Vamos falar um pouco dessa deidade das casas de candomblé. Como já vimos antes, a palavra Exú, nunca significou capeta, pois os africanos não tinham a compreensão desse ser inferior.
Exú é uma das principais divindades do panteão afro, pois é ele quem guarda a porta que separa nosso mundo do mundo dos encantados. Uma qualidade de Exú muito cultuada é Onã ou Bára Onã. Senhor dos caminhos, é ainda o guardião das porteiras e das entradas das casas de Santo, morando do lado de fora do portão e não no lado de dentro.
Em sua grande maioria, os sacerdotes assentam esse Bára, pois sem ele, ficaria muito difícil, acesso às casas, pois quem iria guiar as pessoas até ali? Obviamente que seu assentamento é feito de forma diferente dos demais Exús, uma vez que ficaria complicado colocar um Igbá de Exú na rua, assim sendo, seus fundamentos são preparados de outra forma, mas, na hora de comer, ele come fora de casa, ou seja: na rua, do lado de fora do portão.
É irmão de Ogum, e com ele, ronda as estradas nos protegendo de todos os infortúnios que possam vir contra nós. Seus preceitos são complicados e muito diferentes dos demais Exú, porque sendo ele o dono da rua, se alimenta nela mesma, e sempre está pronto a nos ajudar.
Como os demais Orixás Exú, ele come padê, bode, galos, feijão fradinho torrado, milho vermelho torrado, aguardente, acarajé, entre outras comidas.
Quando uma pessoa está com muita dificuldade, deve se dar presentes a Onã, para que ele reconheça aquela pessoa e ajude a abrir seus caminhos, seja para emprego, negócios e outros. Sendo Exú uma das cabaças que criou o mundo, devemos ter por ele muito respeito e sempre agradá-lo, pois, a qualquer momento que precisarmos ele ali estará para nos ajudar.
Algumas pessoas insistem em dizer que Onã mora dentro do quintal, mas, em todas as casas de fundamento, ele é o guardião da entrada externa, é ele quem traz clientes, que cuida dos caminhos e protege a casa e seu sacerdote.
Bára Onã, conhecedor de todos os mistérios, come com Ogum e anda com o mesmo. Poucas pessoas se lembram de agradar essa divindade e justamente por isso, sua vida caminha até certo ponto e depois fracassa.
Se alguém vai fazer uma viajem, abrir um negócio é interessante se consultar a Onã para ver se é necessário fazer oferendas a ele para que tudo corra bem com aquela pessoa.
Seu dia de culto: Segunda feira
Suas cores: o preto e o vermelho
Suas comidas: padê, acarajé, feijão fradinho e milho torrado.
Saudação: Laroiê Exú, Exú a Mojubá. Cobá Laroiê Exú Onã.
Tatetú N'Inkisi: Odé Mutaloiá.
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