É
comum vermos pessoas leigas, e que são manipuladas por sacerdotes das religiões
cristãs, se referirem ao Candomblé e à Umbanda como Macumba. Os sacerdotes usam
esse termo para humilhar e desacreditar as religiões afrodescendentes.
Macumba
não se trata de religião, mas sim de um instrumento musical que era usado desde
tempos remotos.
Encontramos
a tradução para essas palavras em alguns dicionários e neles a palavra se
traduz como um Instrumento Musical, um tipo de reco-reco, que era utilizado na
África desde os tempos mais remotos. Esse instrumento produz um som rasgante,
ou seja: um som áspero, semelhante ao que produz o diamante ao cortar o vidro,
ou ainda parecido com um tecido que se rasga. A pessoa que toca esse
instrumento é chamada de Macumbeiro.
O
termo pejorativo macumba, surgiu segundo historiadores, com João Paulo Emílio
Cristovão dos Santos Barreto, mais conhecido como João do Rio, que viveu no Rio
de Janeiro no período de 1881 a 1921, escreveu sobre os negros e seus cultos no
Rio de Janeiro. Segundo esse escritor, “as seitas de origem africanas no Rio
eram chamadas de Candomblés assim como na Bahia”. Porém o preconceito sempre
falou mais alto, e a burguesia da época, denominou esses cultos de “macumbas”,
devido aos toques dos tambores e demais instrumentos musicais utilizados.
Podemos
ver assim que: nunca a palavra macumba se traduziu como religião
verdadeiramente e que somente pessoas sem cultura alguma, que são mais
facilmente manipuladas traduzem esse termo de forma tão grotesca e mesquinha.
Algumas
pesquisas na história do Brasil nos mostram que apesar de muitos donos e
senhores de escravos procurarem seus cativos a fim de receber “favores” de suas
divindades, desprezavam depois os mesmos, dizendo que eram eles adoradores de
satanás.
O
que ainda encontramos nos dias de hoje, quando pessoas de classe elevada buscam
nos Terreiros de Candomblé, solução para seus mais variados problemas e que
depois de atendidos, proclamam-se aos quatro cantos, contrários a essa
religião.
Isso
acontece por que, como no tempo do cativeiro, a igreja ainda é predominante em
nosso meio e para que possam manter seus fiéis submissos, ameaçam com o fogo
eterno todos que não compactuam com seus princípios e isso traz medo aos
seguidores das igrejas.
Ter
uma religião africana como fonte de referência, não faz em hipótese alguma
daquela pessoa um ser que compactue com forças do mal, ao contrário, muitos dos
seguidores dessas religiões têm muito mais medo da ira Divina do que se possa
imaginar, uma vez que temem até mesmo a palavras que saem de suas bocas, pois
as mesmas são verdadeiras orações e uma vez soltas, não voltam atrás.
Sérgio
Silveira, Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá.
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