A palavra ORIXÁ é de origem
Yorúba, dialeto usado nos candomblés de Kêtu, e, não BANTU, dialeto usado nos
candomblés de Angola.
Seu significado: ORI= CABEÇA – XÁ
= GUARDIÃO OU AQUELE QUE GUARDA assim a palavra orixá significa anjo da guarda,
ou ainda: ORI= CABEÇA – XÁ = DONO, ou seja: DONO DA CABEÇA.
Para os africanos a concepção de "anjo da
guarda", não era a mesma que conhecemos hoje, através do cristianismo,
mesmo porque esta forma de culto existe a aproximadamente 8.000 anos antes de Cristo,
e há estudos que tentam provar uma existência ainda mais antiga.
Para eles, os denominados
"anjo da guarda", na verdade eram seus antepassados, que após se
transladarem para o ORÚM (Céu), passavam a fazer parte da energia de seu Orixá,
transformando-se assim em um, e voltando a terra para ajudar seus descendentes
a seguirem sua jornada em busca de um aperfeiçoamento.
Dentro da nação Angola, não cultuamos Orixá,
mas sim INKISIS, como eram chamados por nossos antepassados Angolanos. Os
Inkisis eram antepassados, que ao deixarem a terra, voltavam a integrar a
energia original. Assim transformando-se em GÊNIOS, que é o significado mais
aproximado da palavra.
Esses Inkisis não eram cultuados em conventos
(templos), uma vez que os Angolanos eram seminômades, assim prestavam
reverência aos seus INKISIS em árvores. Com sua vinda para o Brasil, foi que
começaram a ter seus cultos em templos, posteriormente chamados BARRACÕES,
assim denominados, devido ao nome dado às construções utilizadas na África,
para guardar os escravos capturados para serem vendidos aos europeus.
Nesta grandiosa Nação, existiam
seres maravilhosos, que como os Orixás dos Yorúbas, se dedicavam a cuidar de
seus filhos e até mesmo a puni-los quando desobedeciam às leis de Deus, ou Zambiapongo,
para os Bantos.
Nesta terra, nada se fazia sem
antes pedir a permissão dos Inkisis, afinal sempre foram eles, a representação
de Zambi no mundo.
Com este povo, os Angolanos aprenderam que existiam
outros seres semelhantes aos seus e assim foram vendo que suas divindades tinham
muito em comum com os pertencentes à cultura dos Yorúbas.
Mesmo com a criação do
sincretismo, não só com o catolicismo, mas também entre as nações aqui representadas
por seus povos, a identidade de suas divindades foi preservada e muito embora,
vissem eles, a semelhança entre seus “deuses”, mantinham seu culto próprio e se
praticavam a religião de sua terra natal juntos, porém, deixavam bem claro a
distinção entre eles.
Como escravos, buscavam a libertação
de todo seu povo, e uniam-se para pedir aos “deuses” que atendessem seus
pedidos e assim libertassem aquele povo que tanto sofria nas mãos dos Senhores.
Como Gênios, os Inkisis, faziam
de tudo para ajudarem seus fiéis e passavam através de seus sacerdotes, todo o
ensinamento preciso para que os mandamentos de Zambiapongo fossem seguidos ao
pé da letra, como se diz em nosso País.
Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi
Odé Mutaloiá. Presidente do Conselho religioso da UNESCAP.
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