolheu em seus momentos mais difíceis quando não tinham nem mesmo um caminho a seguir. E por que fracassaram? A resposta é simples: fracassaram porque Orixá e humildade acima de qualquer coisa e nossos mais velhos jamais passam seus verdadeiros conhecimentos a quem não faça por merecê-los.
Refaçamos nossa jornada, aprendamos a nos colocar a mercê de nossos guardiões e veremos tudo se transformar para melhor em nossas vidas.
Sérgio Silveira, Tatetú N’inkisi, Odé Mutaloiá.
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