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quarta-feira, outubro 19, 2022

Exú Marabô, o mago

 


Exú muito valoroso dentro da Umbanda, não se nega a nenhuma batalha para ajudar aqueles que lhe pedem socorro. Sua vida terrena foi baseada na baseada na magia e nos encantos. Diz seu ponto: “exú tem chifre, Zambi tem coroa, seu Marabô não deixa sua banda à toa. E sua história remonta a muito, muito tempo atrás:

Conta-se que, há séculos atrás havia um reino que estava banhado pela tristeza, pois sua rainha havia sido acometida por uma estranha doença. Seu esposo, o rei, muito apaixonado, não negava esforços para ver sua amada rainha livre da doença, podendo assim voltar a sorrir e preencher o reino com sua alegria. Médicos de vários locais haviam sido chamados, mas, nada conseguiam fazer para livrar a soberana daquele mal que a acometia.

O rei, certo dia, estava pensativo, cabisbaixo em seu trono, quando lhe disseram que um homem negro desejava lhe falar sobre a saúde de sua rainha, pois ele sabia o que lhe ocorria e também, sabia o que fazer para resolver o problema. O rei, ficou muito desconfiado, afinal, todos os médicos já a haviam visitado e nenhum de seus conhecimentos conseguiram restaurar a saúde de sua amada. Mas, como ele não media os esforços para que a saúde de sua esposa fosse restaurada, permitiu que o tal homem entrasse, tudo valia à pena para não permitir que aquela que ele, o rei tanto amava morresse.

O rei foi surpreendido com tal homem: ele era negro, alto e forte, e vestia apenas um pano enrolado em sua cintura sem nada mais a lhe cobrir o corpo, e no pescoço, usava como adorno, colares feitos com ossos de animais.

Ele então se apresentou ao rei: “meu nome é Perostino, majestade e eu sei o mal que aflige sua rainha. Me leve até ela e eu irei curá-la. O rei então, perdeu-se dentro de seus pensamentos, não se conformava em ter deixado aquele homem entrar, afinal como poderia aquele maltrapilho curar sua rainha, sendo que todos os médicos de todos os reinos conhecidos haviam falhado? Mas, o desejo de ver sua esposa curada era maior que tudo, e, ele daria até mesmo seu reino pela plena restituição de sua saúde, e assim, permitiu que aquele estranho homem, tão mal-vestido e adornado, entrasse nos aposentos da rainha.

Aquele estranho homem permaneceu no aposento da soberana por três noites, levando consigo ervas, pedras, aves, animais, e tudo o mais que ele conseguiu encontrar na Natureza. Eis que no quarto dia, a rainha, para surpresa de todos se levantou e foi caminhar pelo jardim, com sua saúde plenamente recuperada, e com uma disposição que parecia que nada havia lhe acontecido.

Então, o casal de tão felizes que estavam com a cura, que tornaram Perostino um homem muito rico, dando-lhe livre acesso a todo o castelo, e as pessoas que ficavam doentes, eram a ele encaminhadas, pois ele conseguia curá-las.

Mas, a inveja chegou e logo comentários maldosos começaram a surgir, alegando que Perostino seria nomeado primeiro-ministro, apesar de sua cor e origem desconhecida para todos. O rei, ao saber de tal conversa se sentiu indignado, afinal, um homem daquela cor, poderia sim, ser rico, mas, jamais poderia se tornar uma autoridade, e determinou que ele deixasse o castelo imediatamente.

Presotino então, foi tomado de ódio dentro de coração, pois nem mesmo lhe deram o direito de ser ouvido, logo ele, que havia curado a rainha, quando tantos outros falharam! E assim começou a arquitetar sua vingança enquanto humildemente fingia que iria embora.

O rei, ficou tão feliz por haver se livrado daquele incomodo, que determinou que um banquete fosse servido naquela mesma noite. Porém, Perostino sem que ninguém visse, colocou veneno na comida e assim, o rei e a rainha caíram mortos no chão perante o olhar cruel de seu algoz. Sabendo que mais cedo ou mais tarde seria descoberto, Perostino fugiu através das matas e depois arrependeu-se profundamente do mal que havia feito. A dor tomou conta de sua consciência e de sua alma, e assim viveu muito triste durante um ano, quando uma doença que cobriu seu corpo de feridas tirou-lhe a vida. Passaram-se anos até que aquele espírito se recuperasse da culpa que carregava e encontrasse os caminhos nos quais anda até os dias de hoje, ajudando a todos que o buscam.

Depois de seu longo aprendizado, ele foi colocado para trabalhar como Exú nas linhas mais inferiores, adotando o nome de Marabô, tornando-se assim, um espírito muito sério e compenetrado, atendendo a todos com dedicação e empenho.

 

Tatetú N’Inkisi Lambanranguange, Odé Mutaloiá 

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