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sexta-feira, outubro 14, 2022

A sagrada árvore chamada Jurema

 


Dentro dos cultos de Umbanda, e principalmente no culto de Jurema, no Nordeste brasileiro, essa árvore é venerada por todos, sejam caboclos, pretos velhos, enfim, nas raízes dessa arvore está o fundamento destas entidades que trabalham de forma incansável em prol da humanidade.

As histórias sobre essa árvore, tem seu inicio ainda no Brasil colonial, onde já podiam ser observados os rituais indígenas em torno dela. Ali eles se reuniam e através de suas ervas sagradas, cânticos, danças e demais liturgias, e entravam em contato com o Sagrado e consequentemente com seus antepassados, fossem para buscar ajuda para uma batalha, fosse para pedir interseção para a colheita ou até mesmo para a cura de um doente, segundo sua crença, através das raízes, galhos e folhas da Jurema, seus antepassados podiam voltar ao mundo, trazendo seus conselhos, curas e tudo o mais que se fizesse necessário.

Ocorre que, os índios do nordeste brasileiro, principalmente de Pernambuco, sepultavam seus mortos, aos pés da Jurema, pois acreditavam que, por ela ser muito alta, através de seus galhos, eles poderiam alcançar o reino dos Céus, ou seja, a morada de Tupã.  Mas, não somente para isso a Jurema tem serventia para esses silvícolas.

O nome Jurema vem da língua Tupi   yú-r-ema que significa espinheiro. Os índios nordestinos, sabiam de suas propriedades e de sua fundamentação no culto a ancestralidade, e, também, de sua grandiosa importância farmacológicas, sendo esses somente conhecidos pelos índios.

Segundo pesquisadores, o culto a essa árvore vem de datas longínquas, arremetendo aos tempos de Jesus Cristo ainda menino: segundo eles, essa árvore teria sido usada para esconder a Sagrada Família quando da perseguição dos soldados de Herodes, quando esses fugiam para o Egito.

Assim sendo, temos aí a prova de como essa árvore é sagrada e de como os índios souberam aproveitar todo o misticismo da mesma. Observamos que esses povos nada faziam sem utilizarem a Natureza, buscando nela toda a sabedoria armazenada desde os primórdios da humanidade. Obviamente que a Jurema não poderia estar de fora dessa ciência.

Da mesma forma, seu culto, pois que, somente através dos mestres juremeiros podemos ter acesso a tanta riqueza. A árvore Jurema se divide em dois ramos:  a jurema branca ou Mimosa ophthalmocentra, e a jurema preta, Mimosa hostilis.

Sua casca é utilizada para a fabricação de uma bebida mística a qual, concede força, sabedoria e proporciona contato com o mundo espiritual. O culto a Jurema, conquistou uma serie imensa de adeptos em todo o Nordeste brasileiro e quem por lá passa, percebe que o nordestino tem no culto a Jurema Sagrada a fonte para solucionar vários de seus problemas, sejam eles, físicos ou espirituais.  Mesmo alguns babalorixás e ialorixás do Nordeste não abrem mão do assentamento da Jurema, eu mesmo, conheço pessoas da Paraíba, Pernambuco entre outros, que, mesmo praticando o Candomblé, mantém esse culto vivo.

Salve Jurema!

 

Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá

Foto: jurema preta, portal Embrapa

https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-caatinga/flora/madeireiras/jurema-preta

 

 

 

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